Negócio com Petrobras levará a empresa a dobrar de tamanho
Redação TN Petróleo/AssessoriaA PetroRio fechou, nesta quinta-feira (28/4), a compra do campo Albacora Leste, de propriedade da Petrobras, na Bacia de Campos. Com investimento de até US$ 2,2 bilhões, o empreendimento fará com que a maior empresa independente de óleo e gás do país praticamente dobre de tamanho tanto em produção quanto em receita e EBITDA. Atualmente, a PRIO produz 34 mil barris/dia, e a aquisição agrega outros 27 mil.
A companhia estima uma reserva economicamente recuperável 1P (90% de chance de ser recuperada) próxima a 280 milhões de barris para o Campo de Albacora Leste, sendo, líquido para a PRIO, uma reserva superior a 240 milhões de barris, com previsão de abandono posterior a 2050. As estimativas consideram uma cotação de longo prazo de US$ 62 por barril de petróleo.
Ambas as empresas estão em negociações exclusivas desde novembro do ano passado. Nos termos do acordo, a PetroRio ficará com 90% do negócio – a Repsol Sinopec Brasil ("RSB") terá os outros 10% de participação. A PetroRio pagará 15% do valor de Albacora Leste agora e o restante só no closing da operação, previsto para até o final deste ano. O ativo será financiado com o caixa da companhia, que é de US$ 1,4 bilhão.
O pagamento terá parcela fixa de US$ 1.951 milhão, sendo US$ 293 milhões pagos na assinatura do contrato, e mais US$ 1.658 milhão na conclusão da aquisição e transferência da operação para a companhia, sujeito aos ajustes devidos até o fechamento da transação (contados a partir de 1º de outubro de 2022) e ao cumprimento de condições precedentes.
O negócio também contempla a possibilidade de pagamentos adicionais de até US$ 250 milhões, a depender da média anual da cotação do barril de petróleo tipo Brent nos anos de 2023 e 2024.
A companhia possui um plano arrojado de expansão. "Nós sempre dissemos que queríamos chegar a 100 mil bep/dia. Hoje, produzimos 34 mil barris e acabamos de conseguir a Licença de Operação para começar a perfuração do campo de Frade. Ano passado compramos o campo de Wahoo, que pode elevar a produção a mais de 60 mil bep/dia e agora, com Albacora Leste, um campo que hoje produz quase 30 mil bep/ e tem um plano de revitalização que faz com que ele possa chegar a 50 mil bep/dia. Isto é, temos um plano traçado que vai nos levar aos 100 mil bep/dia. Não vai ser fácil, mas chegaremos lá", afirma Roberto Monteiro (foto), CEO da PetroRio.
Sobre Albacora Leste
Descoberto em 1986, teve seu first oil em 1998 e atualmente conta com uma produção de aproximadamente 30 kbbld em março, de API 19º e com baixo teor de enxofre, através de 17 poços produtores e 15 poços injetores. O Campo compreende uma área de 511 km².
A produção do Campo é feita através do FPSO P-50, com capacidade de processamento de óleo de 180 kbbl/d e 6 MMm³/d de gás e o sistema de elevação artificial do Campo acontece pelo sistema de gas lift.
Sobre o plano de negócios da PRIO para Albacora Leste
Durante os primeiros 18 meses de operação, a companhia se concentrará nas seguintes frentes:
· Investimentos de aproximadamente US$ 150 milhões no FPSO P-50 para assegurar os mais altos níveis de integridade do ativo e, com isso, alcançar padrões de segurança a eficiência operacional equivalentes às outras operações. Tal montante não inclui o projeto de tratamento da água de descarte, que está sendo executado pela Petrobras e será concluído antes do closing da operação;
· Captura de sinergias e implementação de sua metodologia operacional de maneira a alcançar um nível de custo (OPEX) compatível com a operação do FPSO P-50, próximo a US$ 90 milhões ao ano.
Posteriormente, será iniciada a campanha de redesenvolvimento do Campo, envolvendo a conexão ou perfuração de 17 poços produtores e 5 poços injetores ao longo de 5 anos, com CAPEX estimado de US$ 70 a US$ 75 milhões por poço (para 100% do Campo).
Similar à metodologia empregada em Frade e Wahoo, o desenvolvimento será dividido em duas etapas:
· A primeira, contemplando a conexão de 3 poços produtores já perfurados, 8 novos poços produtores e 1 poço injetor, que poderá aumentar a produção do Campo a níveis superiores a 50kbpd (100% do Campo), mantendo tal patamar por 2 ou 3 anos;
· A segunda, com outros 6 novos poços produtores e 4 injetores, a ser realizada em seguida.
A PRIO também deve realizar o descomissionamento antecipado (até 2027) de 5 poços produtores e 1 injetor, já contemplados no preço pago pelo Campo. A companhia estima um CAPEX de aproximadamente US$ 15 milhões por poço. O abandono final do Campo, previsto para depois de 2050, é estimado em US$ 800 milhões.
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