Valor Econômico
O grupo holandês SHV Gas, que controla a distribuidora de GLP Minasgás e que adquiriu os 51% que faltavam para controlar a Supergasbras, vai manter as duas marcas operando de forma independente no mercado brasileiro.
"As duas são empresas do mesmo tamanho e as duas marcas são tradicionais e bem posicionadas no mercado. Por isso, elas serão mantidas separadas, cada uma com com sua equipe comercial e sua rede de revendas exclusiva, e competindo no mercado", explica Lauro Cotta, atual presidente da Minasgás.
Juntas, as duas empresas comercializaram 1,5 milhão de toneladas de GLP em 2003, que resultaram em faturamento líquido de R$ 2,4 bilhões.
Cotta assumirá em janeiro de 2005 a presidência da SHV Gas Brasil - nova empresa vai surgir após a fusão das duas distribuidoras. Até dezembro serão mantidas as atuais pessoas jurídicas, mas já com um mesmo presidente e diretores. O atual vice-presidente da Supergasbras, Patrick Libihoul, será o vice-presidente.
Cotta admite que além de a fusão gerar sinergias operacionais, haverá redução do número de funcionários, que atualmente soma cerca de 3,5 mil empregados nas duas empresas. Segundo ele, haverá redução de funcionários nos setores de produção e administração das duas marcas; ao mesmo tempo em que se prevê aumento de pessoal nas áreas de distribuição e comercialização. Deverão ser fechadas as bases de engarrafamento que são vizinhas. Evitando entrar em detalhes sobre o assunto, Cotta explica que dentro de "até 18 meses" deverão ser fechadas nove bases de engarrafamento; e abertas outras três.
Ao adquirir o controle da Supergasbras da família Lemos de Moraes, a SHV Gas subirá para o segundo lugar entre as maiores distribuidoras de GLP do país. Segundo dados do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de GLP (Sindigás) relativos ao mês de junho, a maior participação de mercado brasileiro era da Ultragás, com 24,5%; seguida pela SHG Gas (23,8%), à frente dos 21,6% das empresas do grupo Eni, que controla as marcas da Agip Brasil em processo de aquisição pela BR Distribuidora, da Petrobras. Questionado sobre a possibilidade de ter como meta tirar a liderança do grupo Ultra, já que terá logo atrás a gigante estatal, Lauro Cotta responde saindo pela tangente: "Quero liderar em qualidade, e não em volume", responde.
A consolidação da SHV no Brasil aconteceu nove anos após sua chegada ao país - em 1995, com a compra da Minasgás e de 49% da Supergasbras - se dá após a saída de duas gigantes: a Shell Gás, vendida para o Ultra por US$ 170 milhões; e as empresas do grupo Eni, vendidas para a BR por US$ 450 milhões.
"Esse negócio mostra que a SHV acredita no Brasil, no livre mercado e na legislação voltada para a segurança alinhada às melhores práticas internacionais", afirma Cotta.
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