Pré-Sal
DCI (Diário Comércio e Indústria)
A despeito da controvérsia sobre o marco regulatório do petróleo e da criação de uma nova estatal para tratar da exploração da camada pré-sal, a Petrobras tem agendado para o dia 2 de setembro o início das atividades da plataforma P-34, no Campo Jubarte, na Bacia de Campos, na altura do estado do Espírito Santo. A primeira extração de um campo do pré-sal, que deverá contar com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, será feita em um poço com vazão de produção de 10 mil a 20 mil barris por dia.
A informação foi passada por fontes ligadas ao presidente, que esteve, ontem, no Ceará, para inaugurar o terminal de regaseificação de GNL e a segunda usina de biodiesel da Petrobras. Na ocasião, o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, ressaltou que será a oferta de plataformas e outros equipamentos necessários para exploração dos campos do pré-sal que irá determinar o novo plano de negócios da empresa, que está sendo atualizado para 2009-2013 e, também, será divulgado em setembro.
Costa afirmou que o volume de investimento de US$ 112,4 bilhões, previsto para 2008/2012, deverá aumentar substancialmente para o novo período, que coincide com o prazo dado para o início efetivo das atividades na camada pré-sal. O diretor, no entanto, declarou que a maior dificuldade do plano não está na capacidade financeira da empresa e sim na capacidade física, no Brasil e no exterior, já que a oferta de equipamentos poderá não atender à demanda necessária para atingir as metas de exploração e produção. "Óbvio que o pré-sal é um investimento gigantesco, mas as outras áreas não vão ficar sem ter os investimentos necessários", ressaltou. No entanto, ele não fez nenhuma referência direta às discussões sobre a criação da Petrosal.
Segundo Costa, seria impossível desenvolver o pré-sal, onde podem estar estocados bilhões de barris de petróleo numa extensão do Espírito Santo à Santa Catarina, se não forem desenvolvidos projetos complementares, mas imprescindíveis, como o refino, principalmente, que irá agregar valor às grandes descobertas na costa brasileira. "Não adianta aumentar a produção de petróleo e não ser capaz de refiná-lo", observou. Ele acredita que as cinco novas refinarias, planejadas para entrar em funcionamento até 2016, talvez não sejam suficientes para processar todo o óleo bruto que será extraído das novas áreas. Apenas em Tupi, as reservas podem chegar a 8 bilhões de barris.
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