Relatório

ONU recomenda a países em desenvolvimento ênfase na demanda interna

Desenvolvidos enfrentarão período de expansão lenta.

Agência Brasil
12/09/2013 20:44
Visualizações: 1256 (0) (0) (0) (0)

 

Os países em desenvolvimento precisarão reconsiderar, no longo prazo, as estratégias de crescimento para reduzir a importância das exportações,  já que os desenvolvidos deverão enfrentar um período prolongado de expansão lenta, recomenda o Relatório de Comércio e Desenvolvimento 2013 da  Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, divulgado hoje (12) pela ONU.
"Com maior integração entre as economias, os estímulos gerados pelo crescimento de um país se tornam incentivos ao crescimento dos outros", disse o professor do Instituto de Economia da Unicamp Antonio Carlos Macedo e Silva, que apresentou o relatório. Segundo ele, é preciso dar mais crédito ao setor produtivo no plano nacional e internacional.
Antes da crise econômica, o mercado aquecido dos países desenvolvidos permitia importar manufaturados de outros países na mesma situação, mas industrializados, que, por sua vez, compravam produtos primários de outras nações em desenvolvimento, em um modelo que, de acordo com o relatório, era insustentável. No novo cenário, as economias mais desenvolvidas frearam as taxas de crescimento e os formuladores de políticas precisarão dar mais peso à demanda doméstica, política que já vem sendo adotadas por países como o Brasil e China, ressaltou o professor.
A busca conjunta desse objetivo, diz o relatório, pode fortalecer a opção de comércio regional Sul-Sul, tornando os mercados consumidores dos países em desenvolvimento mais receptivos às exportações deles próprios.
O relatório da ONU rebate um argumento muito comum, o de que a demanda interna dos países em desenvolvimento é insuficiente para tornar viável esse tipo de política, afirmando que o crescimento da classe média em países emergentes e populosos pode ser suficiente para aumentar o consumo privado e compensar o declínio da demanda dos desenvolvidos. De acordo com Macedo e Silva, na próxima década, 2 bilhões de pessoas devem entrar na classe média nos países em desenvolvimento.
A mudança econômica necessária para o novo foco requer, inicialmente, o aumento do poder de compra doméstico e equílibrio no  consumo das famílias, do investimento privado e dos gastos públicos. O professor ressaltou que, na política exportadora, o aspecto de custo dos salários tem sido enfatizado, mas, num cenário com papel maior da demanda doméstica, em que o consumo das famílias é o principal componente, o aspecto do salário como renda poderia ganhar mais destaque.
Conforme o relatório, impulsionar a demanda interna com facilitação ao crédito de consumo pode levar, entretanto, a um endividamento excessivo e à falência das famílias, como ocorreu em países desenvolvidos. Um caminho mais seguro poderia ser o aumento do emprego público e do investimento em empresas, com mudanças na estrutura tributária e na composição das despesas públicas para distribuir o poder de compra. Com o aumento da demanda, acrescenta o relatório, empresários se sentiriam estimulados a investir no aumento da capacidade produtiva.
Aos países dependentes de commodities, o estudo pede cuidado ao avaliar se os preços estão em "superciclo" e, caso estejam, em que ponto do ciclo. Apesar disso, o relatório considera improvável o colapso no preço das commodities ou o rápido retorno a uma tendência de deterioração. O relatório da ONU recomenda, nesse caso, usar a renda obtida com recursos naturais para reduzir desigualdades e estimular produção industrial.
12/09/2013 - 14h39

Os países em desenvolvimento precisarão reconsiderar, no longo prazo, as estratégias de crescimento para reduzir a importância das exportações, já que os desenvolvidos deverão enfrentar um período prolongado de expansão lenta, recomenda o Relatório de Comércio e Desenvolvimento 2013 da  Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, divulgado hoje (12) pela ONU.


"Com maior integração entre as economias, os estímulos gerados pelo crescimento de um país se tornam incentivos ao crescimento dos outros", disse o professor do Instituto de Economia da Unicamp Antonio Carlos Macedo e Silva, que apresentou o relatório. Segundo ele, é preciso dar mais crédito ao setor produtivo no plano nacional e internacional.


