Jornal do Commercio
O Banco de Desenvolvimento da China pode oferecer crédito adicional à Petrobras, além do empréstimo de US$ 10 bilhões em dez anos concedido nesta semana, afirmou o presidente da estatal, José Sergio Gabrielli, na quinta-feira. "Discutimos com o banco a possibilidade de outro empréstimo, que pode ser grande", disse Gabrielli, em entrevista coletiva em Nova York.
Na terça-feira, a Petrobras fechou com a China um acordo para empréstimo de US$ 10 bilhões, segundo o qual a petroleira fornecerá 200 mil barris de petróleo por dia para a estatal Chinesa Sinopec nos próximos dez anos.
Gabrielli explicou que a China concordou em fazer o financiamento com juros abaixo das taxas que a empresa concordou em pagar por outras dívidas, mas não quis dar mais detalhes. O executivo também afirmou que a produção de petróleo no pré-sal é viavel com o barril cotado a US$ 45.
CPI. Em relação à discussão sobre a criação da CPI para investigar a estatal no Congresso, o presidente da Petrobras disse que é essencialmente uma briga política. "Se é para investigar, vamos investigar, mas vamos investigar o assunto, não fazer uma CPI para encontrar o que investigar, porque isso é um absurdo", afirmou Gabrielli.
O executivo também criticou a imprensa pela cobertura que o assunto está recebendo. "As pessoas que falam têm crédito e os veículos que publicam também. Isso acaba atingindo (a empresa). Não sei se ameaça, pois somos sólidos e temos um bom nome, mas que atinge, atinge." Gabrielli ressaltou que a companhia tem diretores e gerentes honestos e que fazem um bom trabalho.
O executivo criticou especulações de que a CPI da Petrobras poderia ser usada em uma manobra destinada à troca de uma diretoria da estatal e novamente criticou a imprensa. "É impressionante. Quando pegamos as notícias que vêm do Brasil e as que vêm de fora são dois mundos completamente distintos. Nos veículos mais importantes do mundo, a cobertura foca o que fazemos do ponto de vista financeiro e de produção. No Brasil, a discussão é sobre aqueles que querem descobrir problemas."
No entendimento de Gabrielli, se for feito muito barulho sobre a CPI em algum momento vai prejudicar a Petrobras. "Isso é o que nos preocupa", destacou, antes de participar da celebração de encerramento do pregão na NYSE, tocando o sino que marca o final das negociações diárias.
efeitos. Gabrielli não acredita que os efeitos da CPI sejam grandes o suficiente para afetar o crédito da empresa para captar recursos. "A Petrobras tem bom histórico e fundamentos que mostram que vamos muito bem". Gabrielli também disse que está absolutamente tranquilo sobre os contratos sem licitações no montante de R$ 47 bilhões. "Seguimos estritamente o que a lei recomenda que a Petrobras faça", afirmou. Gabrielli está em Nova York para receber o prêmio Personalidade do Ano, concedido pela Camara de Comercio rasil-Estados Unidos.
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