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O principal estímulo para expandir a produção de energia eólica no Brasil é a criação de um programa de médio e longo prazos para atrair investidores. Segundo Armando Ferreira, sócio presidente da Rosa dos Ventos, empresa que possui dois parques eólicos em Aracati (CE), não há investidores no País para o desenvolvimento de turbinas pois há incerteza quanto ao futuro. 'Não se sabe se em 2010 haverá mercado. O governo não tem que comprar energia e nem subsidiar. Precisa apenas dar a direção para a iniciativa privada atuar.'
E o País anda muito devagar quando o assunto é a energia através do vento. O primeiro leilão para a contratação desse tipo de energia será realizado apenas em novembro. Ferreira lembra que enquanto na Europa 30% da matriz energética precisa ser eólica e na Califórnia a obrigatoriedade é de 50%, no Brasil, a produção eólica representa apenas 0,23%, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
A Rosa dos Ventos ainda espera a inauguração de mais cinco parques ainda este ano, que produzirão 218 mil MW/ano. Serão dois em Trairi, dois em Icapuí e um em Paraipaba, todos no Ceará. 'Vamos investir cerca de R$ 800 milhões. Estamos esperando apenas a realização do governo para iniciar as instalações', diz o presidente da Rosa dos Ventos.
Porém, as chuvas acima do normal neste período no Nordeste podem complicar. 'Existe, no momento, uma enorme preocupação, pois com as chuvas diminuiu consideravelmente o vento e, consequentemente, a geração líquida de energia caiu bastante, o que irá implicar em um aumento da tarifa para poder rentabilizar o investimento', conta Ferreira.
Os dois parques da empresa estão em Canoa Quebrada e Lagoa do Mato, com cinco e dois geradores, respectivamente, com capacidade de geração de 60 mil MWh/ano, suficiente para abastecer uma cidade de 50 mil habitantes. 'Essa produção evita o lançamento de 20 mil toneladas de dióxido de carbono (tCOe) caso essa energia fosse produzida por uma usina termelétrica', diz Ferreira. A energia dessas estações já está comercializada para Eletrobrás pelo período de 20 anos.
A construção das duas estações da companhia consumiram R$ 68 milhões. O investimento foi financiado, em grande parte, pelo Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e com recursos da Rosa do Ventos.
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