A White Martins, subsidiária do grupo americano Praxair que detém mais de 60% do mercado brasileiro de gases industriais e medicinais, planeja repetir em 2006 os investimentos de US$ 150 milhões deste ano. A empresa quer também entrar no mercado de importação de gás natural liqüefeito (GNL) para abastecer o Nordeste, desde que a Petrobras, com quem já teve conversações, decida que será necessário importar. Nesse projeto, o interesse da White Martins é de entrar com a montagem e operação da unidade de regaseificação do GNL para distribuição.
Essa unidade é necessária porque o gás natural precisa ser liqüefeito na origem para ser transportado por navios. Além da Petrobrás, dona da quase totalidade das reservas locais, a Shell e a BG já manifestaram interesse em entrar no GNL. O presidente da White Martins no Brasil, Domingos Bulus, disse que, dependendo da qualidade da infra-estrutura no local escolhido para a unidade, pode custar cerca de US$ 100 milhões. Os portos de Pecém (Ceará) e de Suape (Pernambuco) estariam na frente no quesito infra-estrutura.
A definição do projeto depende da Petrobras decidir se haverá gás natural das reservas nacionais ou importado da Bolívia para suprir o Nordeste ou se haverá demanda de longo prazo para um esquema de importação por navio. "Eu não correria o risco de deixar que falte gás", disse Bulus. Para ele, o crescimento da demanda é irreversível.
Bulus reconhece que, se houver reservas suficientes para suprir essa demanda, é mais barato levar por gasoduto o gás nacional. Há resistências políticas no Nordeste à idéia de um projeto de GNL cujo elevado custo (de três a quatro vezes o valor do gás natural) seja absorvido apenas pela região.
Enquanto o GNL não sai do papel, a empresa concentra-se nos seus projetos de gases industriais, de gás natural para suprimento de áreas não supridas por gasodutos (em parceria com a Petrobras) e na produção de kits para gás natural veicular (GNV). Ontem, a empresa inaugurou em Vitória (ES) uma unidade de compressão de gás natural, com investimento da ordem de US$ 5 milhões. Outra instalação, de US$ 9 milhões, já havia sido inaugurada em Contagem (MG).
Os US$ 150 milhões investidos neste ano foram para gás natural (US$ 65 milhões) e para a área industrial (US$ 85 milhões). Para 2006 estão previstas seis unidades de gases em siderúrgicas, sendo duas na Venezuela e uma no Peru. Além de inaugurar a primeira instalação de gás natural liqüefeito, em março, em Paulínia (SP).
Bulus disse que em 2006 a área de gás receberá um pouco menos que os US$ 65 milhões deste ano. Mas as demais terão mais investimentos. Mas ele reclama da falta de um projeto de longo prazo para o país e afirma que as empresas internacionais investem menos do que fariam se o Brasil traçasse um objetivo para um horizonte largo, sustentado por regras claras e estáveis.
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