Alberto Guimarães, presidente da empresa de logística Lógum - criada pelas parceiras Petrobras, Copersucar, Cosan, Odebrecht, Camargo Correa e Uniduto Logística - apresentou hoje (29), na sede do IBP, o estágio e as perspectivas do sistema de dutos que transportarão a produção de etanol brasileiro até 2016. A companhia pretende construir 1.300 km de dutos, e atualmente desenvolve o trecho que ligará Ribeirão Preto e Paulínea, que terá 212 km.
Com os prazos sendo cumpridos em dia, a expectativa da empresa é de que em dezembro já comece a pré-operação no trecho entre Paulínea e Barueri, que também iniciará os testes do sistema de entrada em São Paulo. A Lógum já possui Licença Prévia (LP) para os trechos que ligarão Uberaba e Ribeirão Preto - já com Licença de Instalação (LI) e autorização de construção -, Paulínea, Anhembi e Araçatuba.
De acordo com Guimarães, o projeto também caminha com foco ambiental. Ele foi apresentado às Nações Unidas e à Comissão Interministerial de Mudança Global do Clima, para que seja enquadrado no projeto de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). "Estamos nos credenciando para que possamos vender créditos de carbono quando estivermos em plena maturidade do projeto, e esperamos ter cerca de 1,2 milhões de toneladas de CO2 economizadas. Já credenciamos uma empresa americana para conduzir essa parte, e dentro de um ano já deveremos ter a conclusão deste processo", disse.
Sobre o mercado, Guimarães afirma que o alto preço do etanol, em comparação com a gasolina, é algo transitório. "Estamos todos convencidos que isto é algo absolutamente transitório, muito associado ao efeito da crise de 2008, que ainda se reflete em investimentos nesta área, e, mais do que tudo, por questões de plantio. Hoje a crise está muito associada à disponibilidade de cana", afirmou.
De acordo com ele, as projeções de produção de etanol continuam a confirmar a alta atratividade de um projeto de transporte logístico como o que está sendo desenvolvido. "Graças ao crescimento do mercado de veículos flex os investimentos em produção de etanol - usinas novas, chegada de capital estrangeiro - continuam intensos, projetando uma produção cada vez maior, e um excedente que vai nos levar a disponibilizar facilidades de transporte até a costa para viabilizar cabotagem e exportação".
Um fenômeno que acompanha o crescimento do setor é a interiorização da produção. Terras e facilidades para plantio e produção de etanol no estado de São Paulo estão cada vez mais caros, e com isso as plantações estão migrando para locais mais distantes do grande centro de consumo e dos portos de carregamento. De acordo com as projeções da empresa, os estados que receberão uma boa parte da produção, em aproximadamente dez anos, serão Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.
Atualmente, 90% de toda produção de etanol é escoada por caminhão e 10% por ferrovia. Guimarães afirmou que o êxito do trabalho vem com a integração entre o sistema que está sendo desenvolvido e os modais já existentes.