Amostra do estudo da EY e da YPO contempla pessoas jurídicas de 80 países, incluindo os da América Latina, com predomínio de faturamento anual entre zero e US$ 50 milhões
Ofornecimento de dados sobre suas emissões de gases de efeito estufa ainda é um desafio para as empresas, conforme demonstra o estudo “Global Impact Report”, elaborado pela EY e pela YPO. Menos de três a cada cem empresas estão realizando essa tarefa para os Escopos 1 e 2, que são aqueles que reúnem as emissões diretas geradas pelo negócio. O desafio também é grande em relação ao Escopo 3, que são todas as emissões indiretas – dependentes, portanto, do engajamento da cadeia de suprimentos. As empresas, também por causa da falta de acesso aos dados, estão enfrentando dificuldades para reduzir essas emissões, conforme o estudo “Sustainable Value Study”, produzido pela EY com base nas respostas de 520 CSOs (Chief Sustainability Officers) de dez indústrias em 23 países. No entanto, os perfis da amostra desses dois levantamentos são diferentes, já que o primeiro da EY com a YPO levou em consideração principalmente pequenas e médias empresas (PMEs), enquanto o segundo sobre o Escopo 3 considerou especialmente as de grande porte.
Se as PMEs têm dificuldades com o monitoramento das suas próprias emissões, o de terceiros quase não está acontecendo. Esse cenário é preocupante na medida em que essas empresas têm enorme participação na economia dos países. Somente no Brasil, de acordo com levantamento recente do Sebrae, há 22 milhões de pequenos negócios que respondem por cerca de 99% das empresas existentes no país, 55% do conjunto total de empregos com carteira assinada e quase 30% do PIB. Nesse contexto, como microempresas, são considerados os negócios com até nove empregados (agropecuária, comércio e serviços) ou 19 funcionários (indústria e mineração). Já as pequenas empresas são aquelas com até 49 trabalhadores (agropecuária, comércio e serviços) ou 99 empregados (indústria e mineração).
O estudo da EY com a YPO considerou por volta de mil empresas de 80 países, incluindo os da América Latina, dos seguintes setores: serviços; bens de consumo; e financeiro. Elas fazem parte da YPO, uma comunidade que reúne a liderança global em cargos de C-Level com mais de 35 mil membros representando US$ 9 trilhões de faturamento das suas organizações. O tamanho das empresas foi definido a partir do seu faturamento anual, com a maioria entre zero e US$ 50 milhões, o equivalente a 68% da amostra. Essas empresas foram consideradas pequenas e médias pelo estudo. O restante (32%) registrou receita anual superior a US$ 50 milhões.
Ainda segundo a pesquisa, as empresas menores com menos de 150 empregados e US$ 100 milhões de faturamento registraram desempenho superior sobre a adoção de energia renovável na sua operação. Isso pode indicar uma preocupação por parte delas com a sustentabilidade, embora enfrentem dificuldades de como efetivamente mensurar seu desempenho e utilizar esses dados em relatórios para o mercado. As PMEs também se destacaram nas métricas sociais, apresentando, no estudo, desempenho superior em relação às empresas maiores.
Impacto no desempenho dos negócios
A maioria dos CEOs (83%) considera que os riscos ESG e de sustentabilidade vão impactar o desempenho dos seus negócios nos próximos 12 meses de forma moderada, significativa ou muito significativa. A porcentagem de resposta “significativa” foi de 34%; seguida de “moderada” com 27%; e de “muito significativa” com 22%.
Essa constatação faz parte de pesquisa realizada pela EY com 1,2 mil CEOs em todo o mundo sobre como eles usam a inteligência artificial, incluindo seus planos para alavancar essa tecnologia. Além disso, trouxe informações de como pretendem incorporar a sustentabilidade na agenda de crescimento das suas organizações.
Fonte: Agência EY com redação
Imagem: Karolina Grabowska: via pexels
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