<P>Uma das maiores operadoras portuárias do mundo, a APM Terminals assumiu ontem a Ceara Terminal Operator (CTO), principal operador do Terminal Portuário do Pecém. Com a mudança na administração, a expectativa é de que o porto ganhe em importância e passe a ter potencial de se tornar um hub...
Diário do Nordeste - CEUma das maiores operadoras portuárias do mundo, a APM Terminals assumiu ontem a Ceara Terminal Operator (CTO), principal operador do Terminal Portuário do Pecém. Com a mudança na administração, a expectativa é de que o porto ganhe em importância e passe a ter potencial de se tornar um hub port, ou seja, um portão concentrador de carga e linhas de navegação, atraindo, assim, navios maiores.
Isso é o que espera o diretor-superintendente do CTO, Eduardo Linna. Segundo ele, atualmente, a empresa é formada por um consórcio do qual 99% são pertencentes à Maersk Brasil - do Grupo A.P. Moller, o mesmo do qual a APM faz parte - e 1% à cearense Unilink Transportes Integrados Ltda. “A meta, com a APM, é aumentar a produtividade do terminal, baixando os custos. Isso através da utilização de um sistema mais eficiente, realizando o processo de carga e descarga dos navios de maneira mais eficaz, fazendo com que ele fique menos tempo atracado, que é o objetivo maior dos armadores. Tudo isso salva despesas”, explica Linna.
O incremento na produtividade passa também por um aumento no número de funcionários, hoje somando em 180. Em um prazo de quatro meses, segundo garante o diretor-superintendente da CTO, o terminal terá um acréscimo de 30% no número de postos de trabalho. “O foco é na comunidade do Pecém. Hoje, 83% dos funcionários da CTO moram lá, e existe mão-de-obra qualificada”.
Os funcionários já iniciaram um processo de treinamento interno para a utilização dos novos equipamentos e tecnologias, como capacitação de guincheiros, motoristas de empilhadeiras, entre outros.
De acordo com o diretor de operações e infra-estruturas da Cearáportos, Humberto Castelo Branco, a vinda da operadora vai gerar um upgrade de qualidade ao porto, além de ser esperado, também, que a empresa traga mais empresas e cargas para a área portuária do Pecém.
“A APM é uma operadora de grande porte, que utiliza equipamentos de última geração. Além de trazer o nome ao Porto do Pecém, ela traz o know-how de uma empresa que já atua em mercados mundiais há muitos anos”, acredita.
A expectativa é confirmada pelo diretor-superintendente da CTO, que informa que já se está trabalhando para angariar carga de outros portos para o Pecém. Segundo ele, a tendência agora é trazer navios de maior porte.
A APM é um grupo sediado na Holanda e controla 53 terminais em 31 países e está estabelecida desde 2001 como divisão separada e independente da Moller-Maersk. No Brasil, ela detém as operações de contêineres do Porto de Itajaí (SC) e atualmente procura novas áreas nas regiões Sul e Sudeste. A empresa movimenta por ano cerca de 30 milhões de contêineres, quase seis vezes o que circula no Brasil. O principal executivo da APM para a América Central e América do Sul, Patrício Junior, já havia declarado à imprensa o interesse de ampliar os investimentos no Brasil, afirmando inclusive que a empresa não tem limites para investir na costa brasileira.
O Brasil, considera o executivo, é o maior mercado da América do Sul e com grande potencial de crescimento.
No Porto do Pecém, a movimentação de contêineres, no ano passado, atingiu a marca de 143.893 unidades, um incremento de 22% em relação ao ano anterior. O aumento da carga também já está sendo estimado, somente entre contêineres de frutas, em 65%, passando dos 10 mil movimentados em 2007, para 16,5 mil para este ano. O CTO se localiza no porto desde 2002. Além dele, o Pecém ainda possui, como operadora de navios, a paulista Tecer. Já para operar cargas nos pátios e armazéns, além das duas citadas, conta com a Termaco, a Logmais e a Smart. O terminal do Pecém é o porto brasileiro mais próximo dos EUA, Caribe e Europa. O ´transitime´ até o antigo continente é de oito dias, perdendo, na América, apenas para o porto de Nova Iorque, que faz o percurso em seis dias.
Fonte: Diário do Nordeste - CE
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