Jornal do Brasil
A expressão auto-suficiência deverá cair na boca do povo ao longo de 2006, a reboque do esperado recorde de produção da Petrobras, de 1,9 milhão de barris por dia de petróleo, entre abril e maio. Até lá, porém, o governo terá que convencer o consumidor sobre os benefícios de se atingir tal meta e fazê-lo esquecer de obstáculos mais imediatos, como a perspectiva de novas altas dos preços do gás natural veicular (GNV).
Nos postos de gasolina do Rio, a expressão auto-suficiência ainda é uma ilustre desconhecida. O administrador de vendas André Pereira de Souza, de 32 anos, é um dos que jamais ouviu falar da novidade e torce para sair ganhando, como consumidor.
- Não estou sabendo que o Brasil será auto-suficiente em petróleo. Se isso ocorrer, espero que o preço caia - sonha, enquanto abastece o carro com GNV, para o qual migrou devido ao menor custo.
A advogada Elaine Tourino, 36 anos, é outra que aderiu ao GNV e, apesar dos recentes aumentos do combustível, ainda não se sente traída. Para ela, a gasolina oferece menos vantagens.
- Mesmo com o preço do gás em alta, vale a pena, porque a gasolina continuará muito cara - prevê, cética em relação a possíveis ganhos com a alardeada auto-suficiência.
Fale Conosco