Bahia

Estado ganha primeira embarcação da América Latina movida a gás natural

<P>Com o lançamento do Fast Ferry Ivete Sangalo, dia 19 de agosto, a capital baiana contará com uma tecnologia inédita em alto mar: a primeira embarcação movida a gás natural da América Latina. O novo sistema de abastecimento da embarcação, que fará a travessia marítima de passageiros e v...

Alemtemporeal - Alagoas
18/08/2008 00:00
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Com o lançamento do Fast Ferry Ivete Sangalo, dia 19 de agosto, a capital baiana contará com uma tecnologia inédita em alto mar: a primeira embarcação movida a gás natural da América Latina. O novo sistema de abastecimento da embarcação, que fará a travessia marítima de passageiros e veículos entre Salvador e a Ilha de Itaparica, contribuirá para diminuir o tempo de viagem e reduzir a emissão de gases poluentes pelo ferry boat.

O sistema de abastecimento pioneiro é uma mistura de 70% de gás natural e 30% de diesel e teve sua tecnologia desenvolvida totalmente no Brasil. A Bahiagás e Petrobras investiram um total de R$ 1,427 milhão em pesquisa e desenvolvimento do projeto, por meio da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro. É uma inovação na indústria naval brasileira. Além de trazer grandes melhorias ambientais e econômicas, o novo ferry boat será referência a outros tipos de transporte marítimo no país e América Latina, abrindo um novo mercado para o gás natural, energia mais competitiva e ecologicamente mais limpa do que outros combustíveis fósseis.

A Bahia está de parabéns pelo uso pioneiro do gás natural para fins náuticos. Certamente, essa experiência inovadora será estendida para outros estados, criando-se um novo mercado para gás natural e trazendo enormes benefícios para a sociedade, diz Eduardo Barretto, diretor Técnico Comercial da Bahiagás.

Construído pela TWB, concessionária da travessia Salvador-Itaparica desde 2006, é também o primeiro ferry boat construído 100% em tecnologia naval. O projeto australiano, assinado pela SeaTransport Solutions e pelo projetista Stuart Ballantyne, teve investimento de R$ 35 milhões, com financiamento do Fundo da Marinha Mercante e do Banco do Nordeste, mais R$ 15 milhões para construção das gavetas e extensão das passarelas de pedestres.

Com 53 metros de comprimento e capacidade para 610 pessoas e 74 automóveis, o Ivete Sangalo fará o percurso de sete milhas (aproximadamente 13 km) em 30 minutos, enquanto as atuais embarcações em operação levam cerca de uma hora para realizar o trajeto, uma redução de 50%. O novo ferry conta ainda com elevador para facilitar a acomodação dos automóveis e área vip para atender a quem deseja viajar com ainda mais conforto.

A cada viagem, a embarcação consome 140 metros cúbicos de gás natural. São quatro motores de 600 cavalos cada um, funcionando simultaneamente, além de dois geradores, sendo um operando e outro em reserva. Os ganhos para o meio ambiente com a utilização do combustível são vários. Em comparação com o diesel, a mistura diesel-gás vai permitir uma diminuição na emissão de gases como de dióxido de carbono (CO2), em 20%, e de óxidos de nitrogênio (NOx), em 50%. Além de provocar a diminuição do efeito estufa, vai melhorar o aspecto visual da travessia, pela grande redução de emissões para a atmosfera.

Economia -- A utilização do gás natural no Ivete Sangalo representará ainda uma dinamização da economia da ilha de Itaparica e Recôncavo baiano. A embarcação será a primeira do sistema ferry boat a ser abastecida pelo gás natural produzido no campo do Morro do Barro. A Bahiagás fornecerá o combustível para a BR Distribuidora, que o venderá à TWB, empresa responsável pela operação do sistema de travessia marítima.

O Morro do Barro é o primeiro campo maduro com acumulações marginais do Brasil a fornecer gás natural, por meio de contrato com a Bahiagás firmado em 2007. Localizado na porção sudoeste da Ilha de Itaparica, no município de Vera Cruz, a área estava inativa há 17 anos, sem geração de riqueza para o estado. Em 2005, foi arrematado pelo consórcio ERG Petróleo e Gás, formado pelas empresas baianas PANERGY e ERG, na licitação realizada pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Na ocasião, também foram ofertadas no país 17 Áreas Inativas com Acumulações Marginais de petróleo e gás natural.

