Mercado

Estado do AM não quer ser santuário e se abre à mineração

Valor Econômico
24/05/2011 13:29
Visualizações: 608 (0) (0) (0) (0)
"Há uma tendência a achar que o Estado do Amazonas é um santuário", diz Nádia Ferreira, secretária do Meio Ambiente. "O Amazonas tem um potencial imenso na área de recursos minerais. Sabemos o quanto o Estado é rico e o Amazonas não vai se furtar de explorar suas potencialidades", avisa. Ela dá outro recado: "Sabemos do serviço que nossas florestas prestam ao mundo e do estoque de carbono que está aqui. É um ativo ambiental grande e é importante que esta conta comece a ser paga."


O Estado do Amazonas indica que suas fronteiras estão se abrindo para a mineração. Em março, o governador Omar Aziz (PMN) criou a Secretaria da Mineração, Geodiversidade e Recursos Hídricos para propor e coordenar políticas públicas do setor mineral, de óleo e gás, e atrair investimentos.


No caso da HRT, o pedido de licenciamento para estudos em Coari, Carauari, Tefé e Tapauá ocorreu em 2010. A empresa obteve licença prévia do Instituto de Proteção Ambiental do Estado do Amazonas (Ipaam) para sísmica, perfuração e pesquisa mineral. "A permissão é só para estudo", reforça Antonio Ademir Stroski, presidente do Ipaam desde fevereiro. "A atividade de estudo é de pequeno impacto", diz ele.


A concessão das licenças-prévias foi concedida pelo Ipaam quando o advogado Graco Diniz Fregapani, hoje gerente-geral do escritório da HRT em Manaus, ocupava a presidência. "Quero falar sobre isso de forma a não deixar qualquer dúvida", disse ele ao Valor. "As licenças sempre são assinadas depois de toda uma avaliação e dos pareceres técnicos e jurídicos que compõem o licenciamento ambiental. Não existe mágica, não existe facilitação." Fregapani, que ficou 12 anos no Ipaam e mais de um ano na presidência, conta que em dezembro pediu para sair do instituto. Sentia falta de desafios, estava há muito no Estado e pensava em abrir uma consultoria. Já desligado, recebeu o telefonema da HRT. "Conversei e me senti desafiado", prossegue. "Para ter postura ética e evitar qualquer tipo de vinculação, não retornei ao Ipaam para tratar de qualquer assunto de licenciamento ambiental da HRT."


Hoje a HRT tem licença-prévia para explorar a ocorrência de hidrocarbonetos em seus blocos. A licença é dada para cada locação. Ali montam a sonda para fazer a prospecção - levam os equipamentos desmontados e de helicóptero. "A abertura de estradas traz uma movimentação que estimula o desmatamento. Nossa logística é via helicópteros e balsas, até porque na Amazônia os rios são as estradas", diz Fregapani. Caso encontrem algo, começa outro rito que se inicia na ANP e, no caso ambiental, exige aprovação do Estudo de Impacto Ambiental (EIA-Rima) e audiências públicas.


O pesquisador Luiz Antônio Oliveira coordena a CTPetro Amazônia, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), rede criada pelo fundo setorial do petróleo e que também estuda os efeitos negativos da prospecção. Ele lembra que 95% das áreas desmatadas e mais de 60% das áreas degradadas na Amazônia são relacionadas à agropecuária. Sobre a atividade petrolífera na floresta, Oliveira diz que faz uma análise de custo e benefício. "O desmatamento tem que ocorrer. Mas o impacto é tão pequeno que a gente não considera porque o benefício econômico é muito grande."


No caso de exploração de petróleo na Amazônia, a outorga das áreas é feita pela ANP. O licenciamento costuma ser estadual e só é feito pelo Ibama em casos de área marítima e oceânica, se o projeto afetar unidade de conservação federal, se estiver na divisa de países, se cruzar mais de um Estado, se for área militar ou se a avaliação de impacto for regional. "Acaba tendo dupla fiscalização", diz Cristiano Vilardo, coordenador geral de petróleo e gás do Ibama. "Da ANP, que tem a competência para aspectos contratuais da atividade, e do órgão de meio ambiente."
Mais Lidas De Hoje
veja Também
Sísmica
Petrobras lidera fabricação inédita de sensores sísmicos...
24/09/25
Oportunidade
Petrobras abre mais de 700 vagas para jovens aprendizes ...
24/09/25
Pernambuco
Neoenergia PE renova contrato com R$ 6,1 bilhões em inve...
24/09/25
Bacia de Campos
Equinor conclui instalação do trecho de águas rasas do G...
24/09/25
Onshore
Rodada Zero: prorrogações de contratos de campos terrest...
23/09/25
Evento
Portos & Costas Brasil reúne especialistas em Itajaí
23/09/25
Evento
Copa Energia participa do Liquid Gas Week 2025, maior ev...
22/09/25
OTC Brasil 2025
OTC Brasil 2025 reúne líderes globais da energia offshor...
22/09/25
Combustíveis
Etanol anidro recua 1,80% e hidratado cai 1,23%, aponta ...
22/09/25
Oferta Permanente
ANP aprova inclusão de 275 novos blocos
19/09/25
Hidrogênio Verde
Complexo do Pecém (CE) abriga os primeiros projetos de h...
18/09/25
Energia Eólica
Parceria inovadora entre Petrobras, WEG e Statkraft colo...
18/09/25
Apoio Offshore
Omni Unmanned e SwissDrones concluem teste de UAV em pla...
18/09/25
Estudo
Cultura de inovação promove competitividade, sustentabil...
18/09/25
Contrato
OceanPact assina contratos com a Petrobras para monitora...
18/09/25
Meio Ambiente
Projeto piloto que vai capturar e armazenar 100 mil tone...
17/09/25
Pessoas
ABESPetro elege novo Conselho de Administração para biên...
17/09/25
OTC Brasil 2025
Excelência do Petróleo e Gás Brasileiro é Reconhecida no...
17/09/25
São Paulo
FIEE 2025 cresce 20% em público e registra maior edição ...
17/09/25
Bacia de Campos
OceanPact fecha contrato de descomissionamento com a Tri...
17/09/25
Rio Pipeline & Logistics 2025
EGD Engenharia marca presença na Rio Pipeline 2025 com f...
16/09/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

23