Estudo

Regulação e falta de mão de obra afetam petroleiras

A conclusão faz parte de um estudo global que a Accenture apresenta nesta quarta-feira (3), durante a abertura da primeira fase de um centro de inovação da empresa de consultoria no Rio de Janeiro - o sexto dela no mundo. De acordo com o trabalho, que aborda o planejamento

Valor Econômico
03/10/2012 08:20
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Impasses regulatórios e ambientais e a falta de mão de obra qualificada são os principais entraves para o desenvolvimento da indústria do petróleo e gás natural no Brasil. A conclusão faz parte de um estudo global que a Accenture apresenta nesta quarta-feira (3), durante a abertura da primeira fase de um centro de inovação da empresa de consultoria no Rio de Janeiro - o sexto dela no mundo.

De acordo com o trabalho, que aborda o planejamento para a implantação de projetos de capital intensivo na indústria energética, o setor demandará investimentos globais de US$ 38 trilhões no período de 2011 a 2035. A consultoria estima que esse orçamento vai "estourar" em US$ 5 trilhões devido a falhas no planejamento provocados principalmente por impasses regulatórios e escassez de mão de obra.

Do total de investimentos previstos, mais da metade (aproximadamente US$ 20 trilhões) será para o setor de petróleo e gás natural no mundo. O estudo não fornece um valor específico para o Brasil. Mas a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) prevê investimentos de R$ 749 bilhões no segmento no país até 2021.

O levantamento foi feito a partir da entrevista com 61 executivos de 21 países, incluindo o Brasil, que atuam no segmento de energia e respondem por projetos de pelo menos US$ 1 bilhão. Segundo os entrevistados, a área regulatória (incluindo o licenciamento ambiental) responde por 45% dos principais desafios para a implantação de projetos no prazo previsto. Em segundo lugar está a disponibilidade de força de trabalho qualificada (37%).

"[No Brasil], curiosamente os temas mais importantes a serem tratados desde a concepção do projeto, como a legislação setorial e as políticas de segurança, meio ambiente e saúde, são vistos pelos empreendedores um pouco tarde dentro desses processos", explica o líder de energia para a América Latina da Accenture, Guilherme Pinheiro.

Os dados relatados pela consultoria estão em linha com os resultados de um estudo semelhante desenvolvido pela Deloitte. O trabalho concluiu que a falta de mão de obra qualificada está entre os principais obstáculos apontados para o desenvolvimento da indústria petrolífera na América Latina.

"É necessária uma preparação de mão de obra já nas universidades", afirma Carlos Vivas, consultor da Deloitte para o setor de petróleo e gás natural no Brasil.

Segundo o levantamento, feito a partir de pesquisa com executivos do setor petroleiro, 45% dos entrevistados destacaram que a falta de mão de obra é a preocupação primária dessas empresas. O número é quase o dobro do percentual registrado na mesma pesquisa realizada em 2011, quando registrou 28%.

O estudo da Accenture será o tema do primeiro encontro a ser realizado no recém-criado centro de inovação da empresa no Brasil. A unidade, que ficará na base da companhia no centro do Rio de Janeiro, é a sexta da consultoria em todo o mundo. As outras estão localizadas na China, Japão, Reino Unido, Austrália e Estados Unidos.

Segundo Pinheiro, num primeiro momento, o centro será voltado a estudos e pesquisas nas áreas de petróleo e gás natural, utilities (serviços) e telecomunicações. Numa segunda etapa do projeto, prevista para maio de 2013, será realizada a consolidação e integração do centro com as demais unidades no resto do mundo, a partir de tecnologias de "telepresença" (serviços de conferência de vídeo em alta definição).

Cada centro de inovação da Accenture é especializado em determinada área da indústria A unidade brasileira vai priorizar o setor de petróleo e gás natural. A expectativa é que 20 especialistas trabalhem no estabelecimento. O valor do investimento no projeto não foi revelado. "Na primeira fase, não haverá um investimento significativo. O investimento na segunda etapa será muito maior", conta Pinheiro.
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