O acordo com a Bahiagás tem validade de 10 anos e valor global de R$ 58 milhões. O consórcio fornecerá até 35 mil metros cúbicos por dia de gás à companhia, que se encarrega da medição e odorização do gás. O transporte e comercialização do combustível ficará a cargo da BR Distribuidora, por meio de carretas feixe, utilizando o Gás Natural Comprimido (GNC), modal conhecido como gasoduto virtual.

Além do sistema ferry boat, o GNC produzido no campo do Barro atende também ao segmento automotivo, sendo fornecido para postos de combustíveis que vendem Gás Natural Veicular (GNV). Atualmente, dois postos em Santo Antônio de Jesus e Valença já comercializam o GNV advindo do campo. Outros municípios próximos a Morro do Barro, como Nazaré, Amargosa, Itaparica e Vera Cruz também serão beneficiados no futuro.

O incentivo ao mercado de campos maduros é uma importante estratégia da Bahiagás para cumprir suas metas de crescimento. A ampliação da oferta de gás em áreas ainda sem infra-estrutura implantada (rede de gasodutos) contribui para o desenvolvimento do Estado, criando novos mercados no interior.

O diretor presidente da Bahiagás, Davidson Magalhães, lembra que os campos marginais têm papel significativo no mundo, com contribuições expressivas na produção de gás natural em países como Estados Unidos, ao contrário do que acontece no Brasil, onde até então não despertavam interesse, depois de terem sido explorados pela Petrobras.

É um caminho novo que o Brasil precisa percorrer. Morro do Barro é a prova de que os campos marginais são um bom negócio para pequenas e médias empresas e um vetor importante para geração de emprego e renda, observa.

Campos marginais - Em 1998, a Petrobras abriu mão de 62 campos de petróleo e gás maduros, por terem sido considerados antieconômicos. Devolveu-os à gestão da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), agência reguladora, em obediência à Lei 9.478/97, a chamada Lei do Petróleo. A maior parte destes campos está na Bahia, mas essas áreas também estão presentes no Rio Grande do Norte/Ceará, Sergipe/Alagoas e até no Pará/Maranhão. A ANP procurou retomar suas atividades com o objetivo de contribuir para a geração de empregos, contratando uma universidade para avaliá-los e determinar seu real valor econômico.

Essas áreas representam oportunidades para empresas de pequeno e médio porte, por exigirem menor investimento. O objetivo é criar a categoria dos pequenos e médios produtores do mercado de petróleo e gás, feito inédito no Brasil.

BAHIAGÁS

Concessionária estadual exclusiva dos serviços de distribuição de gás canalizado no Estado da Bahia, a Bahiagás -- Companhia de Gás da Bahia é uma empresa de economia mista controlada pelo Governo do Estado por meio da Secretaria de Infra-Estrutura, tendo como demais acionistas a Gaspetro, subsidiária da Petrobras, e a Bahiapart, do grupo Mitsui Gás e Energia.

Criada em fevereiro de 1991, a companhia iniciou suas operações em agosto de 1994. Atualmente, é a maior distribuidora de gás canalizado do Nordeste e quarta do país. A empresa é responsável por 9,4% da distribuição nacional do combustível. Em 2007, alcançou o volume distribuído de 3,35 milhões de m³/dia de gás natural nos diversos segmentos de consumo, ampliando em 2008 a oferta para 4,0 milhões de m³/dia.

O gás natural representa 13,4% da matriz energética da Bahia, quarto estado consumidor do combustível no Brasil. A empresa opera em 13 municípios, que representam mais da metade do Produto Interno Bruto (PIB) baiano: Salvador, Feira de Santana, Amélia Rodrigues, Dias D?Ávila, Candeias, Santo Amaro, Alagoinhas, Catu, Pojuca, Camaçari, Simões Filho, São Francisco do Conde e Conceição do Jacuípe. A companhia encerrou o ano de 2007 com 333 clientes de gás natural, um crescimento 16% em relação a 2006.

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