Biodiesel

Projeto arrecada 20.000 litros de óleo de cozinha por mês

Agência USP
16/09/2009 10:35
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Ensinar as crianças sobre a importância de descartar o óleo de cozinha corretamente é a missão dos profissionais do Laboratório de Desenvolvimento de Tecnologias Limpas (Ladetel), da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP. Desde 2003, o grupo desenvolve o projeto Biodiesel em Casa e nas Escolas. Além das escolas, participam dessa ação restaurantes, supermercados e indústrias que precisam de certificação ambiental e necessitam dar um destino adequado a seus óleos. O óleo coletado é usado em pesquisas de biodiesel. 
 

O coordenador do Ladetel e professor da USP, Miguel Dabdoub, conta como surgiu a ideia. "Pensamos que a melhor forma de entrar nas casas e conscientizar as famílias era por meio das crianças e isso se provou na prática", diz. Todo mês, o projeto arrecada cerca de 20 mil litros de óleo de cozinha usado e conta com a participação de cerca de 25 mil estudantes, em 25 municípios. 
 

Ao chegarem numa escola, os integrantes do projeto organizam palestras e orientam os estudantes sobre os problemas que o óleo causa quando descartado incorretamente, como a impermeabilização do leito de rios, poluição da água e morte de animais e plantas. Depois disso, eles são convidados a levar os resíduos do óleo utilizado em suas casas para as escolas, onde são recolhidos pelo programa. Cada vez que um aluno leva uma garrafa de óleo, recebe um cupom para concorrer a prêmios. Quando a escola atinge uma determinada quantidade de óleo coletado, é realizado um sorteio de prêmios aos estudantes. 
 

Todo óleo captado é destinado ao Ladetel em amostragens, para ser analisado pleos graduandos do projeto. Essas análises fazem o controle da qualidade do material coletado de cada estabelecimento participante, que recebe a orientação necessária para o uso do óleo em frituras, evitando assim, problemas típicos da reutilização excessiva do óleo. 
 

Fritura não faz mal 
 

Os restaurantes são os principais interessados no resultado da análise do óleo usado. Para Dabdoub, é importante ressaltar que a fritura não faz mal, "sempre digo que a fritura não faz mal, o que faz mal é a fritura mal realizada. É você reutilizar intensivamente e repetidamente o óleo de fritura. Se você elevar muito a temperatura e depois esfriar, ela vai absorvendo ar, absorve oxigênio, forma radicais livres, forma materiais polares. Esses radicais livres são conhecidos como causadores do envelhecimento e do câncer", conclui. 
 

Outro problema da fritura mal realizada é que ela forma ácido graxo. Junto com os produtos de oxidação desse óleo, os ácidos graxos inibem a ação das enzimas pancreáticas diminuindo a digestão. "É por isso que, às vezes, a pessoa come um salgado frito e passa mal, não digere bem. Esse óleo foi usado durante 15 dias, repetidas vezes num restaurante provocando a formação desses compostos e de gorduras trans, que também diminui a digestão, aumenta o teor do colesterol ruim e causa problemas arteriais e cardiovasculares. Aí é que a gordura faz mal", explica o professor. 
 

Para evitar esses problemas, Dabdoub explica que "se utilizar na sua casa o óleo numa temperatura abaixo de 200 graus [ºC] e reutilizar duas a três vezes no máximo, sem aquecer e resfriar, não vai ter problema com fritura". 
 

A melhor forma de descarte do óleo de cozinha usado, para quem não mora perto de postos de coleta, nem participa de programas como esse, é colocar todo o óleo usado, depois de esfriar, em garrafas PET e jogá-lo no lixo comum (orgânico).
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