O presidente Luiz Inácio Lula da Silva visita hoje (18), no Rio, o terminal de regaseificação de gás natural liquefeito (GNL) da Baía de Guanabara. Junto com o terminal de Pecém (CE), a obra disponibilizará ao mercado cerca de 21 milhões de metros cúbicos de gás natural.
RedaçãoO presidente Luiz Inácio Lula da Silva visita hoje (18), no Rio, o terminal de regaseificação de gás natural liquefeito (GNL) da Baía de Guanabara. Junto com o terminal de Pecém (CE), a obra disponibilizará ao mercado cerca de 21 milhões de metros cúbicos de gás natural. Os dois terminais, cujas obras fazem parte do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), marcam a entrada da empresa no mercado internacional desse gás, garantindo ao Brasil novas fontes de suprimento.
O presidente Lula comentou o prazo recorde em que a obra do terminal da Baía de Guanabara foi executada, um ano. “Este terminal é uma demonstração de quando a gente quer fazer uma coisa, a gente consegue. A Petrobras assumiu esta responsabilidade e tornou este dia possível. Estamos vendo acontecer algo extraordinário”, disse o presidente Lula, na sala de comando do navio regaseificador Golar Spirit, primeiro no mundo convertido para realizar o armazenamento de GNL e a transformação do gás natural do estado líquido para o gasoso.
Já o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, ressaltou que o terminal da Baía de Guanabara é capaz de injetar na rede nacional de gasodutos 14 milhões de metros cúbicos de gás/dia. O volume significa a metade do que é hoje importado da Bolívia. “Este terminal nos dá flexibilidade para a oferta de gás no país. A primeira remessa veio de Trininad e Tobago, mas podemos trazer gás de qualquer parte do mundo que produza GNL”, disse Gabrielli.
Ainda segundo o presidente da Petrobras, o terminal da Baía de Guanabara é uma reserva importante para ser usada de acordo com a volatilidade da demanda de gás no país. “É como o estepe de um veículo. Pode parecer pouco importante, mas é muito útil quando o pneu fura”, compara Gabrielli.
O Governo Federal não quer correr o risco de ver o país parar por falta de energia. “Estamos mostrando ao mundo que quem quiser investir no Brasil vai ter energia de sobra. Enquanto tivermos energia hídrica, nós vamos usar. Mas, na medida em que acontecer qualquer dificuldade de abastecimento de energia em alguma parte do país, nós teremos os terminais de regaseificação para suprir a demanda”, afirmou o presidente Lula.
Nesta terça-feira (17), em coletiva na Petrobras, a diretora de Gás e Energia da estatal, Graça Foster, acompanhada do presidente da Transpetro, Sergio Machado, falaram sobre o terminal de regaseificação GNL da Baía de Guanabara. Para Foster o novo terminal é o projeto de integração energética mais importante do país depois da construção do gasoduto Bolívia-Brasil. “Ele ampliará nossa capacidade de colocação de gás no mercado e juntamente com o terminal de Pecém coocorá à disposição do mercado o equivalente a dois terços de todo o produto importado atualmente da Bolívia, ou seja, cerca de 30 milhões de metros cúbicos por dia”, avaliou.
A diretora afirmou a possibilidade da construção de outros terminais de regaseificação de GNL, entretanto apontou a necessidade de ter concluído um terceiro terminal na virada do período 2012/2013 e uma quarta unidade para 2013/2014. Foster revelou ainda que a estatal avalia a construção de uma planta offshore de GNL, um sistema móvel, para aproveitamento do gás do pré-sal.
De acordo com Sergio Machado, a Transpetro capacitou uma equipe para operar navios e terminais, numa tecnologia pioneira no mundo. "Todo o processo de operação com GNL está sendo certificado pelo Deutsche Norske Veritas (DNV), um dos principais organismos certificadores do planeta, para assegurar padrões internacionais de segurança e eficiência", pontuou.
Segundo o presidente da subsidiária, foram selecionadas para treinamento 13 operadores e 2 coordenadores da área de GLP. O treinamento teve o apoio da GTI – Gás Technology Institute, líder do mercado americano de qualificação nessa área. "O processo foi complementado por uma parceria entre a Universidade Petrobras e a Praxair/White Martins para um curso geral sobre gás e outro módulo da GTI, específico sobre operações de GNL", finalizou.
O projeto
As obras de construção e montagem do terminal na Baía de Guanabara foram iniciadas em dezembro de 2007 e concluídas em janeiro deste ano. Atualmente, o empreendimento está na fase de pré-operação, devendo estar pronto para operar ainda neste primeiro semestre. O investimento foi de R$ R$ 819 milhões, com a geração de cerca de 1.700 empregos diretos.
O novo terminal, totalmente construído para atuar como unidade de regaseificação de GNL, diferente do terminal de Pecém, tem capacidade para regaseificar 14 milhões de m³/dia de gás natural, o que corresponde a quase o consumo médio do mercado térmico em todo o país no ano passado (14.489 milhões de m³/dia). O gás regaseificado da Baía de Guanabara atenderá, prioritariamente, as usinas termelétricas da região Sudeste. O volume de 14 milhões de m³/dia é suficiente para gerar cerca de 3.000 MW.
O gás natural regaseificado será enviado às termelétricas por meio de um gasoduto de 15 km de extensão. Construído para interligar o terminal ao Gasduc II, em Duque de Caxias, o gasoduto tem dez quilômetros de trecho submarino e cinco quilômetros, em terra. Nos planos da Petrobras, o GNL deverá ser utilizado, quando necessário, nas usinas termelétricas do país em caso de escassez de água para suprir a demanda energética.
Segundo a diretora de Gás e Energia da Petrobras, a planta de GNL da Baía de Guanabara desafoga e diversifica a capacidade da empresa de atender à demanda interna.
“Ela dá um lastro muito grande à nossa necessidade e demanda pelo gás natural. Nós temos um suprimento constante da Bolívia, mas é muito conveniente que o Brasil disponha de outra fonte, além do insumo que vem da Bolívia e do próprio gás nacional. Isso significa mais 21 milhões de metros cúbicos/dia de segurança energética”, afirma.
Segundo a Petrobras, o gás natural originado do GNL complementará a oferta nacional de gás natural, que hoje tem sua demanda atendida pelo gás nacional produzido pela estatal e pelo importado da Bolívia. “Com o GNL, a Petrobras passa a importar o produto de outros países, como Trinidad e Tobago e Nigéria”, informou a empresa.
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