A Japan International Cooperation Agency (JICA), a maior agência de cooperações do mundo, vai investir R$ 10 milhões na implantação de núcleos de formação de trabalhadores para a indústria naval no Rio de Janeiro, Pernambuco, Bahia e Rio Grande do Sul. Os núcleos serão instalados nas unidades do Serviço Nacional de Aprendizagem da Indústria (Senai), nesses quatro estados.
Além da modernização tecnológica das escolas do Senai, a parceria com a agência japonesa permitirá a capacitação, nos próximos quatro anos, de 100 técnicos altamente especializados em áreas como mecânica naval, gestão da produção naval e soldagem de materiais compostos, muito utilizada no setor.
"Após o término do convênio, os núcleos continuarão a treinar técnicos nessas áreas", afirma o gerente executivo de Relações Internacionais do Senai, Frederico Lamego. O acordo formal entre as duas instituições deve ser firmado até o final de agosto e as atividades começam ainda este ano.
A parceria surgiu da necessidade de qualificação de mão de obra para duas grandes empresas japonesas, que negociam estaleiros no Brasil: a Ishikawajima-Harima Heavy Industries, que comprou 25% do Estaleiro Atlântico Sul (EAS), e a Kawasaky Heavy Industries, que está de olho em estaleiros em Salvador. Com a capacitação de brasileiros, as empresas japonesas precisarão contratar apenas 20 profissionais do Japão. Os demais técnicos especializados serão brasileiros formados pelo projeto.
Salários
Os salários dos técnicos formados para os estaleiros podem chegar a R$ 4 mil, de acordo com o Senai. No Rio, estado onde será instalado um dos núcleos, um mecânico naval ganha em média R$ 3,7 mil, mas a formação específica para o projeto deve elevar a remuneração. Além disso, os salários do setor vêm aumentando rapidamente por causa do aumento da demanda por navios no país. Em 2011, um trabalhador com a mesma formação ganhava R$ 3,4 mil em média, cerca de 10% a menos que em 2013.