Discussão é fruto da cooperação para a transição energética firmada entre o ministro Alexandre Silveira e a secretária do Departamento de Energia dos Estados Unidos, Jennifer Granholm, em 2023, durante o G20 na Índia
Redação TN Petróleo/Assessoria MMEO secretário Nacional de Transição Energética e Planejamento do Ministério de Minas e Energia (MME), Thiago Barral, representou o ministro Alexandre Silveira no debate sobre parcerias estratégicas sobre o hidrogênio de baixa emissão de carbono com os Estados Unidos (EUA), nessa quinta-feira (22/02). Durante o diálogo com representantes dos dois países, foi realizado o lançamento do Comitê de Ação de Hidrogênio Limpo do Diálogo da Indústria de Energia Limpa EUA-Brasil (CEID, sigla em inglês).
A discussão é fruto da cooperação para a transição energética firmada entre o ministro e a secretária do Departamento de Energia dos Estados Unidos, Jennifer Granholm, em julho de 2023, em Goa (Índia). “O Brasil tem muita desigualdade, e esse processo da transição energética pode ajudar para além de resolver a questão da descarbonização do planeta, auxiliar nosso país a trazer justiça social. Os Estados Unidos são um parceiro muito importante em questões estratégicas, na preservação ambiental do planeta e essa contribuição pode trazer frutos para o povo brasileiro”, destacou o ministro Alexandre Silveira.
Para Barral, Brasil e Estados Unidos têm construído condições para realizar parcerias relacionadas ao hidrogênio de baixa emissão de carbono. “Os países têm circunstâncias diferentes, mas têm trabalho em conjunto para destravar milhões de dólares para o desenvolvimento do hidrogênio e mover a transição energética das duas nações”, pontuou.
O objetivo do Comitê de Ação do Hidrogênio Limpo do Diálogo da Indústria de Energia Limpa é promover a troca de informações e melhores práticas, aumentar o comércio bilateral e incentivar mais parcerias e investimentos entre os Estados Unidos e o Brasil.
Durante o lançamento, a diretora do Departamento de Transição Energética do MME, Mariana Espécie, apresentou informações sobre o Programa Nacional do Hidrogênio (PNH2). “O PNH2 é o principal arcabouço institucional para desenvolver o mercado nacional do hidrogênio de baixa emissão de carbono. O objetivo do programa foi trazer uma estratégia transversal, envolvendo diversos atores governamentais. O estabelecimento de parcerias internacionais também faz parte das estratégias estabelecidas pelo Brasil”, comentou.
De acordo com dados do MME, o Brasil possui potencial técnico para produzir 1,8 gigatonelada de hidrogênio por ano. Atualmente, há uma série de projetos em desenvolvimento em várias regiões do país, que totalizam mais de US$30 bilhões em investimentos anunciados. “O Brasil está projetando seu próprio sistema de certificação para garantir a chancela do estado brasileiro sobre o nível de emissões de carbono do hidrogênio que será produzido no país, como parte de um esquema de adesão voluntária”, acrescentou Mariana.
Com o lançamento do Plano de Trabalho Trienal do PNH2 em 2023, foram estabelecidos marcos temporais e as prioridades do Brasil para a estruturação da economia do hidrogênio no país. Até 2025, a meta é disseminar plantas piloto de hidrogênio de baixa emissão de carbono em todas as regiões do país. Até 2030, o objetivo é a consolidação do país como o mais competitivo produtor da molécula no mundo e, até 2035, a consolidação de hubs de hidrogênio de baixa emissão de carbono.
“Outra prioridade definida pelo PNH2 é intensificar os investimentos em pesquisa e desenvolvimento para hidrogênio, inclusive com a meta de multiplicar em sete vezes, até 2025, o investimento anual em recursos públicos e publicamente orientados para pesquisa e desenvolvimento no setor”, destacou o secretário Barral durante a reunião.
A próxima reunião do grupo está marcada para o início do segundo semestre de 2024. Participaram do debate representantes do Departamento de Energia dos EUA, do Departamento de Comércio dos EUA, do Ministério de Minas e Energia do Brasil e do Ministério das Relações Exteriores do Brasil. O Conselho Empresarial da Câmara de Comércio dos EUA e a Amcham Brasil também estiveram presentes na discussão, além de representantes do setor privado dos dois países.
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