Renováveis

GE vai fabricar no Brasil geradores para energia eólica

Valor Econômico
30/10/2009 12:16
Visualizações: 605 (0) (0) (0) (0)

A perspectiva de vendas de até 3 mil megawatts (MW) de energia eólica no leilão que o governo federal deverá realizar no dia 18 de dezembro garantiu a entrada de mais um grande fabricante mundial de aerogeradores no ainda pequeno mercado brasileiro. A americana General Electric deve começar em janeiro a atender encomendas em sua fábrica de Campinas (SP), onde concluiu este mês um investimento de R$ 145 milhões para adaptar suas linhas de montagem.

 

Segundo a empresa, os aerogeradores terão um índice de nacionalização de 60%. Mas dependendo da demanda gerada pelo leilão de dezembro, o índice poderá atingir 100%.

 

"Existe uma pressão muito grande em todos os países em fazer a produção local. E estamos confiantes tanto na demanda brasileira quanto na possibilidade de fazer do país uma plataforma para exportações", afirmou o vice-presidente mundial da General Electric e encarregado na empresa da parte de infraestrutura e energia, John Krenicki.

 

O executivo afirmou que a produção de componentes para a indústria da energia permaneceu relativamente imune aos efeitos da crise econômica global iniciada em setembro de 2008. "Esta é uma indústria de longo prazo. Uma torre eólica garante energia para sempre. De modo que não é afetada por acontecimentos imediatos", comentou.

 

Atualmente, a GE no Brasil fornece apenas a tecnologia para a produção de pás eólicas feitas pela Tecsis, empresa instalada em Sorocaba (SP) que tem na multinacional americana sua maior cliente. Por meio da Tecsis, no ano passado a GE exportou cerca de US$ 300 milhões deste produto do Brasil para a União Europeia e o Japão. Não havia atendimento da demanda nacional. No ano passado, a Tecsis recebeu um financiamento de US$ 120 milhões do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para ampliar a sua produção no país.

 

De acordo com Krenicki, o mercado mundial de energia eólica atualmente representa US$ 6 bilhões por ano. A empresa é a segunda maior fabricante de componentes para este mercado do mundo, atrás da dinamarquesa Vestas. No Brasil, irá concorrer com a argentina Impsa e as alemãs Wobben e Siemens. Existem atualmente 441 projetos inscritos para o leilão de dezembro, que somam 13.341 MW. A Associação Brasileira de Energia Eólica divulgou previsões apostando em uma contratação entre 1,5 mil e 2 mil MW, mas a GE é mais otimista e acredita que podem ser adquiridos entre 2 mil e 3 mil MW.

 

A maioria dos projetos está longe da fábrica da GE. A região Nordeste é o local com maior número de projetos, somando 322 propostas, que seriam capazes de gerar 9.549 MW. O Rio Grande do Sul é a origem de 86 projetos, somando 2.894 MW. Atualmente, o parque eólico instalado no Brasil é de 550 MW, equivalente à demanda do Peru e cinco vezes menos que a demanda do México. Na matriz energética brasileira, a energia eólica ainda é pouco representativa e responde por 0,23%.

 

A falta da produção nacional dos componentes é justamente um dos gargalos que impede esta modalidade de energia de se desenvolver. No leilão de dezembro, contudo, o governo não estabeleceu índices mínimos de fabricação local de componentes. Apenas determinou que os parques eólicos não poderão ter peças usadas. Os contratos que serão licitados em dezembro terão início de produção em julho de 2012 e devem garantir fornecimento de energia ao contratante por vinte anos.

 

A GE não revela qual será a capacidade instalada em sua fábrica de Campinas. Em termos mundiais, a produção de componentes de energia eólica da empresa garante a geração do equivalente a 15 mil MW.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Biodiesel
Indústria doa equipamentos para fortalecer fiscalização ...
02/07/25
Macaé Energy
Licença Prévia do projeto Raia é celebrada na abertura d...
02/07/25
Hidrelétricas
GE Vernova garante pedido de Operação & Manutenção nas u...
01/07/25
Energia Solar
GoodWe e Fotus miram liderança em mercado bilionário no ...
01/07/25
Oportunidade
Auren Energia abre inscrições para Programa de Estágio 2025
01/07/25
Etanol de milho
Reconhecimento internacional do etanol de milho para pro...
01/07/25
Resultado
Maio registra recorde nas produções de petróleo e de gás...
01/07/25
Sustentabilidade
Binatural conquista certificação internacional em susten...
01/07/25
Firjan
Produção de petróleo na porção fluminense da Bacia de Ca...
01/07/25
ANP
Divulgado o resultado final do PRH-ANP 2025
01/07/25
Evento
Maior congresso técnico de bioenergia do mundo reúne 1,6...
01/07/25
Energia Eólica
Nova MP não será suficiente para conter impactos pervers...
30/06/25
Combustíveis
Gasolina cai só 0,78% em junho, mesmo após reajuste de 5...
30/06/25
Evento
Brasil avança na transição energética com E30 e B15 e re...
30/06/25
Fiscalização
ANP divulga resultados de ações de fiscalização em 12 un...
30/06/25
Pessoas
Patricia Pradal é a nova presidente da Chevron América d...
30/06/25
IBP
Manifesto em Defesa do Fortalecimento da ANP
30/06/25
Resultado
ANP divulga dados consolidados do setor regulado em 2024
30/06/25
Etanol
Preços do etanol sobem na última semana de junho
30/06/25
Combustíveis
Fiscalização: ANP realiza novo debate sobre medida repar...
27/06/25
Margem Equatorial
Capacidade de inovação da indústria de O&G impulsiona es...
27/06/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.