Valor Econômico
Passados os rumores sobre uma possível saída do Brasil, a multinacional petrolífera Shell quer aumentar sua atuação nas áreas de gás e distribuição de combustíveis (downstream). Isso é o que garante Vasco Dias, novo presidente da Shell Brasil, que assumiu o posto no lugar de Aldo Castelli em fevereiro. Dias acha que, se a Shell tiver sorte nos trabalhos exploratórios, o Brasil pode se tornar um dos países mais importantes para o grupo na área de gás, ao lado da Rússia e desbancando os Estados Unidos.
Animado com as perspectivas do segmento de gás no país, Dias afirma que a Shell - segunda maior companhia de petróleo privada do mundo e que lucrou US$ 17,59 bilhões em 2004 - continua com esperança de se associar à Petrobras na exploração de gás na bacia de Santos, mesmo depois que o presidente da estatal, José Eduardo Dutra, ter reafirmado na semana passada que a Repsol tem prioridade na análise do projeto de desenvolvimento do campo de Mexilhão (no bloco BS-400).
Dias sabe disso e acrescenta que o prazo de exclusividade com a Repsol acaba em junho, afirmando ainda que a Shell também tem interesse em uma associação para exploração do BS-500, onde foram descobertos petróleo leve e gás.
Somente no downstream a Shell Brasil vai investir US$ 200 milhões no país em 2005 e apesar de ter 12,5% do mercado nacional de combustíveis, com cerca de 2.500 postos, Dias quer recuperar fatia de mercado que foi perdida para a BR e a Ipiranga nos últimos anos. O executivo enfatiza que a companhia considera estratégicos seus investimentos em três países da América do Sul: Brasil, maior mercado da região, Chile e Argentina, apesar das hostilidades do presidente Nestor Kirchner, que chegou a incitar a população a boicotar os produtos da Shell naquele país.
"A Shell está na Argentina há 80 anos e não faria nenhuma diferença no balanço da empresa a venda de seus ativos. Isso sem contar que custaria muito caro entrar de novo no país", disse Dias.
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