Conteúdo Local

Fornecedores em óleo e gás querem revisão do decreto de conteúdo local

DCI
02/02/2016 14:55
Visualizações: 1142

O novo pacote prevê, entre outras medidas, a inclusão de investimentos com engenharia e promoção das exportações no índice de nacionalização dos projetos licitados pela Petrobras

O novo programa de estímulos à indústria de óleo e gás no Brasil reacende a discussão sobre o conteúdo local em contratos da Petrobras. Enquanto empresas da cadeia lutam para sobreviver, representantes do setor se movimentam para que o decreto seja revisto.

Segundo dirigentes da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ), as compras de insumos para projetos da estatal sempre foram muito baixas no País.

"O conteúdo local real na cadeia da Petrobras não chega a 10%. O programa do governo é só uma maquiagem", afirma o presidente da ABIMAQ, Carlos Pastoriza.

Até o início deste ano, empresas de engenharia contratadas pela Petrobras (chamadas EPCs) precisavam comprovar a compra de 60% de bens fabricados pela indústria nacional.

Entretanto, há cerca de duas semanas, o governo divulgou decreto em que mudou as regras de exigência de conteúdo local.

O novo pacote inclui o Programa de Estímulo à Competitividade da Cadeia Produtiva, ao Desenvolvimento e ao Aprimoramento de Fornecedores do Setor de Petróleo e Gás Natural (Pedefor), que prevê, entre outras medidas, engenharia desenvolvida localmente, investimentos em desenvolvimento e inovação tecnológica no País e promoção de exportações.

"Essas medidas nada têm a ver com conteúdo local", diz o presidente executivo da ABIMAQ, José Velloso.

Supostamente, o setor que mais se beneficiaria da exigência de 60% de compras locais seriam os fabricantes de máquinas e equipamentos. Porém, representantes alegam que o programa não aconteceu no Brasil. "O balanço de óleo e gás é muito ruim. O conteúdo local não aconteceu", acrescenta Velloso.

Fontes do mercado estimam que as multas por descumprimento de conteúdo local giram em torno de R$ 10 bilhões para as operadoras da Petrobras. "Muitas vezes, a multa saía mais barato do que comprar localmente", destaca.

Enquanto isso, fabricantes de insumos utilizados nas plataformas tentam se readequar após se prepararem para uma demanda que não veio.

É o caso da Tenaris Confab, fornecedora exclusiva da Petrobras de um tipo de tubo para águas ultraprofundas. Após investir uma parcela significativa dos US$ 370 milhões direcionados ao Brasil em 2014 em Pindamonhangaba (SP), a companhia precisou revisar os seus projetos dada a falta de demanda da estatal. Procurada, a empresa afirmou que não irá comentar o assunto.

Mas segundo o sindicato dos metalúrgicos de Pindamonhangaba, a unidade precisou alocar mão de obra internamente para outras áreas, já que uma parcela dos funcionários estava "ociosa".

De acordo com o presidente do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), Carlos Loureiro, a demanda da Confab foi altamente impactada pela crise na Petrobras. "A produção caiu muito devido à paralisação da cadeia", diz.

Outra fornecedora exclusiva de um tipo de tubos para a estatal anunciou nesta segunda-feira (1º) a fusão das suas operações em uma única e nova empresa, a Vallourec Soluções Tubulares do Brasil, na qual a Vallourec deterá participação de 85% e, a Nippon Steel & Sumitomo Metal Corporation, os 15% restantes.

À espera de aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a empresa informou em comunicado que a decisão visa "racionalizar" as operações no Brasil e no mundo.

Velloso informa que os investimentos da Petrobras na aquisição de novos equipamentos são praticamente nulos e que as compras se restringem à manutenção.

"Enquanto não houver um acordo de leniência para as empreiteiras ligadas à Lava Jato voltarem a operar, não há perspectiva de retomada das compras. Os fabricantes de máquinas vendem para estas empresas e não à Petrobras".

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Brandend Content
Oil States participa da OTC Brasil 2025 e reforça seu co...
07/11/25
Resultado
Lucro líquido da Petrobras chega a US$ 6 bilhões no terc...
07/11/25
ANP
XIII Seminário de Segurança Operacional e Meio Ambiente ...
07/11/25
Indústria Naval
Transpetro lança licitação para contratação de navios de...
07/11/25
COP30
Embrapii participa de atividades sobre inovação na indústria
07/11/25
ANP
Combustível do Futuro: ANP fará consulta e audiência púb...
07/11/25
COP30
IBP defende adoção de critérios globais para uma transiç...
06/11/25
Gás Natural
ANP aprova Plano de Ação referente às tarifas de transpo...
06/11/25
Offshore
Descomissionamento é tema estratégico
06/11/25
Meio Ambiente
Equinor e USP iniciam projeto de pesquisa de captura e a...
06/11/25
Resultado
BRAVA Energia registra recorde de receita líquida com US...
06/11/25
Resultado
Vibra registra forte geração de caixa e margens consiste...
06/11/25
Resultado
ENGIE Brasil Energia registra lucro líquido ajustado de ...
06/11/25
Apoio cultural
Transpetro une preservação cultural e desenvolvimento su...
06/11/25
Internacional
Malásia quer se tornar polo global de captura e armazena...
05/11/25
Meio Ambiente
ANP realiza workshop sobre emissões de metano em conjunt...
05/11/25
Combustíveis
Procon Carioca firma parceria inédita com o Instituto Co...
05/11/25
Energia Elétrica
Thopen adquire operação de geração distribuída de energi...
05/11/25
Resultado
PRIO divulga resultados do 3T25 com avanços em Wahoo, Al...
05/11/25
PD&I
Noruega e Brasil lançam nova chamada conjunta de financi...
04/11/25
Descomissionamento
ABPIP realiza segundo workshop com ANP para discutir des...
04/11/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.