<P>Depois de enfrentar grave dificuldade financeira nos últimos anos, com dívidas de US$ 158 milhões no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o grupo Metalnave, controlador do Estaleiro Itajaí, começa a reerguer-se. O grupo repactuou o pagamento da dívida com o banco e...
Jornal do Commercio/RJDepois de enfrentar grave dificuldade financeira nos últimos anos, com dívidas de US$ 158 milhões no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o grupo Metalnave, controlador do Estaleiro Itajaí, começa a reerguer-se. O grupo repactuou o pagamento da dívida com o banco e avança nas negociações para construção de três navios gaseiros da Transpetro, por US$ 130,9 milhões.
Na última segunda-feira, a empresa recebeu carta assinada pelo presidente da Transpetro, Sérgio Machado, solicitando envio de documentos para iniciar processo de assinatura de contrato dos navios gaseiros. O pedido de financiamento das embarcações está sob análise pelo BNDES e deverá ser aprovado sem dificuldades, disse Frank Wlasek, dono e presidente da Metalnave.
O financiamento depende agora de concurso na área de crédito e operacional, como ocorre com qualquer empresa. É preciso que se entenda, contudo, que o tempo do setor público, no Brasil e em outros países, é diferente do tempo do setor privado, explicou Wlasek, acrescentando que o último documento para a adimplência com o banco foi assinado em 15 de julho deste ano.
venda de ativos. Para tornar-se adimplente com o BNDES, no entanto, a Metalnave precisou desfazer-se de ativos. Do valor total da dívida, US$ 93 milhões eram referentes à compra de três navios gaseiros. As embarcações foram vendidas para a espanhola Elcano, que assumiu o passivo com o banco.
Outros US$ 35 milhões, referentes à compra de rebocadores, foram repassados à CSAV Libra, que assumiu os barcos.
Renegociamos US$ 30 milhões com o BNDES, dos quais US$ 28 milhões relativos a quatro navios gaseiros e mais US$ 2 milhões devidos pelo Estaleiro Itajaí, de empréstimo para modernização e aumento da capacidade, afirmou Wlasek, lembrando que, com as vendas de ativos, a companhia parou de atuar no mercado de navegação de cabotagem e de apoio marítimo.
O desequilíbrio financeiro da Metalnave começou com a queda da cotação do dólar, o que reduziu as receitas da empresa, praticamente toda na moeda americana. Desta forma, a empresa não conseguiu realizar o pagamento de parcelas do financiamento com o banco.
Sofremos como diversos outros setores de mão-de-obra intensiva, como têxtil e calçadista, lembrou Wlasek.
Com a repactuação das dívidas, o próximo passo será a assinatura dos contratos da Transpetro. A empresa conseguiu na Justiça o direito de participar da licitação, encerrada em março do ano passado. Os navios gaseiros têm capacidade para transportar 7,2 mil metros cúbicos de gás cada e custo médio de US$ 43,6 milhões por unidade.
impulso. O contrato da Transpetro dará impulso financeiro e econômico a nossa empresa. O contrato também será muito importante para elevar a moral da empresa. Estamos em busca de novos contratos de construção de navios. O mercado está demandante. A própria Elcano, que comprou nossos barcos, tem interesse de construir unidades no País, afirmou Wlasek.
A reestruturação do grupo não está, contudo, completa. Dois navios porta-contêineres de 1.700 TEUs (unidade de medida equivalente a contêineres de 20 pés) estão na carteira da empresa desde 2001, mas a construção dos navios, encomendado pela Mercosul Line, controlada pela gigante dinamarquesa Maersk, está parada por falta de transferência de recursos.
Fonte: Jornal do Commercio/RJ
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