Durante a abertura, lideranças do setor destacam investimentos de até R$ 29 bilhões em dutos e foco na transição energética.
Redação TN Petróleo/Assessoria IBPPatrocínio de cobertura
A Rio Pipeline & Logistics 2025, o principal ponto de encontro global do setor de dutos, transporte e logística, começou hoje no Rio de Janeiro, com a sessão de abertura reunindo autoridades do governo federal e estadual, representantes do IBP e executivos das principais empresas do setor de óleo e gás do país. A sessão iniciou com anúncio de investimentos de até R$ 29 bilhões e discussões centradas em transição energética, inovação e sustentabilidade como pilares para o futuro.
Roberto Ardenghy, presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) - organizador do evento -, destacou o fato da edição deste ano contemplar o segmento de logística. "Tudo depende da logística e precisamos ter essa visão completa do setor. Por isso, decidimos incorporar o segmento de logística em sua programação, com mais de 50% de área de exposição superior à edição anterior e 30% a mais de inscrições", afirmou Ardenghy.
A importância da conexão de gás no Cone Sul, em especial, do Brasil com o campo de Vaca Muerta, na Argentina, e a ampliação da malha de dutos na região Centro-Oeste, com a expansão da produção de biocombustíveis, também ganharam destaque na abertura do evento. O presidente interino da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Carlos Eduardo Cabral Carvalho, anunciou um plano que prevê investimentos da ordem de até R$ 29 bilhões na infraestrutura dutoviária do país, que será lançado na próxima quinta-feira (11), na Rio Pipeline & Logistics.
O modal dutoviário é apontado como mais seguro e menos impactante em emissões de CO₂, um contraponto ao modal rodoviário. A diretora executiva de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, Angélica Laureano, apontou como temas fundamentais os planos de logística para a Margem Equatorial e a expansão da malha de gasodutos para a região Centro-Oeste.
Também participaram da abertura Marcelo Weydt, diretor do Departamento de Gás Natural do Ministério de Minas e Energia (MME); Otto Luiz Bulier, diretor da Secretaria Nacional de Hidrovias e Navegação do Ministério de Portos e Aeroportos (MPOR); Artur Watt, diretor geral da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP); Sérgio Bassi, presidente da Transpetro; Cássio Coelho, secretário de Energia e Economia do Mar do Estado do Rio de Janeiro (SEENEMAR); Ildemar Nunes, co-chair da Rio Pipeline & Logistics Petrobras; Sylvie D'Apote, diretora executiva de Gás Natural do IBP; Cláudia Rabello, diretora executiva Corporativa do IBP; e Ana Mandelli, diretora executiva de Downstream do IBP.
Investimento em segurança de dutos
No painel CEO Talks, o presidente da Transpetro, Sérgio Bacci, detalhou os planos de expansão da companhia que alia fortes investimentos em tecnologia para combater o roubo de combustíveis, expansão da frota naval e iniciativas de responsabilidade social. "Temos investido R$ 100 milhões por ano em tecnologia para evitar furtos, e como resultado a Transpetro reduziu essas ocorrências em 90%", disse.
De acordo com ele, a Transpetro planeja dobrar sua frota de navios. "Devemos aumentar a frota em 80% nos próximos anos. Teremos no final do mês o resultado do processo de contratação de 8 navios e estamos prestes a lançar um edital para a construção de mais quatro navios em estaleiros brasileiros", anunciou o executivo. Precisamos criar uma demanda de longo prazo, de pelo menos 20 anos, para seguir com o desenvolvimento constante e perene gerando empregos e renda no Brasil", conclui o presidente da Transpetro.
Investimentos em infraestrutura de dutos e logística
No painel "Panorama dos Investimentos em Infraestrutura de Dutos e Logística no Setor de O&> no Brasil", o IBP apresentou um estudo que mapeou a destinação dos recursos captados por meio de debêntures incentivadas com o setor de óleo e gás em 2024. O levantamento registrou um volume de R$ 26 bilhões em 33 ativos, sendo a maior parte em infraestrutura de dutos e no processamento de gás natural. Já o setor de transporte e logística atraiu R$ 104 bilhões em 159 ativos.
