Agência Petrobras
Localizado no município de Ipojuca, no Complexo Industrial Portuário de Suape, em Pernambuco, o estaleiro Atlântico Sul (EAS) é hoje um dos principais do país e um dos mais importantes do mundo.
Atualmente, concentra em sua carteira de projetos 22 dos 49 navios petroleiros que fazem parte do Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro (Promef).
Pelo grande número de encomendas, o EAS foi o primeiro "estaleiro virtual" a ser construído no Brasil.
Estaleiro virtual é aquele cuja construção é viabilizada em função da escala obtida pelo volume de encomendas de navios a contratar.
Com as demandas do Promef, o EAS mudou a economia e os empregos da região em que está instalado, até então baseados no plantio de cana-de-açúcar.
Com uma área total de 1,5 milhão de m2, o Estaleiro Atlântico Sul tem capacidade para construção simultânea de dois FPSOs (plataforma que produz, armazena e transfere petróleo, na sigla em inglês), tem dois pórticos de 1.500 toneladas cada e dois cais.
A capacidade de processamento de aço é de 160 mil toneladas por ano. Em operação desde setembro de 2008, o Estaleiro Atlântico Sul entrou para a história da indústria naval brasileira em maio de 2010 ao lançar ao mar seu primeiro navio, o petroleiro Suezmax João Candido, com conteúdo local de 71% (conteúdo local é uma determinação da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis de que os bens e serviços usados na construção de um equipamento naval sejam, em grande parte, de origem nacional e não importados). Suezmax são os navios petroleiros construídos com dimensões que permitem sua passagem pelo Canal de Suez.
O segundo entregue foi o Suezmax Zumbi dos Palmares, em maio de 2013, com conteúdo local de 74%.
O terceiro Suezmax do lote de dez navios que viabilizaram a construção do Estaleiro Atlântico Sul foi o Dragão do Mar, entregue em dezembro de 2013, com conteúdo local de 65%.
Além desse primeiro lote de dez navios Suezmax, contratado em janeiro de 2007, com conteúdo local de 60% e previsão de realização de 72%, o EAS tem em carteira a construção de outros três lotes de navios petroleiros, sendo 5 Aframax (conteúdo local de 68%), 4 Suezmax (73%) e 3 Aframax DP (73%), que vão totalizar 22 dos 49 petroleiros previstos no Promef. Os Aframax são navios-tanque que podem operar em portos comerciais.
Além dessas 22 encomendas, o estaleiro tem hoje em sua carteira de projetos a construção de seis navios-sonda (projetados para perfuração de poços submarinos) que serão afretados à Petrobras. Atualmente o estaleiro executa o corte de chapas da sonda de perfuração Copacabana, prevista para ser entregue no 1º trimestre de 2016, e da sonda Grumari, a ser entregue no 3º trimestre de 2016. As outras quatro sondas serão entregues até o fim de 2018.
Em dezembro do ano passado, o EAS entregou a P-62, após a conclusão da integração do casco com os módulos, iniciada um ano antes. A P-62, que tem 63% de conteúdo local, iniciou sua operação em maio deste ano, no campo de Roncador, na Bacia de Campos. Nos próximos meses, serão interligados a essa unidade um total de 22 poços, sendo 14 produtores de petróleo e gás e oito injetores de água.
Assim que esse processo for finalizado, a unidade poderá processar diariamente até 180 mil barris de petróleo.
O EAS também se destaca por ter participado da construção da plataforma semissubmersível P-55, que foi finalizada no Estaleiro Rio Grande 1 em setembro de 2013 com conteúdo local de 79%. A P-55 é a maior unidade desse modelo construída no Brasil, e uma das maiores do mundo, com 52 mil toneladas e capacidade de produção de 180 mil de barris por dia.
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