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A Tribuna - SPA Petrobras lançou oficialmente o diesel Verana, exclusivo para uso náutico, atendendo a um antigo pleito dos usuários do setor. Com mínimo impacto ambiental, a utilização do combustível deve reduzir a frequência de manutenção dos equipamentos existentes nas embarcações.
O lançamento do produto aconteceu há cerca de um mês, no Rio de Janeiro. A novidade agradou os praticantes da náutica, que qualificaram o combustível como o melhor para o desempenho das embarcações.
O Verana já havia sido anunciado com exclusividade por A Tribuna em outubro do ano passado, quando a Petrobras revelou os estudos sobre o produto.
Conforme dados divulgados pela Petrobras, o diesel náutico é ambientalmente correto porque os níveis de emissão de poluentes são menores que os atingidos quando a propulsão dos motores é feita por gasolina ou por diesel comum. Estimativa da estatal aponta que o teor de enxofre liberado pelo Verana na atmosfera é 98% menor que em combustíveis comuns, como o diesel marítimo.
Na parte mecânica, o novo produto permite um desempenho melhor da embarcação. Um exemplo é o tempo de retomada de velocidade: 6% menor.
O óleo também provoca uma melhor dirigibilidade, em razão do maior número de cetano na fórmula. Ou seja, quanto maior o número de cetano, mais rápido ocorre a combustão do líquido, fazendo com que a emissão de fumaça seja menor. A fórmula do Verana tem 27,5% mais cetano que no diesel marítimo (51 a 40).
De acordo com o diretor do estaleiro alagoano Flypper, Edward Jucá de Moraes, a tecnologia aplicada no Verana é o que há de melhor no mundo náutico. Entretanto, ele afirmou que apesar de o lançamento do diesel náutico ser um avanço para o setor, ainda precisará de ajustes.
‘‘Digo que é um avanço porque a náutica ainda necessita de um combustível para atender os motores de popa’’, analisou, citando que esses equipamentos geralmente são movidos a gasolina.
A Petrobras também tem um projeto de gasolina náutica. A empresa realizou os primeiros testes há cerca de dois anos na travessia Santos-Rio. Mas ainda não apresentou os resultados.
A posição contrária dos usuários da gasolina é que o combustível tem a adição de 25% de álcool por litro. O álcool é corrosivo e diminui a vida útil das peças.
Apesar do comentário sobre a gasolina, Moraes destacou que o diesel náutico irá diminuir a necessidade de manutenção nos motores e nos tanques de combustíveis.
Indústria - O diretor-executivo da Associação Brasileira dos Construtores de Barcos e seus Implementos (Acobar), Lenilson Bezerra, destacou que o Verana irá dar mais confiabilidade ao mercado náutico. Segundo ele, a elaboração deste combustível demonstra que ‘‘a indústria náutica brasileira é viável’’. ‘‘É uma demanda mundial, principalmente porque os combustíveis que tínhamos não eram confiáveis e causavam uma poluição ambiental grande’’.
Após o Verana, Bezerra acredita que o mercado náutico terá um salto de qualidade. ‘‘A Petrobras também desenvolve uma linha de óleos que vai padronizar os materiais náuticos’’, disse o especialista, ao comentar que a novidade diminuirá a necessidade de manutenção.
Fonte: A Tribuna - SP
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