Estudo da federação constata a existência de demanda equivalente a mais de 97 milhões de m³/dia até 2030. Expectativa de investimentos chega a R$ 15 bilhões no período
Redação TN Petróleo/Assessoria FirjanO estado do Rio de Janeiro responde por 44% da produção líquida nacional de gás natural e reúne as condições de liderar o processo de transição energética. O consumo de gás natural pela indústria, o uso em veículos automotores e o aumento da sua contribuição na geração de energia nas termelétricas são fatores que confirmam o cenário energético, que se forma no plano regional. Essa vocação é demonstrada no “Mapeamento da Demanda de Gás Natural no Rio”, documento lançado pela Firjan em 30/11, na sede da federação.
Acesse o estudo: www.firjan.com.br/gasnorio
“A indústria tem total interesse em usar o gás natural como insumo, matéria-prima ou fonte de geração de energia, desde que se viabilize um preço competitivo”, analisou Luiz Césio Caetano, presidente em exercício da Firjan, na abertura do evento.
Ele manifestou a preocupação do setor com a possibilidade de reajustes face ao novo contrato do gás natural no estado. “Dada necessidade de se vigorar um novo contrato a partir de janeiro de 2022, propomos como alternativa, para agentes do mercado, minimamente a prorrogação das cláusulas já existentes até que as condições para o verdadeiro novo mercado livre de gás sejam atendidas, mantendo assim o contrato atual e seus parâmetros de preço", defendeu.
Karine Fragoso (foto), gerente de Petróleo, Gás e Naval da federação e diretora-geral da ONIP (Organização Nacional da Indústria do Petróleo), destacou a parceria com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e a Nova Transportadora do Sudeste (NTS) para a elaboração do documento no estado do Rio. “Graças a esse levantamento feito em todas as regionais da Firjan e em parceria com nossas unidades da Firjan SENAI, foi possível mostrar o potencial do mercado de gás natural fluminense e as perspectivas para os próximos anos”, destacou.
O mapeamento reuniu empresas que representam mais de 80% do consumo atual de gás natural pela indústria fluminense, que atualmente se encontra na ordem de 2,8 milhões de m³/dia. Mais de 12 milhões de m³/dia de potencial de consumo no horizonte de 10 anos foram indicados pelas empresas. Esse potencial, entretanto, está atrelado a um preço de gás favorável, segundo os participantes do estudo.
“Com as informações coletadas, foi possível identificar clusters de demanda de gás natural ao longo do território fluminense e entender os interesses de cada empresa em relação à nova configuração do mercado de gás natural com o novo marco legal e a construção do mercado livre estadual”, acrescentou Fernando Luiz Ruschel Montera, coordenador de Conteúdo de Petróleo, Gás e Naval da federação, ao apresentar uma síntese do documento.
Heloisa Borges, diretora de Estudos do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis da EPE, comentou que a cadeia do gás natural é hoje muito maior e complexa, e que sua utilização crescente pela indústria faz parte da estratégia de conversão energética, na busca por modelos que reduzam a emissão de gases do efeito estufa. Mauricio Lopes, gerente comercial e de Novos Negócios da NTS, empresa patrocinadora do documento, apresentou dados sobre a rede de dutos operada pela empresa e os planos de expansão dos serviços e explicitou a importância do estudo para o planejamento de investimentos da companhia.
Daniel Lamassa, subsecretário de Óleo, Gás e Energia da secretaria estadual de Desenvolvimento Econômico, elogiou o mapeamento da demanda liderado pela Firjan e lembrou que o mercado de óleo e gás responde hoje por 40% do PIB fluminense. “Como maior produtor de gás natural do país, o Rio de Janeiro tem todas as condições de largar na frente na corrida da transição energética”, previu.
Acesse o estudo: www.firjan.com.br/gasnorio
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