Portugal vai ser um dos mercados líder no negócio dos carros elétricos, dado o incentivo às energias renováveis, vontade política e à rápida absorção das novas tecnologias por parte da população, considerou nesta sexta-feira um especialista.
Josh Steinmann, da empresa norte-americana Better Place, uma das líderes mundiais em sistemas de gestão de carros elétricos, declarou em entrevista que a empresa está “otimista” face ao mercado português, onde estuda a possibilidade de investir.
“Estamos extremamente otimistas de que Portugal vai adotar os veículos elétricos muito rapidamente e que vai assumir uma posição de liderança. Já vimos como foi rápida a adoção de telefones celulares em Portugal e o uso dos cartões multibanco. Há um histórico neste país de rápida absorção da tecnologia”, explicou Josh Steinman.
Portugal iniciou nos últimos meses uma rede de carregamento de veículos elétricos que até 2012 deverá contar com cerca de 1.300 pontos de carregamento lento (várias horas para repor a carga numa bateria) e rápidos (que demoram entre 30 a 45 minutos).
Por outro lado, o Estado português isenta de imposto automóvel os veículos elétricos e o Governo já anunciou outros incentivos fiscais para quem adquirir este tipo de veículo.
“Com o volume de energias renováveis que está a ser instalado, com a liderança política [que favorece o veículo elétrico] e com os incentivos econômicos há muitas razões para sermos otimistas”, acrescentou o responsável da Better Place, que está já gerindo redes em preparação em Israel, Dinamarca, Austrália, Califórnia e Havaí.
Steinmann deixou, porém, uma ressalva: “O ambiente que está a ser criado em torno do carro elétrico tem que ser aberto e competitivo".
Josh Steinmann contou que a empresa já manteve contatos com o Governo português sobre uma eventual participação na rede de carregamento de carros elétricos em Portugal, bem como com as empresas nacionais envolvidas no projeto.
A rede portuguesa Mobi-E prevê instalação de pontos de carregamento em várias cidades (21 aderiram ao projeto), desenhados por um consórcio de empresas liderado pela EFACEC e incluindo a EDP Inovação, a Novabase, a Critical Software e o CEIIA (Centro para a Excelência e Inovação na Indústria Automóvel).