Redação/Assessoria Fapesp
Marcos de Oliveira | Agência FAPESP – Dúvidas sobre a submissão de projetos e regras de funcionamento do Programa FAPESP Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) foram elucidadas para um público de 40 pessoas presentes no auditório da Associação Comercial e Industrial de Lorena (Acial). Foi a quarta edição do Diálogo sobre Apoio à Pesquisa para Inovação na Pequena Empresa realizada em 2019 – a terceira no interior paulista, depois de Sorocaba e Araçatuba.
Durante o ano são organizadas sete edições do evento no interior e outras quatro na capital. A próxima será em São Paulo, no dia 24 de junho, pela primeira vez na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), no âmbito do Ciclo ILP-FAPESP de Ciência e Inovação. O próximo encontro fora de São Paulo deverá ser em Santos, em 2 de agosto.
O evento realizado em Lorena, cidade com 88 mil habitantes na região do Vale do Paraíba, foi uma oportunidade para os interessados de cidades vizinhas também se informarem sobre o PIPE.
“Estiveram presentes empreendedores de Guaratinguetá, Pindamonhangaba e Taubaté. Eram empresários e, principalmente, pessoas ligadas à universidade, pós-graduandos e professores, que procuravam saber sobre as possibilidades de criar uma startup com o resultado do próprio estudo”, disse Américo Martins Craveiro, membro da coordenação adjunta da FAPESP na área de Pesquisa para Inovação e apresentador do evento.
Após a apresentação de Craveiro sobre o PIPE, mostrando como deve ser formulado um projeto, foi aberta uma rodada de perguntas que durou cerca de uma hora e meia.
Uma dúvida recorrente foi sobre a necessidade ou não de ter uma empresa constituída para apresentar um projeto ao PIPE. “Se aprovado, haverá tempo para os trâmites de formação da empresa. Enfatizei também que não é possível o projeto PIPE se desenrolar dentro da universidade, em um laboratório, por exemplo. A parceria com a universidade é bem-vinda, mas o empresário precisa correr riscos em um ambiente diferente e ter um perfil empresarial. Isso pode acontecer em uma incubadora de empresas, por exemplo”, disse Craveiro.
Outra pergunta foi sobre a possibilidade de uma empresa de outro estado apresentar um projeto ao PIPE tendo uma filial em São Paulo. “Pode, mas não apenas com um CNPJ [Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas] da filial no Estado de São Paulo. É preciso que a empresa opere e tenha uma equipe na cidade paulista onde deverá ser executado o projeto. O coordenador do projeto, com dedicação de 40 horas semanais, precisa morar no Estado de São Paulo.” Já a contratação de consultores pode ocorrer fora do Estado de São Paulo e no exterior.
A possibilidade de ingressar direto na segunda fase do PIPE também gerou perguntas. O programa é composto por duas fases, sendo a primeira para apresentação e demonstração da viabilidade técnica da pesquisa proposta, com duração máxima de nove meses e valor de até R$ 200 mil não reembolsáveis por projeto. Na segunda, quando o projeto será desenvolvido, o valor é de até R$ 1 milhão e duração de 24 meses.
Craveiro explicou que é possível ir direto para a Fase 2 desde que o projeto submetido demonstre já ter sido realizada a prova de conceito, normalmente finalizada na Fase 1, assim como o tamanho do mercado a ser atingido pela inovação, incluindo a concorrência, dentro de um plano de negócios que projete, por exemplo, estimativas de venda nos três primeiros anos. “É preciso ter maturidade econômica e ser realista”, disse Craveiro.
“A palestra foi extremamente didática e mostrou todos os critérios necessários para se apresentar um bom projeto ao PIPE”, disse Nelson Marques de Oliveira Jr., gestor executivo do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) de Taubaté, que organizou o evento com a FAPESP e a Acial.
Para Craveiro, os eventos Diálogo sobre Apoio à Pesquisa para Inovação na Pequena Empresa no interior abrem um acesso democrático às informações para candidatos – atuais e futuros empresários – com ideias de desenvolver um produto, processo ou serviço inovador e formar uma empresa. “Não é preciso que essas pessoas venham até a sede da FAPESP, em São Paulo, para esclarecer as dúvidas.”
Os diálogos do PIPE no interior contam com a parceria do Ciesp e participação do Serviço Nacional de Aprendizagem (Senai), da Desenvolve SP-Agência de Desenvolvimento Paulista e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
O programa apoia a execução de pesquisa científica e/ou tecnológica em pequenas empresas com até 250 empregados, sediadas no Estado de São Paulo. Os projetos devem ser executados por pesquisadores com vínculo empregatício com a empresa ou a ela associados para a sua realização.
Está em vigência o 3º ciclo de análise de 2019 do PIPE, que conta com R$ 15 milhões reservados para atendimento às propostas selecionadas. As propostas podem ser submetidas até 29 de julho.
Mais informações: www.fapesp.br/pipe.
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