Redação TN Petróleo/Assessoria UNICA
Na segunda quinzena de dezembro, as unidades produtoras da região Centro-Sul processaram 1,73 milhão de toneladas ante a 4,92 milhões da safra 2023/2024 – o que representa queda de 64,86%. No acumulado da safra 2024/2025 até 1° de janeiro, a moagem atingiu 613,6 milhões de toneladas, ante 644,2 milhões de toneladas registradas no mesmo período no ciclo anterior – queda de 4,75%.
Operaram na segunda parte de dezembro 59 unidades produtoras, sendo 43 unidades com processamento de cana, 10 empresas que fabricam etanol a partir do milho e seis usinas flex. No mesmo período, na safra 23/24, operaram 103 unidades produtoras. Ao final da quinzena, 38 unidades encerram a moagem, enquanto no acumulado já se contabilizam 244 unidades. No ciclo anterior, até 1° de janeiro, 244 usinas haviam terminado com seu período de processamento.
Em relação à qualidade da matéria-prima, o nível de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) registrado na segunda quinzena de dezembro atingiu 121,58 kg de ATR por tonelada de cana-de-açúcar, contra 136,46 kg por tonelada na safra 2023/2024 – variação negativa de 10,9%. No acumulado da safra, o indicador marca 141,28 kg de ATR por tonelada, índice levemente superior (1,21%) ao do último ciclo na mesma posição.
Produção de açúcar e etanol
A produção de açúcar na segunda quinzena de dezembro totalizou apenas 63,52 mil de toneladas, registrando queda de 73,12% na comparação com a quantidade registrada em igual período na safra 2023/2024 (236,33 mil toneladas). No acumulado da safra, a fabricação do adoçante alcançou 39,78 milhões de toneladas, contra 42,06 milhões de toneladas do ciclo anterior (- 5,42%).
Na segunda metade de dezembro, a fabricação de etanol pelas unidades do Centro-Sul atingiu 485,66 milhões de litros, sendo 301,83 milhões de litros de etanol hidratado (-15,25%) e 183,83 milhões de litros de etanol anidro (+6,69%). No acumulado do atual ciclo agrícola, a fabricação do biocombustível totalizou 32,42 bilhões de litros (+3,07%), sendo 20,64 bilhões de etanol hidratado (+9,8%) e 11,78 bilhões de anidro (-6,93%).
Do total de etanol obtido na segunda quinzena de dezembro, 82,79% foram fabricados a partir do milho, registrando produção de 402,08 milhões de litros neste ano, contra 279,39 milhões de litros no mesmo período do ciclo 2023/2024 – aumento de 43,92%. No acumulado desde o início da safra, a produção de etanol de milho atingiu 6,03 bilhões de litros – avanço de 30,86% na comparação com igual período do ano passado.
Vendas de etanol
No mês de dezembro, as vendas de etanol totalizaram 2,95 bilhões de litros, o que representa uma variação positiva de 2,55% em relação ao mesmo período da safra 2023/2024.
No mercado interno, o volume de etanol hidratado vendido pelas unidades do Centro-Sul totalizou 1,78 bilhão de litros, o que representa queda de 1,7% em relação ao mesmo período da safra anterior. A venda de etanol anidro, por sua vez, atingiu a marca de 1,04 bilhão de litros, aumento de 15,54%.
No acumulado desde o início da safra até 1° de janeiro, a comercialização de etanol pelas unidades do Centro-Sul somou 26,78 bilhões de litros, registrando crescimento de 11,84%. O volume acumulado de etanol hidratado totalizou 17,29 bilhões de litros (+20,34%), enquanto o de anidro alcançou 9,49 bilhões de litros (-0,92%).
O diretor de Inteligência Setorial da UNICA, Luciano Rodrigues, esclarece que “a despeito da menor moagem de cana-de-açúcar, as vendas de etanol foram sustentadas pela maior oferta do biocombustível fabricado a partir do milho, pelo menor nível de exportação, pela menor proporção de cana-de-açúcar direcionada à fabricação de açúcar e pelos estoques de passagem mais elevados no início do ciclo 2024/205”. O volume disponível nos tanques das usinas e a produção de etanol de milho no primeiro trimestre de 2025 oferecem amplo conforto para o abastecimento do mercado interno durante a entressafra, concluiu o executivo.
Mercado de CBios
A meta compulsória de descarbonização para 2024 estabeleceu a necessidade de aquisição e aposentadoria de 38,78 milhões de Créditos de Descarbonização (CBios) até 31 de dezembro. Conforme informações da ANP, a disponibilidade total de CBios para o cumprimento da meta de 2024, entre 1° de abril e 31 de dezembro (período de cumprimento da meta), foi de 50,04 milhões. Esses números evidenciam que, em nenhum momento, houve escassez de CBIOs no mercado. “A emissão de títulos pelos produtores foi mais do que suficiente para atender às exigências legais das distribuidoras, garantindo o cumprimento das metas sem gerar qualquer tipo de estresse ou desequilíbrio no mercado”, explica Rodrigues.
O executivo da UNICA acrescenta que “o saldo final de CBios após o cumprimento de meta de 2024 resultou em um excedente superior a 16 milhões de créditos disponíveis para negociação. Esse volume disponível no início de 2025 já é equivalente a um terço da meta total estipulada para este ano”.
Link para tabelas
Fale Conosco