Startups

São Paulo concentra 55% das startups de base científica e tecnológica do Brasil, diz levantamento

Entre as 875 deep techs mapeadas no país, 28% receberam recursos do PIPE-FAPESP, aponta relatório elaborado pela consultoria Emerge em parceria com o Cubo Itaú.

Redação TN Petróleo/Agência FAPESP
25/10/2024 10:03
São Paulo concentra 55% das startups de base científica e tecnológica do Brasil, diz levantamento Imagem: Divulgação Visualizações: 2000

O Brasil possui hoje aproximadamente 900 deep techs, como são chamadas as startups voltadas a criar tecnologias baseadas em avanços científicos que possuem ou superaram riscos de desenvolvimento e têm grande potencial de impulsionar mudanças, estabelecer novas indústrias e reinventar as atuais.

Quase 70% dessas deep techs estão situadas na região Sudeste, sendo 55% em São Paulo, entre outras razões, pela disponibilidade de recursos voltados ao fomento de startups, especialmente oriundos do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), da FAPESP.

As constatações são do Relatório Deep Techs Brasil 2024, elaborado pela consultoria Emerge em parceria com o Cubo do Itaú e a CAS. O relatório destaca que as deep techs vêm ganhando destaque nos cenários de investimento, industrial, governamental e acadêmico por contribuírem para solucionar grandes desafios globais, assim como proporcionar desenvolvimento socioeconômico.

Por meio de consultas à base de fomento e apoio a startups com esse perfil, fontes abertas de dados de startups e um mapeamento próprio, a Emerge identificou 875 deep techs no Brasil, atuantes em diversos setores, das quais 55,2% estão localizadas no Estado de São Paulo e 28% já receberam recursos do PIPE-FAPESP.

“Esse contexto reflete o forte estímulo e apoio ao desenvolvimento de startups, sendo o Estado de São Paulo um pioneiro e sede dos principais ecossistemas de inovação no Brasil. Além disso, abriga algumas das mais renomadas universidades e centros de pesquisa do país, como as universidades de São Paulo [USP], Estadual de Campinas [Unicamp] e Estadual Paulista [Unesp], além do Instituto Tecnológico de Aeronáutica [ITA] e o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais [CNPEM]”, apontaram os autores do documento.

“Iniciativas de fomento à inovação de base científica, como editais de Fundações de Amparo estaduais e programas regionais, como o Inova Amazônia, vêm contribuindo para o crescimento de ecossistemas em outras unidades federativas brasileiras”, avaliaram.

Desafio de financiamento
Ao contrário de ecossistemas de inovação mais maduros, as deep techs brasileiras demoram mais de cinco anos para iniciar o crescimento. Há organizações que estão no mercado há mais de uma década e ainda não conseguiram avançar no escalonamento de suas tecnologias, constataram os autores.

“O desafio de obter financiamento para o desenvolvimento de tecnologias no Brasil é grande e muitas startups acabam dependentes de editais de fomento ou de subvenção econômica, apresentando um ritmo extremamente lento de crescimento”, apuraram.

A maioria das deep techs brasileiras mapeadas ainda está focada no desenvolvimento de suas tecnologias, com apenas 30% das organizações avançando para as fases de escalonamento, comercialização e expansão. Essas startups enfrentam um desafio significativo entre o desenvolvimento inicial e final de suas soluções, que passa pela comprovação da viabilidade e aplicabilidade de suas tecnologias para atender a uma demanda de mercado.

“Durante essa transição, enfrentam um obstáculo crítico relacionado ao capital, pois as fontes de fomento público geralmente não se aplicam a esse estágio de maturidade e os investimentos privados são escassos, devido ao risco associado à baixa maturidade tecnológica”, afirmaram.

Programas de subvenção, fomento público e investidores-anjo representam 70% dos investimentos em deep techs brasileiras. No caso das que receberam mais de R$ 5 milhões de investimento, 70% utilizaram recursos públicos, constataram os autores.

“Dado o risco associado ao desenvolvimento tecnológico das deep techs, a combinação com investimento público não reembolsável é uma estratégia necessária para grande parte das startups. A FAPESP, a Finep, o Sebrae e a Embrapii têm desempenhado um papel muito relevante nesse ecossistema brasileiro. Da mesma forma, a cadeia de investimento privado é complexa e demanda vários tipos de investidores em cada etapa do desenvolvimento da tecnologia e do amadurecimento do negócio”, compararam.

O modelo de negócio das deep techs brasileiras está concentrado no desenvolvimento de novas tecnologias para venda direta ou licenciamento para grandes indústrias e os principais segmentos de mercado delas são os de saúde e agronegócio.

Ao comparar a taxa de crescimento médio dos setores de saúde (19,8%) e agro (20,8%) entre 2015 e 2024, os autores observaram que ela está próxima da média dos demais setores (18,8%).

“Esse dado reforça que, apesar do evidente potencial nos dois setores, há um aumento de startups deep techs sendo fundadas para os demais setores e, consequentemente, uma ampliação de suas oportunidades”, estimaram.

O relatório pode ser acessado pelo site https://emergebrasil.in/panorama-startups-deep-tech-brasileiras/.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Evento
PPSA reúne CEOs para debater o futuro da indústria de ól...
03/11/25
Evento
Porto do Açu e Porto de Antuérpia-Bruges assinam carta d...
03/11/25
Transição Energética
Fórum Econômico França-Brasil discute transição energéti...
03/11/25
Energia Elétrica
MP do setor elétrico: Órigo Energia ressalta importância...
03/11/25
Posicionamento IBP
PLV 10/2025 prejudica o ambiente de negócios e coloca em...
03/11/25
OTC Brasil 2025
SLB destaca protagonismo e compromisso com a inovação, s...
31/10/25
OTC Brasil 2025
MEQ Energy Hub: Impulsionando o Desenvolvimento Empresar...
31/10/25
OTC Brasil 2025
Foresea é vencedora do 8º Prêmio Melhores Fornecedores P...
31/10/25
OTC Brasil 2025
OTC Brasil 2025 reúne mais de 23 mil pessoas no Rio de J...
31/10/25
Premiação
Empresa baiana atendida pelo Sebrae vence Prêmio Melhore...
31/10/25
Energia Solar
Axial Brasil inicia montagem de trackers solares em usin...
31/10/25
Bacia de Santos
bp avança nos planos para a significativa descoberta de ...
31/10/25
OTC Brasil 2025
Seagems conquista pela quarta vez o Prêmio Melhores Forn...
31/10/25
OTC Brasil 2025
OTC Brasil conecta potencial da Margem Equatorial a inve...
30/10/25
OTC Brasil 2025
Nova versão do Painel Dinâmico de Emissões de Gases de E...
30/10/25
OTC Brasil 2025
Porto do Açu e IKM avançam em parceria para criação do p...
30/10/25
OTC Brasil 2025
Ambipar participa da OTC Brazil 2025 com foco em soluçõe...
30/10/25
Fenasan 2025
Merax marcou presença na Fenasan 2025 com equipamentos p...
30/10/25
OTC Brasil 2025
Inteligência Artificial, CCUS e descomissionamento sinal...
30/10/25
OTC Brasil 2025
Vallourec impulsiona o setor de óleo e gás com tecnologi...
30/10/25
ANP
Seminário debate estudos geoeconômicos do Polígono do Pr...
30/10/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.