Jornal do Commercio
A queda de braço da Petrobras com fornecedores por preços menores em novas contratações de oito navios plataformas, chamados de FPSO (Floating Production Storage Offloading), vem esquentando e pode fazer com que as contratações da estatal sejam adiadas. Enquanto os fornecedores ameaçam esvaziar a licitação dos oito navios, que vão atuar na camada pré-sal da Bacia de Santos, fonte da Petrobras diz que não está descartado o adiamento da licitação, se os preços não forem satisfatórios.
Segundo fontes do setor, das 13 empresas convidadas a disputar a licitação, apenas quatro (sem experiência anterior neste tipo de construção) vão apresentar no próximo dia 14 de abril a documentação para a disputa da obra, avaliada pelo mercado em cerca de US$ 7 bilhões apenas para a construção dos oito cascos. Considerando o sistema completo de produção, os investimentos nestes equipamentos atingem US$ 15 bilhões.
A Petrobras não quis comentar oficialmente o assunto, mas de acordo com uma fonte da estatal, “é bem provável que a licitação seja cancelada” se os preços não chegarem ao limite imposto pela empresa dentro do seu orçamento. Esta linha de corte estaria na casa dos US$ 550 milhões por casco. Mas as empresas afirmam que dificilmente um casco saia por menos de US$ 800 milhões, valor que vem sendo negociado no mercado internacional por unidade semelhante.
“Este preço considera toda uma linha de produção em série já existente, na Coreia, na China, ou em Cingapura. Mas no caso do Brasil será necessário ainda estruturar esta linha de montagem”, disse o representante de uma terceira empresa. Todos os citados optaram por omitirem seus nomes porque as negociações ainda estão ocorrendo.
A tendência, avaliam as mesmas fontes de empresas fornecedoras, é de que a licitação seja cancelada e relançada no segundo semestre quando não só os equipamentos internacionais poderão estar com preços mais acessíveis quanto as próprias empresas deverão precificar um risco menor para estas obras.
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