Valor Econômico
A Petrobras está negociando com dez grupos privados nacionais e estrangeiros a entrada deles no capital das seis empresas que vão produzir produtos petroquímicos de segunda geração, como polietilenos, polipropileno e estireno, entre outros, no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).
O diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, disse ao Valor que ainda não é hora de citar nomes, mas que as empresas “já foram chamadas pela Petrobras para conversar”.
O modelo desenhado pela Petrobras prevê a operação e o controle acionário da unidade da primeira geração que vai produzir produtos petroquímicos a partir do processamento de 150 mil barris de petróleo pesado por dia. A unidade também vai produzir coque, enxofre, nafta pesada e benzeno, entre outros insumos, além de óleo diesel.
A estatal anunciou em fevereiro a criação de seis empresas da segunda geração que, por enquanto, são subsidiárias integrais. É para o capital delas que agora a companhia negocia um modelo de integração.
Na segunda geração a intenção da Petrobras é não ser operadora e ter participação minoritária de no máximo 40%.
Costa explicou que nas conversas com as empresas privados a Petrobras tem como premissa que elas tenham recursos financeiros e capacidade de exportar pelo menos 30% da produção. “Nós já escolhemos a tecnologia mas se alguma empresa tiver outra proposta vamos avaliar”, explicou Costa. “A crise levou a algumas reavaliações de projetos mas se acreditássemos que não vai haver crescimento da demanda até 2013 deveríamos fechar as portas e ir para casa. Este ano vamos nos dedicar à formatação do Comperj. É difícil e vai dar trabalho, mas o que na vida não dá trabalho?”, pergunta o executivo.
A Petrobras já comprou para o Comperj alguns pacotes de equipamentos como reatores, com a antecipação sendo necessária devido ao elevado prazo de entrega desses equipamentos. Em junho a estatal vai receber as propostas para os pacotes de equipamentos de coqueamento retardado e os de destilação.
Pelo cronograma, a primeira geração do Comperj ficará pronta até o fim de 2012 e a segunda entrará em operação no segundo semestre de 2013.
O diretor de Abastaecimento da estatal explica que a companhia está tranquila com relação ao mercado petroquímico porque o Brasil não terá como atender sua própria demanda sem novas unidades. “Não teremos condições de atender o mercado com produtos próprios fabricados aqui se não houver um aumento da oferta. Se isso não acontecer, por volta de 2017 e 2020 o país se tornará um grande importador de matéria-prima”, disse. Hoje, a Petrobras abre as proposta da segunda tomada de preços para compra de equipamentos da refinaria de Pernambuco.
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