Um nova área está sendo estudada para abrigar, nos arredores do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp), um aeroporto de cargas e passageiros, cuja instalação vem sendo pensada pelo governo do Ceará. Os dois "sites" antes apresentados pelo estado foram apontados como inviáveis pela empresa americana de planejamento aeroportuário, Louis Berger, responsável pela elaboração do estudo do terminal aéreo. A empresa retomou os trabalhos e deverá apresentar uma prévia do novo estudo até o fim do ano.
A empresa, que está sendo financiada pela USTDA (sigla que, em inglês, significa Agência dos Estados Unidos para o Comércio e Desenvolvimento), foi contratada pela Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado (Adece) em 2012 para elaborar o documento, e fez uma parceria com uma empresa de consultoria de Recife. Confirmada a inviabilidade dos dois sites apresentados anteriormente pelo Estado, os trabalhos pararam, e foi feito um aditivo ao contrato para que fosse buscada uma nova localização e feita a continuação do projeto.
Reunião
Na semana passada, técnicos da empresa estiveram no Ceará, onde realizaram várias reuniões, incluindo representantes do governo, como o secretário de Turismo, Bismarck Maia, a direção da Infraero e executivos das companhias aéreas que operam no estado: Gol, TAM, TAP, Avianca e Azul. Fizeram também visitas in loco ao Pecém para ver equipamentos existentes.
De acordo com o diretor de Infraestrutura da Adece, Eduardo Neves, o estudo que está sendo elaborado apresentará, além da localização possível para o terminal, a viabilidade econômica do empreendimento e seu prazo para retorno do investimento. "É um estudo completo. Se fizermos o aeroporto em 2015, em quanto tempo ele se viabiliza financeiramente? O documento vai dizer isso. Ele também vai apresentar um cronograma de sua instalação, informando em quantas etapas o terminal deve ser feito", pontua Neves.
O diretor informa que o estudo final será entregue em meados de 2014. Com ele em mãos, o governo irá definir o arranjo financeiro para sua execução. Poderá ser por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP), ou com recursos do Tesouro estadual, ou com recursos federais, ou mesmo de ambos. "Com o documento pronto, a Adece vai estar em condições de mostrar a qualquer investidor a viabilidade do projeto", reforça.
Projeto antigo
O aeroporto do Pecém já é uma ideia antiga do governo. Em 2008, já havia articulações no sentido de construção de um aeródromo que pudesse impulsionar a movimentação de cargas por via aérea, em virtude da impossibilidade de ampliação do Aeroporto Internacional Pinto Martins para este fim. Entretanto, de lá pra cá, o projeto foi repensado e agora os planos são para que, além de cargas, o aeroporto seja também para o transporte de passageiros, podendo, inclusive, tornar-se futuramente o responsável pelos voos internacionais do estado.
Capacidade reforçada
Segundo Neves, entretanto, o novo aeroporto não deverá competir com o Pinto Martins, que está, no momento, em processo de ampliação. O diretor afirma que o novo terminal servirá para agregar, reforçando a capacidade do Estado diante do aumento das demandas, tanto de cargas como de passageiros. "Nós estamos pensando no novo aeroporto com a possibilidade de atração de novos investimentos. E sobre a possibilidade de ele abrigar os voos internacionais, isso é algo que vem ocorrendo em outros estados do Brasil, como São Paulo, Minas Gerais. O estudo irá informar quando que esse novo terminal será necessário".