Artigo

A geração Z e o futuro do trabalho, por Jorge Arduh

Jorge Arduh
22/10/2019 14:37
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O caminho de transformações sociais aberto pelos millenials vai continuar a ser trilhado pela Geração Z.

Os jovens nascidos no século XXI devem representar 32% da população global este ano, segundo estimativas da ONU, tornando-se o maior grupo na sociedade atual. Ainda pode parecer caótico entender que pessoas nascidas em 2001 já podem votar, entrar na universidade e, consequentemente, no mercado de trabalho.

Institucional

Ainda que a retomada econômica leve algum tempo para trazer efeitos concretos nos índices de emprego, é de fundamental importância entender o que esse grupo de pessoas – nascidas em um ambiente com smartphones e internet de boa qualidade – valoriza dentro das relações organizacionais. Os efeitos em segmentos como o financeiro, educacional e de consumo parecem se tornar mais claros a cada dia, com novas empresas recheadas de salas de videogames, benefícios, serviços simples e inovadores tomando o lugar de companhias há muito tempo consolidadas.

Nesse cenário, cabe reagir. E a melhor estratégia é aquela capaz de reformular as relações organizacionais, estendendo a motivação para além dos jovens profissionais e trazendo benefícios em qualidade dos produtos e serviços, aumentando as chances de obter lucro.

É evidente que há desafios a serem superados, especialmente em segmentos tradicionais (como o Direito, por exemplo), mas empresas não podem perder de vista as estratégias necessárias para que seja possível aos colaboradores se interessar pelo ambiente de trabalho que ocupam para que possam trazer os melhores resultados.

Na nossa experiência dentro da companhia, identificamos e colocamos em prática cinco estratégias, que podem ser replicadas em diferentes empresas com o objetivo de atrair e reter esses talentos nos próximos anos. São passos simples, porém fundamentais para pensar na transformação que deve se realizar dentro do ambiente organizacional.

A primeira estratégia está relacionada à flexibilidade do local de trabalho. Muitos desses jovens (a exemplo dos millenials), sentem que não é necessário dedicar a maior parte de seu tempo a um local fixo exclusivo. Especialmente dentro do setor de tecnologia, a concepção de ferramentas que facilitem a realização do trabalho remoto são amplamente adotadas e devem continuar a evoluir nos próximos anos. Além de representar uma economia fundamental de custos com infraestrutura, trazem o efeito de produzir mais conforto e facilitar o equilíbrio familiar.

A segunda está ligada à relação entre os próprios colaboradores. Criar ferramentas de colaboração que permitam novas formas de comunicação entre diferentes departamentos e eliminar a burocracia é uma etapa fundamental para uma geração que espera facilidade e rapidez em todas as relações.

Em terceiro lugar, desenvolver um programa ambicioso de igualdade e diversidade de gênero, capaz de tornar a companhia cada vez mais inclusiva ao longo do tempo é fundamental. Eliminar preconceitos e vieses inconscientes é uma tarefa fundamental para qualquer companhia, tendo em vista as recentes discussões a respeito do assunto. Para uma geração cada vez mais engajada e plural, esse se torna um passo ainda mais necessário.

Formar colaboradores com qualidade é outra etapa que já vem sendo discutida há algum tempo e continua válida. Mais do que investir em tempo de treinamentos, é fundamental explorar a qualidade do conteúdo a ser passado para esses jovens profissionais. Usar novas plataformas e modelos capazes de desafiá-los é a chave para construir novos times de sucesso.

Tudo isso é necessário para cumprir a tarefa de transmitir aos colaboradores o impacto que o trabalho deles tem na sociedade e dentro da companhia. Transparência é um dos valores pelos quais essa geração preza e investir nele é algo recomendado para qualquer setor. Por isso, investimos continuamente em mostrar como funcionam os processos por inteiro e destacar a contribuição de cada um é o pensamento adequado para que a maior parte das companhias possam ter sucesso nesses novos tempos.

Essas são estratégias que não exigem elevado grau de complexidade tecnológica e cujo impacto está diretamente ligado à transformação organizacional que companhias precisam realizar. Mais do que nunca, estabelecer uma identidade forte e traçar estratégias para o crescimento contínuo torna-se uma tarefa essencial. No entanto, atingir esses objetivos depende do equilíbrio entre mostrar às novas gerações que conquistar resultados é ótimo, ao mesmo tempo que transformar a sociedade é vital.

Sobre o autor: Jorge Arduh é CEO da Indra no Brasil

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