Proposta foi apresentada hoje (5/12) por um consórcio internacional de instituições, entre elas o RCGI, do Brasil. Objetivo principal é dar condições aos países em desenvolvimento para atingirem emissões líquidas zero.
Redação TN Petróleo/AssessoriaHoje, 5 de dezembro, na 28ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2023 (COP 28), em Dubai, pesquisadores do Centro de Pesquisa e Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI) participaram do lançamento da iniciativa Technology Without Borders (TWB). Trata-se de um consórcio liderado pelo Net Zero Technology Centre (NZTC), da Escócia, com participação do RCGI, da parte do Brasil, e outros cinco centros de pesquisa da África, Austrália, Holanda, Japão e Reino Unido. O projeto é um hub para viabilizar colaborações no âmbito do carbono zero, tanto entre pesquisadores como em financiamentos, entre países desenvolvidos e em desenvolvimento — do Norte para o Sul global. Assim, espera-se conectar centros de tecnologia e indústria para acelerar a transição energética e atender demandas de energia dos países em desenvolvimento, enquanto são incorporadas iniciativas de carbono zero.
"As duas últimas conferências alertaram para os impactos maiores das mudanças climáticas sobre os países em desenvolvimento. Há uma preocupação sobre a equidade do processo no sentido de que todos os países reúnam condições de cumprirem com suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), definidas a partir do Acordo de Paris", afirma Karen Mascarenhas (foto), diretora de Recursos Humanos e Comunicação Institucional e vice coordenadora do projeto de Percepção Social do RCGI.
A iniciativa prevê a criação de um 'Hub Tecnológico Global' que será financiado pela indústria internacional e local com o objetivo de identificar projetos com o máximo de impacto na descarbonização e as adaptações necessárias para a sua implantação. O trabalho envolverá endosso dos governos locais e nacionais, identificação de fontes nacionais e internacionais de financiamento público e privado, além de análises iniciais dos projetos. Sujeito à garantia de financiamento, cada parceiro da iniciativa irá trabalhar em colaboração com o país em desenvolvimento para identificar oportunidades de tecnologia e inovação, disponibilizar seus especialistas em tecnologia para apoiar o programa, participar ativamente em estudos de viabilidade e testes de campo, entre outras ações.
Histórico da colaboração - O RCGI é parceiro da NZTC desde agosto de 2021, quando pesquisadores do Centro e de outras nove instituições participaram de uma série de workshops preparatórios para o Global Summit – um evento paralelo à COP 26 que foi realizado em novembro daquele mesmo ano em Glasgow. Na ocasião, buscou-se um alinhamento das competências de cada centro participante. O objetivo seria elaborar um relatório que indicasse as tecnologias prioritárias, passíveis de serem aplicadas em escala, para descarbonização do setor de petróleo e gás em nível global.
Ao longo de 2022, pesquisadores do RCGI participaram ativamente da elaboração do documento, levando em consideração a realidade brasileira. O 'Closing the Gap: A Global Perspective', como foi chamado o documento, foi apresentado na COP 27, no Egito. Nele, estão apontadas as prioridades globais de inovação em bacias de hidrocarbonetos tradicionais, incluindo hidrogênio azul e verde, energia eólica offshore, eletrificação de petróleo e gás, tecnologias de transformação digital e captura e armazenamento de carbono para se atingir as metas de emissões do Acordo de Paris e criar sistemas integrados de energia líquida carbono zero.
"A parceria e a colaboração que partiu da proposta de identificar e apontar as principais alternativas para a indústria de óleo e gás atingir o carbono zero, agora chegamos ao estágio de implementação dessas práticas", afirma Mascarenhas.
Na COP 28, o RCGI está sendo representado pelo diretor científico do centro, Julio Meneghini, pelos cientistas Paulo Artaxo, Carlos Cerri, Marcos Buckeridge e Suani T. Coelho, além de Karen Mascarenhas. Todos integram a delegação da USP no evento, que conta ainda com a participação de outros professores da USP, como Patricia Iglecias, Fernanda Brando, Tamara Gomes e Tadeu Malheiros.
Serviço: No dia 8 de dezembro, às 15h25 (horário local), no palco de Tecnologia e Inovação na Zona Verde da COP 28, haverá uma apresentação sobre a iniciativa Technology Without Borders (TWB).
Sobre o RCGI – O Centro de Pesquisa e Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI) é um Centro de Pesquisa em Engenharia, criado em 2015, com financiamento da FAPESP e de empresas por meio dos recursos previstos na cláusula de P,D&I da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) dos contratos de exploração e comercialização de petróleo e gás. Atualmente estão em atividade cerca de 60 projetos de pesquisa, ancorados em sete programas: NBS (Nature Based Solutions); CCU (Carbon Capture and Utilization); BECCS (Bioenergy with Carbon Capture and Storage); GHG (Greenhouse Gases), Advocacy, Innovation Power Systems e Decarbonization. O centro, que conta com cerca de 600 pesquisadores, mantém colaborações com diversas instituições, como Oxford, Imperial College, Princenton e o National Renewable Energy Laboratory (NREL), além de projetos de longo prazo com centros de pesquisa dos Estados Unidos por meio da iniciativa Center 2 Center (C2C), financiada pela FAPESP e pela National Science Foundation. Saiba mais.
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