Redação TN Petróleo, Agência Petrobras
Segundo levantamento realizado em 2020 pelo Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), executado pela Petrobras, dos cerca de 15.489 animais encontrados, mais da metade, 8.951, foram aves marinhas. Os Pinguins de Magalhães (Spheniscus magellanicus) lideram a lista, com 5.656 animais registrados, seguido do gaivotão (Larus domenicanus), com 810 encontrados, do Bobo-pequeno (Puffinus puffinus), com 770 e do Atobá-pardo (Sula leucogaster), com 708.
Muitos são encontrados mortos ou machucados, afetados por lixo, petrechos de pesca e outras interferências das ações humanas. Nas praias do Rio de Janeiro, por exemplo, 63,9% das fragatas encontradas debilitadas apresentavam sinais do contato humano como lesões causadas por linhas de pipa com cerol e linha chilena. No litoral de São Paulo, nas praias Grande, Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe, grande parte das gaivotas e atobás foram resgatados e diagnosticados com intoxicação alimentar, em função da ingestão de lixo.
As equipes dos Projetos de Monitoramentos de Praias (PMPs) atuam diariamente e todos os animais marinhos encontrados debilitados ou mortos são avaliados e, quando necessário, são encaminhados para o atendimento veterinário.
O período da reabilitação pode demorar alguns meses, de acordo com o estado de saúde de cada animal. De maneira geral, as aves marinhas chegam as unidades de tratamento apresentando hipotermia (temperatura abaixo do normal), hipoglicemia (falta de açúcar no sangue) e desidratação. “Os animais muitas vezes perdem a mobilidade, a capacidade de voar e de caçar sozinhos. O tratamento visa propiciar a estas aves a recuperação de movimento/voo e de alimentação espontânea, para que possam sobreviver na natureza. Avaliamos, ainda, o peso adequado e a integridade das penas, para que a soltura possa ser realizada com sucesso”, comenta o engenheiro ambiental da Petrobras, Thiago Otto.
Gaivota de botinha
Nas reabilitações mais longas, pensando em reduzir as consequências do período em cativeiro, a Unidade de Estabilização de Animais Marinhos da Univali, localizado em Penha (SC), estruturado e mantido pelo PMP-BS, desenvolveu uma “botinha” para as gaivotas – um curativo para evitar possíveis lesões em função dos longos períodos apoiadas somente no piso plano. “Quando estão na natureza, é difícil as gaivotas formarem calos, pois ficam na areia, no mar ou voando ”, explica Otto.
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