Redação TN Petróleo/Assessoria IBP
O petróleo, como as demais commodities, é comercializado no mercado internacional e sua cotação é mostrada de forma transparente e em tempo real nas bolsas de mercadorias, refletindo as dinâmicas globais de oferta e demanda. Uma característica básica do mercado de commodities é que os seus preços não são controlados pelos produtores, mas dados por centenas de variáveis, derivadas, dentre outros, de fatores geopolíticos, logísticos, climáticos, e o mesmo critério se aplica ao mercado de petróleo.
Ainda que ao longo da década de 1970, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) tenha exercido alguma influência nos preços, a realidade atual é marcada por um contexto internacional de complexidade muito maior, no qual diversos elementos entram em cena no sentido de afetar os preços.
O aumento no preço do petróleo observado ao longo da década de 2000, motivados pela elevação da demanda global, puxada, sobretudo, pela China, acarretou a busca de novas áreas produtoras com o auxílio de tecnologias cada vez mais sofisticadas que viabilizassem sua produção econômica. Em um mercado mais competitivo, com a entrada dos novos players, os preços passaram a se aproximar do seu custo marginal.
O caso mais notável é o do shale norte-americano, cuja produção supera em mais de duas vezes a produção total brasileira. O desenvolvimento da técnica do fracking ao longo dos anos 2000 levou a um boom na produção de petróleo norte americana. Nesse contexto, os EUA passam a ter um papel contundente na formação dos preços no cenário internacional; e ainda que países de relevância, como a Rússia, atuem como aliados da OPEP, no grupo chamado OPEP+, foram justamente desalinhamentos entre aliados, por conta de discordâncias sobre as cotas de produção por país, que contribuíram para o excesso de oferta causador da queda vertiginosa dos preços no início da pandemia da COVID-19. O cenário de volatilidade foi aguçado com o conflito entre Rússia e Ucrânia, mostrando que o contexto geopolítico desempenha um papel-chave na dinâmica dos preços das commodities.
Deste modo, é fundamental que os preços locais de derivados de petróleo sejam alinhados àqueles praticados no mercado internacional, de modo a dar as sinalizações adequadas aos agentes que trabalham diuturnamente para garantir o abastecimento nacional.
Assim, o IBP defende que os preços no Brasil não se desconectem dos preços de mercado, por ser este o caminho de menor custo para a sociedade no médio-longo prazos. A liberdade de importação e exportação de derivados e biocombustíveis, a competição, a atração de investimentos, a geração de novos empregos e, consequentemente, a garantia do abastecimento nacional são eventos indissociáveis.
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