Redação TN Petróleo/Assessoria
O presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (FIERN) e do Conselho Regional do SENAI-RN, Roberto Serquiz, destacou nesta segunda-feira (13) a força da “economia do mar” para impulsionar o desenvolvimento e a qualidade de vida no estado.
A análise foi realizada durante discurso na abertura da primeira Semana da Amazônia Azul & Economia do Mar, que a Marinha do Brasil realiza até o dia 19 de novembro, em Natal. O evento conta com apoio da FIERN, do SENAI-RN e de outros parceiros locais.
“O Rio Grande do Norte tem enormes vantagens competitivas para o desenvolvimento da economia do mar e um grande potencial de oferecer à população uma melhor qualidade de vida a partir do desenvolvimento sustentável”, disse Serquiz.
Ele observou que além da pesca e da manutenção de navios, essa extensa área envolve uma faixa costeira composta por 29 municípios e atividades existentes e potenciais ligadas à carcinicultura, energias renováveis, petróleo, minerais, serviços portuários e cabotagem.
“Os municípios distribuídos nessa faixa costeira respondem por 70,4% do PIB (Produto Interno Bruto – a soma de todas as riquezas produzidas do Rio Grande do Norte) e concentram 58% da população do estado. Nós temos um potencial enorme e condição de oferecer a essa população uma melhor qualidade de vida a partir do desenvolvimento sustentável. Temos a possibilidade de ter um desenvolvimento econômico com sustentabilidade”, acrescentou.
O presidente apresentou o evento como espaço “de uma importância imensurável” para discussão das oportunidades disponíveis a partir da localização privilegiada e da extensão da costa marítima do estado, assim como para suscitar reflexões e divulgar para a sociedade o significado dos conceitos de Amazônia azul e economia do mar.
Cluster
Roberto Serquiz ressaltou, ainda, que, para promover todo esse potencial, o estado conta com um Cluster Tecnológico Naval, associação fundada oficialmente em dezembro de 2022 para otimizar o desenvolvimento dos setores envolvidos na economia do mar.
O grupo tem como instituições fundadoras a FIERN, o SENAI e a Coopesbra (Cooperativa de produção e serviços da Cadeia Produtiva da Pesca e da Aquicultura do Brasil), e como empresas fundadoras a 3R Petroleum, a Intermarítima Portos e Logística e a Emgepron, da Marinha – principal referência em engenharia naval estratégica no Brasil.
A expectativa é que o Cluster Naval do RN atue de forma a aproveitar as características que o estado possui de forma a fortalecer investimentos, políticas públicas, legislações e todas as questões e tomadas de decisão que envolvam Economia do Mar. O fundador e presidente do Cluster, Amaro Sales de Araújo, vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e ex-presidente da FIERN, e o diretor do SENAI-RN e do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER), Rodrigo Mello, participaram do evento.
“Esse Cluster foi fundado a partir dos esforços de seis instituições e, a partir do próximo ano, vai abrir as portas para receber associados em prol do desenvolvimento sustentável a partir da economia do mar”, antecipou Roberto Serquiz.
A economia do mar é um conceito que envolve atividades econômicas com influência direta do mar, entre outras que são realizadas nas adjacências marítimas.
“O objetivo deste evento é gerar reflexão sobre as possibilidades de exploração sustentável das riquezas do mar”, disse o presidente da Sociedade Amigos da Marinha Natal, Paulo César Dantas Fernandes, na abertura do evento, frisando que “a exploração da Amazônia Azul não é só questão econômica e de soberania, mas também oportunidade de desenvolvimento científico e tecnológico nos próximos anos”.
“É um mar de oportunidades”, complementou ele, citando a energia eólica offshore e a indústria do hidrogênio verde entre as novas frentes de investimento que se abrem na região.
A programação nesta segunda contou com a presença de uma série de autoridades, incluindo a senadora Zenaide Maia, o deputado federal Sargento Gonçalves, o Almirante-de-Esquadra Elis Treidler Oberg, o vice-Almirante Alexander Reis Leite, comandante do 3º Distrito Naval, José Daniel Diniz Melo, reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), vice-Almirante Edésio Teixeira, diretor presidente da Engeprom, Brigadeiro do Ar, Carlos Eduardo da Costa Almeida, contra-Almirante Ricardo Jaques Ferreira, secretário da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar e de Jaime Calado, secretário estadual de Desenvolvimento Econômico.
Evento continua nesta terça, com “Encontro Brasil-Reino Unido – Oportunidades para a cadeia de energia eólica offshore”
A primeira Semana da Amazônia Azul & Economia do Mar continua nesta terça (14), na Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (FIERN), com o “Encontro Brasil-Reino Unido – Oportunidades para a cadeia de energia eólica offshore”.
O Encontro será realizado a partir das 9h, na Casa da Indústria, com palestras de especialistas britânicos sobre desafios, soluções, tecnologia e infraestrutura de escoamento, com foco no setor.
As inscrições são gratuitas e estão abertas no Sympla: https://www.sympla.com.br/evento/encontro-brasil-reino-unido-oportunidades-para-a-cadeia-de-energia-eolica-offshore/2221681, onde a programação também está disponível.
O evento é promovido pelo Consulado do Reino Unido no Recife (PE), em parceria com o SENAI do Rio Grande do Norte.
A discussão sobre o tema ocorre em um momento em que investimentos no setor eólico offshore já são realidade na Europa, na Ásia e nos Estados Unidos e em que, em território brasileiro, começam a despontar no horizonte também como oportunidades.
O Reino Unido é líder do setor na Europa e sedia o desenvolvimento do maior complexo eólico offshore do mundo. A geração da ‘energia dos ventos’, com turbinas instaladas no mar, e a cadeia produtiva em torno dessa indústria existem há aproximadamente 10 anos na região.
Já no Brasil, a intensificação de estudos e o processo de regulamentação da atividade tiveram largada para início da implantação dos primeiros complexos eólicos do tipo. Pelo menos 78 empreendimentos previstos para a costa do país já estão à espera de licenciamento do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
A maior parte da potência (45,61%) está concentrada no Nordeste, nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Maranhão e Piauí.
Apenas para o Rio Grande do Norte, maior gerador de energia eólica em terra, estão cadastrados 10 projetos junto ao Ibama, com potência somada de 17,84 Gigawatts (GW). O número corresponde a quase 10% do total previsto para o Brasil no offshore e a mais que o dobro da capacidade atualmente instalada nos parques terrestres do estado.
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