A análise foi conduzida pela gerente de análises técnicas do setor de O&> do IBP, Isabella Costa, economista Aldren Vernersbach e analista econômico Leonardo Lima e será disponibilizada no site do instituto.
As estratégias das empresas independentes
Duas das principais empresas independentes de óleo e gás do país apresentaram seus projetos, estratégias e diferenciais para avançar no mercado. Renato Santos, coordenador de Subsea da PRIO, destacou que as "independentes não são pequenas majors", pois têm de estar sempre "focadas em redução de custos" e manter seus lifting costs controlados, a fim de buscar dinamismo e eficiência. Ele citou o caso do campo de Polvo, cuja previsão era realizar o descomissionamento em 2018, mas que agora a estimativa aponta para 2032.
Já Priscilla Borges, da área de integridade da Brava Energia, o programa de integridade dos ativos da companhia é parte importante da estratégia da empresa, que, além de atuar no nicho de campos maduros, busca ter um portfólio diversificado, com produção de óleo e gás onshore, offshore em águas rasas e profundas. Ela mencionou o caso do campo de Atlanta, um projeto greenfileld da companhia que tem espaço para ampliar a produção por meio da interligação de novos poços à plataforma existente.
Painéis técnicos: controle de qualidade e segurança
A agenda na manhã do primeiro dia de evento também incluiu painéis técnicos. As principais transportadoras de gás da indústria nacional - Transpetro, TBG, TAG, e NTS - levaram para o painel 'Centros de Controle Inteligentes: ganhos e desafios de eficiência e segurança operacional na era da transformação digital' uma ampla discussão sobre as iniciativas de transformação digital voltadas para ganhos de eficiência e segurança operacional em seus centros de controle.
A Transpetro destacou a modernização do sistema supervisório, a padronização de telas e avanços na detecção de vazamentos, com ênfase no fator humano. A TAG apresentou os sistemas de gestão de gás, console de otimização e aplicação de machine learning para previsibilidade e alarmes inteligentes. A NTS abordou a implementação de um novo sistema supervisório com inteligência artificial, simulação em tempo real para análises preditivas e o uso de um "data fabric" para otimização de dados. E a TBG ressaltou a atualização do SCADA (Sistema de Controle Supervisório e Aquisição de Dados), a redundância em nuvem do Centro de Controle e o emprego de gêmeos digitais, reforçando a importância da segurança cibernética e da colaboração multifuncional no futuro do setor.
Na sessão 'Impact of Specific Environmental Conditions on Pipeline Corrosion', especialistas discutiram como fatores ambientais influenciam a corrosão externa e interna das tubulações. Eles ressaltaram a importância de estudos de caso detalhados para garantir a integridade e a segurança das operações dutoviárias em ambientes desafiadores.
Já o painel 'Gêmeos Digitais, Monitoramento Remoto e Conectividade Avançada' explorou como a tecnologia está revolucionando a gestão de ativos no setor e mostrou como os gêmeos digitais permitem a simulação de cenários e a otimização de operações em tempo real. As tecnologias de monitoramento remoto e conectividade avançada foram apresentadas como ferramentas essenciais para aumentar a eficiência, a segurança e a sustentabilidade das operações de dutos.
Sobre a Rio Pipeline & Logistics - A Rio Pipeline & Logistics é realizada no ExpoRio Cidade Nova de 9 a 11 de setembro e conta com o patrocínio Master da Petrobras, patrocínio Diamond das empresas TAG, TBG e Transpetro, patrocínio Platinum da NTS e da Tenaris, patrocínio Ouro da TechnipFMC, patrocínio Prata da Rosen e patrocínio Bronze da SLB + Enivibes, Solar Turbines, Tory Tech, Energia Latam, Ecopetrol e Parceria Estratégica da Secretaria de Energia e Economia do Mar do Governo do Estado do Rio de Janeiro. Conta com o apoio institucional das seguintes entidades: ABCM, Abegás, AbesPetro, Abimaq, ABICAM, ABRACO, ABTL, AHK, Arpel, ATP, CTDUT, EIC e Energeo. Tem como apoio de mídia as seguintes empresas: Eixos, Offshore, Oil & Gas Journal, Petro & Química, PTJ, TN Petróleo e World Pipelines.
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