O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Marco Antonio Raupp, esteve nesta sexta-feira (16) com o presidente do Sistema FIRJAN, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, e outros empresários fluminenses, entre eles o presidente do Conselho de Tecnologia da Federação, Fernando Sandroni, que apresentou as propostas e reinvindicações da indústria para a pasta do ministério.
“Precisamos competir com os grandes países que investiram há muitos anos na formação humana e tecnológica, sem ter essa base. Então, estamos aqui incentivando a presidenta para pensar um pouco nos cortes, para não ser automático, como quase sempre nas questões estruturantes do país. Ciência e Tecnologia são fundamentais. Se não criamos essa base, teremos uma nação frágil para o futuro”, ressaltou o presidente do Sistema FIRJAN, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira.
Entre os temas em destaque tratados no evento estava o ensino público para a Matemática. Sobre essa questão, o Sistema FIRJAN propõe a ampliação do esforço de qualificação do ensino em Matemática; a continuidade das olimpíadas de matemática para incentivar o ingresso de jovens talentos nas áreas científicas e tecnológicas; e a inclusão social por meio do conhecimento da Matemática, das Ciências e da Tecnologia.
“Estamos investindo muito na questão da formação mais técnica dos nossos alunos, da nossa rede SESI/SENAI, principalmente na Matemática”, disse o presidente do Sistema Firjan, Eduardo Eugenio. Ele enfatizou a importância de se democratizar, de uma forma mais atrativa, o ensino para os jovens do Brasil, dando exemplo a partir do Rio de Janeiro.
Para o ministro Marco Antonio Raupp, foi uma surpresa ver o ensino da matemática tratado em uma reunião de empresários. “É muito bom ver esse assunto como elemento fundamental de capacitação para que o brasileiro seja um bom operário, um bom engenheiro, um bom cidadão”, disse o ministro da Ciência e Tecnologia. “Estamos encampando as reinvindicações dos industriais para o desenvolvimento do Brasil”, finalizou o ministro.
Veja as propostas do Sistema Firjan para o ministério:
1. POLÍTICA DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA & INOVAÇÃO
- Formular e acompanhar Programas Estruturantes com aferição periódica de resultados (ref: Plano Brasil Maior);
- Aprofundar e dar continuidade aos programas brasileiros referentes aos complexos industriais da Saúde e da Defesa (Lei 12.349/2010), privilegiando as compras por parte de órgãos públicos dos seus produtos - conforme proposta nos Cadernos de Tecnologia 3 do Sistema FIRJAN (2005);
- Realizar estudo, em parceria com a indústria, sobre o uso do poder de compra em novos setores estratégicos;
- Aumentar o volume de investimentos em tecnologia e pesquisa aplicada, tanto em institutos de tecnologia públicos como privados, pois estes alavancam os investimentos das empresas e estimulam processos de “catching up” em relação aos países mais adiantados.
2. INOVAÇÃO - ARCABOUÇO LEGAL
- Código Nacional de CT&I (PL 2.177/ 2011):
§ Art. 10: inserir possibilidade de exploração da tecnologia resultante do projeto executado em parceria, com exclusividade pelo parceiro privado;
§ Art. 31: Alterar de forma a permitir isenção da incidência de tributos em bolsa paga por instituição privada;
§ Art. 79: ampliar o número de representantes do setor empresarial no Conselho Diretor do FNDCT para 9 (hoje composto por 3 representantes), alterando o inciso X do art. 2º da Lei 11.540/2007;
§ Inserir capítulo que trate da regulação das instituições privadas sem fins lucrativos.
- Lei do Bem:
§ Aprimorar o instrumento de forma a ampliar a base industrial que pode ser beneficiada pela Lei do Bem, estendendo benefício às empresas enquadradas no regime de lucro presumido, permitindo que os recursos não se limitem apenas a apoiar itens de custeio, mas também sua extensão aos ativos fixos, como planta-piloto, etc.
3. PRÉ-SAL
- Garantir que parte expressiva dos recursos provenientes dos royalties do pré-sal seja destinada a apoiar o aumento da competitividade produtiva do país com base em programas e projetos inovadores;
- Garantir que esses recursos realmente apoiem todas as etapas de desenvolvimento dos programas e projetos considerados.
4. FORTALECIMENTO DA ENGENHARIA
A conexão Educação – Engenharia – Desenvolvimento e o reforço da Competitividade e inovação nas cadeias produtivas já foi tema do primeiro número dos Cadernos de Tecnologia (2001). Estava claro então que a Engenharia era fundamental no processo de globalização em andamento, exigia sua presença no desenvolvimento tecnológico.
5. ENSINO PÚBLICO PARA A MATEMÁTICA
- Ampliar o esforço de qualificação do ensino em Matemática;
- Continuar a promover as olimpíadas de matemática para incentivar o ingresso de jovens talentos nas áreas científicas e tecnológicas;
- Promover a inclusão social por meio do fortalecimento do conhecimento da Matemática, das Ciências e da Tecnologia.