BNDES

Produção de aço crescerá 63%

Levantamento realizado pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) afirma que a produção nacional de aço bruto alcançará patamar recorde de 43,1 milhões de toneladas em 2014, uma expansão de 63% em relação

Folha de S.Paulo
29/07/2010 10:05
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Levantamento realizado pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) afirma que a produção nacional de aço bruto alcançará patamar recorde de 43,1 milhões de toneladas em 2014, uma expansão de 63% em relação ao desempenho de 2009.
 
 
A performance do setor será puxada pelo maior ritmo de expansão da economia e pelo crescimento da demanda de aço para exploração do pré-sal e para os projetos da Copa e da Olimpíada.
 
 
Nos cálculos do BNDES, o pré-sal, a Copa e a Olimpíada vão criar uma demanda adicional de aço de 7,8 milhões de toneladas. Apesar disso, Fernando Puga, um dos autores do estudo, diz que não há risco de gargalo no setor.
 
 
O estudo considera um ritmo de expansão da economia a partir de 2011 da ordem de 5% a 5,5% ao ano. Uma expansão mais acelerada da economia pode resultar, no entanto, em redirecionamento das exportações para o mercado interno.
 
 
Parte da produção de aço consiste em produtos semi-acabados, destinados à exportação, e, em geral, menos rentáveis do que a venda de laminados no mercado interno, segundo o banco. Os projetos para exportação podem ser redirecionados para o mercado interno com investimentos em laminação.
 
 
O banco calcula que o saldo da produção que pode ser destinada à exportação fique em 9,7 milhões de toneladas em 2014 -o que seria uma volta ao nível de 2008.
 
 
As contas do banco incluem a entrada em operação da CSA (Companhia Siderúrgica do Atlântico) e da Vallourec & Sumitomo no segundo semestre. Além disso, o banco contabilizou a entrada em operação da Companhia Siderúrgica do Pecém, no Ceará, e a expansão da produção da usina de João Monlevade, em Minas Gerais, entre outros projetos.
 
 
PROJEÇÕES
 
 
Até 2013, os principais projetos mapeados pelo BNDES representam investimentos de US$ 27,7 bilhões (ou R$ 51 bilhões). A utilização da capacidade do setor passará de 66,6% em 2009 para 82,1% em 2014, abaixo da média entre 2002 a 2008.
 
 
Segundo o presidente do Conselho Diretor do Instituto Aço Brasil, André Johannpeter, no pior momento da crise econômica mundial o setor operou com 50% da capacidade e 6 dos 14 altos fornos desligados.
 
 
As projeções de investimento e produção do instituto para 2016 são ainda mais otimistas: estima que será possível produzir 77 milhões de toneladas de aço, com investimentos de US$ 40 bilhões (R$ 73,6 bilhões).
 
 
O consumo de aço per capita no país ainda está longe do verificado em países como os EUA e a China. O Instituto Aço Brasil prevê que o consumo per capita alcance em 2010 o patamar de 129,3 kg/ habitante. No ano passado, o consumo nos EUA foi de 186,9 kg/habitante. Na China, a 405,2 kg/habitante.
 
 
O aumento do consumo é apontado como um dos desafios do setor, ao lado da necessidade de mecanismos para maior acesso ao mercado internacional e ao risco de desindustrialização do país, em razão da concorrência com importados, principalmente da China.
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