Em meio à realização da Rio+20, Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio) lançou ontem (19), no Rio de Janeiro, a Plataforma Brasileira do Bioquerosene, que visa estimular o uso do biocombustível pelas empresas de aviação brasileiras.
Estudos mostram que as emissões de CO2 das aeronaves chegue a 3,5 milhões de toneladas. Segundo Juan Diego Ferrés, presidente da Ubrabio, o uso do bioquerosene no transporte aéreo poderia reduzir as emissões em até 80%. De acordo com Al Bryant, vice-presidente do Centro de Pesquisa e Tecnologia da Boeing no Brasil, o setor de aviação é responsável por 3% das emissões de CO2 no mundo.
"O lançamento desta plataforma mostrou que é possível usar combustíveis renováveis nos aviões de modo seguro, confiável e com boa performance", afirmou o ministro-chefe da secretaria de Aviação Civil, Wagner Bittencourt.
O lançamento da plataforma finalizou uma rota aérea, chamada de "Rota para um Futuro Sustentável" que começou no Canadá e terminou no Rio de Janeiro usando combustíveis alternativos nas aeronaves, como óleo de cozinha reciclado. "O bioquerosene será um divisor de águas no setor aéreo", afirmou Adalberto Bogsan, vice-presidente técnico da Gol, que fez o trajeto São Paulo-Rio utilizando um biocombustível chamado Hefa SPK, produzido a partir de uma mistura de óleo de milho não-comestível proveniente da produção de etanol de milho e de óleo e gorduras residuais.
Juan Diego Ferrés acredita que em cinco anos, o mercado de aviação já poderá ter voos comerciais regulares usando biocombustíveis.