Empresas

Odebrecht Transport estuda investir em ferrovias

Intenção é levar cargas aos portos.

Valor Econômico
23/05/2014 20:07
Visualizações: 936 (0) (0) (0) (0)

 

A Odebrecht Transport avalia entrar no negócio de operação ferroviária de cargas nos acessos a portos, disse ontem (22) a diretora de logística da empresa, Juliana Baiardi, em evento sobre infraestrutura realizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). "Nosso foco é investimento em sistemas de transporte e logística. Se como concessionário ou como operador independente, depende de como sair a modelagem [em elaboração pelo governo]", afirmou.
A estratégia é atuar em corredores que levam aos portos, disse a executiva, citando o porto de Santos (SP) e a região Norte. "Ferrovia é uma grande parte de uma cadeia logística. Estamos acompanhando de perto essa modelagem para entender como a gente pode ter uma participação relevante".
Segundo Juliana, os atuais investimentos da empresa estão muito focados em portos. A Odebrecht Transport é sócia no terminal Embraport, a maior instalação de uso privado para movimentação de contêineres do país, localizada no porto de Santos. E comprou participação em projeto para um terminal açucareiro no porto de Suape (PE), um arrendamento público (com prazo de concessão).
Em relação às oportunidades portuárias, Juliana disse que a companhia está estudando participar tanto de licitações de arrendamentos de áreas públicas como em projetos de terminais de uso privado, que dependem apenas de uma autorização do governo. O foco é tanto na movimentação de contêineres como de granéis sólidos e líquidos. Os portos mais visados são Santos, Vila do Conde (PA) e Aratu (BA).
A carência de infraestrutura para o escoamento de grãos do Centro-Oeste até os portos foi apontada como um dos principais gargalos do agronegócio durante o evento na capital paulista.
Segundo Edeon Vaz Ferreira, coordenador logístico da Associação dos Produtores de Soja do Estado de Mato Grosso (Aprosoja), a falta de malha ferroviária continua encarecendo o produto brasileiro e retirando sua competitividade. Como exemplo, Ferreira citou que nos Estados Unidos paga-se US$ 33 por tonelada de soja transportada do meio-oeste até o porto de Seattle, num percurso de 3 mil quilômetros de ferrovia. No Brasil, de Sorriso (MT) até o porto de Santos, numa distância de 2,250 mil quilômetros (sendo 1,650 mil quilômetros por ferrovia), paga-se US$ 145 por tonelada. "Hoje, 61% dos grãos usam rodovia", disse.
Ferreira exemplificou que a escassez de alternativas logísticas, num cenário de portos congestionados, obrigou alguns exportadores e levar grãos de Sorriso para embarque no porto de Rio Grande do Sul. "Um absurdo. Foram 300 mil toneladas, alguns navios".
Para Guilherme Quintella, presidente do conselho de administração da UIC (União Internacional de Ferrovias) para a América Latina, a saída para destravar investimentos no modal ferroviário passa pela repactuação dos contratos de concessão. Segundo ele, três grandes frentes de projetos no Estado de São Paulo podem desatar o nó logístico aumentando a capacidade de transporte de passageiros e de cargas. São elas a recapacitação do acesso ao porto de Santos (controlado pela ALL e MRS); a separação entre cargas e passageiros na Região Metropolitana de São Paulo, o que inclui o ferroanel; e o trem intercidades para passageiros no Estado de São Paulo. Juntos, os projetos preveem investimentos de R$ 47 bilhões.
"O governo precisa fazer uma repactuação para que as empresas façam os investimentos em troca do reequilíbrio dos contratos", disse. Do contrário, argumentou Quintella, será necessário esperar o fim das atuais concessões para corrigir a capacidade ferroviária frente a demanda por transporte.

A Odebrecht Transport avalia entrar no negócio de operação ferroviária de cargas nos acessos a portos, disse ontem (22) a diretora de logística da empresa, Juliana Baiardi, em evento sobre infraestrutura realizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). "Nosso foco é investimento em sistemas de transporte e logística. Se como concessionário ou como operador independente, depende de como sair a modelagem [em elaboração pelo governo]", afirmou.

A estratégia é atuar em corredores que levam aos portos, disse a executiva, citando o porto de Santos (SP) e a região Norte. "Ferrovia é uma grande parte de uma cadeia logística. Estamos acompanhando de perto essa modelagem para entender como a gente pode ter uma participação relevante".

Segundo Juliana, os atuais investimentos da empresa estão muito focados em portos. A Odebrecht Transport é sócia no terminal Embraport, a maior instalação de uso privado para movimentação de contêineres do país, localizada no porto de Santos. E comprou participação em projeto para um terminal açucareiro no porto de Suape (PE), um arrendamento público (com prazo de concessão).