Antes da crise econômica, o mercado aquecido dos países desenvolvidos permitia importar manufaturados de outros países na mesma situação, mas industrializados, que, por sua vez, compravam produtos primários de outras nações em desenvolvimento, em um modelo que, de acordo com o relatório, era insustentável. No novo cenário, as economias mais desenvolvidas frearam as taxas de crescimento e os formuladores de políticas precisarão dar mais peso à demanda doméstica, política que já vem sendo adotadas por países como o Brasil e China, ressaltou o professor.


A busca conjunta desse objetivo, diz o relatório, pode fortalecer a opção de comércio regional Sul-Sul, tornando os mercados consumidores dos países em desenvolvimento mais receptivos às exportações deles próprios.


O relatório da ONU rebate um argumento muito comum, o de que a demanda interna dos países em desenvolvimento é insuficiente para tornar viável esse tipo de política, afirmando que o crescimento da classe média em países emergentes e populosos pode ser suficiente para aumentar o consumo privado e compensar o declínio da demanda dos desenvolvidos. De acordo com Macedo e Silva, na próxima década, 2 bilhões de pessoas devem entrar na classe média nos países em desenvolvimento.


A mudança econômica necessária para o novo foco requer, inicialmente, o aumento do poder de compra doméstico e equílibrio no  consumo das famílias, do investimento privado e dos gastos públicos. O professor ressaltou que, na política exportadora, o aspecto de custo dos salários tem sido enfatizado, mas, num cenário com papel maior da demanda doméstica, em que o consumo das famílias é o principal componente, o aspecto do salário como renda poderia ganhar mais destaque.


Conforme o relatório, impulsionar a demanda interna com facilitação ao crédito de consumo pode levar, entretanto, a um endividamento excessivo e à falência das famílias, como ocorreu em países desenvolvidos. Um caminho mais seguro poderia ser o aumento do emprego público e do investimento em empresas, com mudanças na estrutura tributária e na composição das despesas públicas para distribuir o poder de compra. Com o aumento da demanda, acrescenta o relatório, empresários se sentiriam estimulados a investir no aumento da capacidade produtiva.


Aos países dependentes de commodities, o estudo pede cuidado ao avaliar se os preços estão em "superciclo" e, caso estejam, em que ponto do ciclo. Apesar disso, o relatório considera improvável o colapso no preço das commodities ou o rápido retorno a uma tendência de deterioração. O relatório da ONU recomenda, nesse caso, usar a renda obtida com recursos naturais para reduzir desigualdades e estimular produção industrial.

 

Mais Lidas De Hoje
veja Também
ANP
Artur Watt Neto e Pietro Mendes são aprovados para diret...
21/08/25
Negócio
KPMG: fusões e aquisições em petróleo têm recuo de quase...
20/08/25
Petrobras
Construção da primeira planta de BioQAV e diesel renováv...
20/08/25
Indústria Naval
Firjan participa da abertura da Navalshore 2025
20/08/25
Margem Equatorial
Sonda afretada pela Petrobras chega ao Amapá para atuar ...
19/08/25
Fenasucro
Fenasucro & Agrocana 2025 movimenta R$ 13,7 bilhões em n...
19/08/25
Firjan
Rio ganha Centro de Referência em Metalmecânica da Firja...
19/08/25
PD&I
CEPETRO desenvolve para a Petrobras ferramenta que integ...
19/08/25
Pré-Sal
Com 900 mil barris de petróleo por dia, Campo de Búzios ...
18/08/25
Logística
PetroReconcavo e Dislub constroem rota inédita para esco...
18/08/25
IBP
Programa NAVE avança com 21 startups do setor de energia
18/08/25
Bacia de Campos
ANP interdita FPSO Peregrino
18/08/25
Fenasucro
Fenasucro & Agrocana encerra edição com recorde de públi...
18/08/25
Combustíveis
Etanol anidro e hidratado sobem na segunda semana de ago...
18/08/25
Emprego
Firjan alerta: aumento do FOT cria tarifaço fluminense e...
15/08/25
Pré-Sal
PRIO vence disputa por carga de Atapu e pela primeira ve...
15/08/25
Petrobras
Com 225 mil barris/dia, FPSO Almirante Tamandaré bate re...
15/08/25
Resultado
Porto do Rio de Janeiro lidera crescimento entre os port...
15/08/25
Etanol de milho
Biocombustível impulsiona uso do milho e amplia fronteir...
15/08/25
ANP
TIP ANP: 3ª edição do evento debateu temas relacionados ...
15/08/25
Descomissionamento
ABPIP promove debate para otimizar custos e prazos de de...
15/08/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

23