De acordo com o boletim Rio Exporta, produzido pela federação, saldo comercial do Rio de Janeiro foi de US$ 5,7 bilhões no primeiro semestre do ano
Redação/Assessoria FirjanO estado do Rio registrou saldo comercial de US$ 5,7 bilhões no primeiro semestre do ano, puxado pelo aumento de 17% nas exportações – o melhor desempenho desde 2013 – e queda de 3% nas importações. O resultado manteve o Rio como segundo estado brasileiro com maior fluxo internacional, atrás apenas de São Paulo. A corrente de comércio atingiu US$ 22,1 bilhões, sendo US$ 13,9 bilhões em exportações e US$ 8,2 bilhões em importações. Os dados são do Rio Exporta, boletim de comércio exterior do estado, elaborado pela Firjan.
“O resultado se deve, sobretudo, às vendas externas de produtos básicos, que vêm aumentando desde 2016 e somaram, no período, US$ 9,3 bilhões”, conta Flavia Alves, especialista em Comércio Exterior da federação. O item líder da pauta continua sendo o petróleo, destinado principalmente à China e aos Estados Unidos. Houve uma expansão de 19% nas vendas do produto, que em valores somou para o estado US$ 9,1 bilhões.
Mas os manufaturados também apresentaram crescimento: alavancaram 47% no semestre e bateram recorde de vendas no período (US$ 3,7 bilhões). Os semimanufaturados, entretanto, registraram queda de 13% de janeiro a junho deste ano. Na avaliação do fluxo internacional exclusive petróleo, houve aumento de 13% nas exportações e queda de 4% nas importações.
Para a Argentina, em função da crise enfrentada no país vizinho, as exportações caíram 53% no semestre. Paulo Penna, gerente de Logística da Spice Indústria Química / Archroma na América Latina, conta que a empresa, de fato, vendeu menos para o país vizinho, mas a recuperação do mercado peruano e chileno compensou. “Com isso, mantivemos o nosso resultado no que tange à exportação. Entretanto, estamos apreensivos com a questão política e econômica argentina neste momento. Temos receio de que o país volte a colocar barreiras às exportações, o que impactaria os negócios”, avalia.
A companhia, instalada na Região Sul Fluminense, vende produtos químicos, como corantes e branqueadores, para as indústrias têxtil, de papel, de adesivo e para a construção civil. Para lidar melhor com esse momento, Penna diz que seria necessário melhorar a infraestrutura do estado do Rio e os custos portuários e tributários. “Se isso acontecer, poderia canalizar de 60% a 70% das nossas exportações atuais para o Porto do Rio. Hoje, essas questões nos levam a usar o Porto de Santos”, ressalta ele.
Destaques da pauta exportadora do Rio
Entre os demais destaques da balança comercial do semestre estão os avanços de 383% em equipamentos de Informática e eletrônicos; de 90% em máquinas e equipamentos; e de 89% em coque e biocombustíveis. Esses resultados compensaram as quedas de 46% nas exportações de veículos automotores e de 23% de produtos químicos.
Quanto às importações, houve queda de 21% nas compras de bens de consumo, especialmente de veículos automotores. Já os bens de capital tiveram redução de 2%, segundo Flavia, como reflexo da diminuição de aquisições de máquinas, aparelhos, material elétrico, equipamentos de informática e produtos eletrônicos. Por outro lado, houve aumento considerável de importação de tubos flexíveis de ferro e aço (+ 287%), possivelmente reflexo da disputa comercial entre EUA e China, conforme explica Flavia. As compras de petróleo estrangeiro, por sua vez, caíram 0,7%.
O semestre terminou com a finalização das negociações do acordo comercial Mercosul-União Europeia, em 28/06, tornando-se um importante marco para o comércio internacional. “A parceria entre estado do Rio e UE já tem bastante destaque atualmente. Neste ano, as exportações fluminenses para o bloco europeu, exceto petróleo, somaram US$ 967 milhões, ultrapassando países e blocos da Ásia”, ressalta Flavia. Os principais itens da pauta foram tubos flexíveis de ferro ou aço (US$ 483 milhões) e partes de turborreatores ou de turbopropulsores (US$ 115 milhões). As importações alcançaram US$ 1,5 bilhão, com destaque para partes de aviões ou de helicópteros (US$ 80 milhões) e tubos flexíveis de ferro ou aço (US$ 70 milhões).
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