Indústria Naval

Europeus desembarcam no Brasil para disputar o mercado de iates

A italiana Azimut-Benetti, que se instalou no Brasil em 2010, está construindo modelos enormes que vão de 70 a 100 pés, ou seja, 23 a 33 metros da popa à proa. A Ferretti, que inaugurou seu estaleiro em junho de 2011 no interior de São Paulo, já observou que

Valor Econômico
28/03/2012 15:50
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A julgar pelas encomendas e pelos 10% de crescimento anual do segmento de iates de luxo, parece haver tanta animação nas marinas do Litoral Norte paulista quanto em Mônaco. Em se tratando de iate, o tamanho - além da pompa - indica o florescimento do mercado. A italiana Azimut-Benetti, que se instalou no Brasil em 2010, está construindo modelos enormes que vão de 70 a 100 pés, ou seja, 23 a 33 metros da popa à proa. A Ferretti, que inaugurou seu estaleiro em junho de 2011 no interior de São Paulo, já observou que a média de tamanho dos barcos de luxo cresceu de 53 para 62 pés, em sua carteira de clientes. Em 2011, o estaleiro vendeu 33 unidades e para este ano a expectativa é chegar a 51. A média de preço dos barcos é de R$ 6,2 milhões.

"Fizemos um estudo que mostra que nos próximos cinco anos o mercado de luxo continuará crescendo acima dos 10%. Já o mercado italiano de náutica vai mal e as empresas estão recorrendo a empréstimos e associações", afirma Marcio Christiansesn, sócio da companhia.

Otimista em relação ao aquecimento da economia brasileira, a meta de Christiansesn é atingir a capacidade total de 120 iates de luxo em 2015. Para abrir o estaleiro, a Ferretti desembolsou R$ 40 milhões entre maquinário, instalações e centro tecnológico e já contratou 620 funcionários.

Em contrapartida à crise náutica vivida nos mercados europeus e americano, as vendas no Brasil registraram crescimento de 40%, entre 2008 a 2011, segundo dados da Associação Brasileira dos Construtores de Barcos e seus Implementos (Acobar). "Com a crise instalada lá fora, os empresários internacionais acabaram enxergando no Brasil uma boa oportunidade para exportar os barcos de alto luxo, além de abrir estaleiros neste mercado. Entre os países que compõem o BRIC - Brasil, Rússia, Índia e China -, só o Brasil tem uma cultura náutica e é propício para essa prática", acrescenta Eduardo Colunna, presidente da Acobar.

Menos confiante que o sócio da Ferretti, o presidente da associação aposta num incremento mais moderado nas vendas.

"Em 2011 foram produzidas 4.700 unidades, entre barcos de pesca, implementos, caiaques, iates e outros tipos de embarcações. Desse total, 30% foram barcos de luxo. A expectativa é de um crescimento nas vendas entre 5% e 10% neste ano", prevê.

Para 2013, segundo Colunna, o mercado terá maior força na comercialização. "Acredito que o crescimento deverá retomar o patamar de 10% ao ano em todos os nichos, dos mais simples ao de luxo, a partir do próximo ano. O Brasil está engrossando a lista de milionários e isso está intimamente ligado às vendas do setor".

A Azimut já avisou sua clientela que este ano dará início à produção de dois modelos gigantes. Um deles será o maior já construído na América Latina e o outro, o maior no país. A produção do estaleiro de Itajaí deverá aumentar 400% só este ano. Para se ter uma ideia, entre os meses de agosto de 2010, quando começou a operar no Brasil, até fevereiro último, a Azimut já produziu 12 embarcações de luxo, inclusive uma de 60 pés - cerca de 20 metros de proa a popa -, segundo informações da empresa.

Além disso, oito iates estão sendo fabricados e até 2013 há encomendas já fechadas. Os investimentos da italiana somaram R$ 200 milhões na unidade e sua decisão em fabricar em solo brasileiro tem uma boa justificativa: o Brasil foi o país que mais comprou barcos da Azimut-Benetti no mundo, em 2010: 120 unidades.

A Itália é a maior produtora de iates de luxo do mundo, com 260 unidades por ano, seguida dos EUA, com 85. Holanda, Reino Unido e Alemanha ocupam terceiro, quarto e quinto lugares, respectivamente. De acordo com a Acobar, um iate só pode ser considerado de luxo quando custa mais de R$ 1 milhão. Em 2012, a YachtBrasil, que comercializa as marcas Azimut Brasil e Brunswik do Brasil, percebeu uma mudança. "Notamos um crescimento na demanda por barcos de 60 pés, que hoje saem em torno de R$ 4,5 milhões", conta Marco Antonio do Carmo, diretor da companhia.
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