Em relação às oportunidades portuárias, Juliana disse que a companhia está estudando participar tanto de licitações de arrendamentos de áreas públicas como em projetos de terminais de uso privado, que dependem apenas de uma autorização do governo. O foco é tanto na movimentação de contêineres como de granéis sólidos e líquidos. Os portos mais visados são Santos, Vila do Conde (PA) e Aratu (BA).

A carência de infraestrutura para o escoamento de grãos do Centro-Oeste até os portos foi apontada como um dos principais gargalos do agronegócio durante o evento na capital paulista.

Segundo Edeon Vaz Ferreira, coordenador logístico da Associação dos Produtores de Soja do Estado de Mato Grosso (Aprosoja), a falta de malha ferroviária continua encarecendo o produto brasileiro e retirando sua competitividade. Como exemplo, Ferreira citou que nos Estados Unidos paga-se US$ 33 por tonelada de soja transportada do meio-oeste até o porto de Seattle, num percurso de 3 mil quilômetros de ferrovia. No Brasil, de Sorriso (MT) até o porto de Santos, numa distância de 2,250 mil quilômetros (sendo 1,650 mil quilômetros por ferrovia), paga-se US$ 145 por tonelada. "Hoje, 61% dos grãos usam rodovia", disse.

Ferreira exemplificou que a escassez de alternativas logísticas, num cenário de portos congestionados, obrigou alguns exportadores e levar grãos de Sorriso para embarque no porto de Rio Grande do Sul. "Um absurdo. Foram 300 mil toneladas, alguns navios".

Para Guilherme Quintella, presidente do conselho de administração da UIC (União Internacional de Ferrovias) para a América Latina, a saída para destravar investimentos no modal ferroviário passa pela repactuação dos contratos de concessão. Segundo ele, três grandes frentes de projetos no Estado de São Paulo podem desatar o nó logístico aumentando a capacidade de transporte de passageiros e de cargas. São elas a recapacitação do acesso ao porto de Santos (controlado pela ALL e MRS); a separação entre cargas e passageiros na Região Metropolitana de São Paulo, o que inclui o ferroanel; e o trem intercidades para passageiros no estado de São Paulo. Juntos, os projetos preveem investimentos de R$ 47 bilhões.

"O governo precisa fazer uma repactuação para que as empresas façam os investimentos em troca do reequilíbrio dos contratos", disse. Do contrário, argumentou Quintella, será necessário esperar o fim das atuais concessões para corrigir a capacidade ferroviária frente a demanda por transporte.

 

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Bacia de Campos
Equinor conclui instalação do trecho de águas rasas do G...
24/09/25
Onshore
Rodada Zero: prorrogações de contratos de campos terrest...
23/09/25
Evento
Portos & Costas Brasil reúne especialistas em Itajaí
23/09/25
Evento
Copa Energia participa do Liquid Gas Week 2025, maior ev...
22/09/25
OTC Brasil 2025
OTC Brasil 2025 reúne líderes globais da energia offshor...
22/09/25
Combustíveis
Etanol anidro recua 1,80% e hidratado cai 1,23%, aponta ...
22/09/25
Oferta Permanente
ANP aprova inclusão de 275 novos blocos
19/09/25
Hidrogênio Verde
Complexo do Pecém (CE) abriga os primeiros projetos de h...
18/09/25
Energia Eólica
Parceria inovadora entre Petrobras, WEG e Statkraft colo...
18/09/25
Apoio Offshore
Omni Unmanned e SwissDrones concluem teste de UAV em pla...
18/09/25
Estudo
Cultura de inovação promove competitividade, sustentabil...
18/09/25
Contrato
OceanPact assina contratos com a Petrobras para monitora...
18/09/25
Meio Ambiente
Projeto piloto que vai capturar e armazenar 100 mil tone...
17/09/25
Pessoas
ABESPetro elege novo Conselho de Administração para biên...
17/09/25
OTC Brasil 2025
Excelência do Petróleo e Gás Brasileiro é Reconhecida no...
17/09/25
São Paulo
FIEE 2025 cresce 20% em público e registra maior edição ...
17/09/25
Bacia de Campos
OceanPact fecha contrato de descomissionamento com a Tri...
17/09/25
Rio Pipeline & Logistics 2025
EGD Engenharia marca presença na Rio Pipeline 2025 com f...
16/09/25
Fertilizantes
Petrobras conclui licitação de operação e manutenção par...
16/09/25
Etanol
Indicador do hidratado interrompe sete semanas de alta
16/09/25
Paraná
Smart Energy 2026 é confirmada para 21 a 23 de setembro
16/09/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

23