<P>O Porto de Santos deverá exportar entre 15% e 18% toneladas a mais de açúcar neste ano-safra (2006/2007) que no anterior, saindo, no melhor dos cenários, de 12 milhões para até 14,16 milhões de toneladas na comparação. A avaliação é de dois dos maiores terminais do cais especializados...
A Tribuna (Santos)O Porto de Santos deverá exportar entre 15% e 18% toneladas a mais de açúcar neste ano-safra (2006/2007) que no anterior, saindo, no melhor dos cenários, de 12 milhões para até 14,16 milhões de toneladas na comparação. A avaliação é de dois dos maiores terminais do cais especializados na movimentação da carga: Cosan e Teaçu.
Os números divergem dos da Codesp porque a estatal, responsável por administrar o porto, divulga o movimento de cargas de janeiro e dezembro, enquanto o setor sucroalcooleiro elabora seus levantamentos tendo como base as exportações da safra anual, que começam a partir de abril.
‘‘Nós (porto) crescemos 15%, 16% nas exportações de açúcar ao ano. Isso deve se manter e até ampliar um pouco’’, avaliou preliminarmente o diretor do terminal portuário da Cosan, Carlos Eduardo Bueno Magano, que é também o coordenador da Câmara Setorial de Açúcar, da Associação Comercial de Santos (ACS). ‘‘Tivemos 9,6 milhões de toneladas de granel e 2,4 milhões de toneladas de açúcar em sacaria, num total 12 milhões de toneladas na safra passada. Para esse ano devemos atingir mais de 12 milhões de toneladas só no granel’’, estimou.
Segundo o executivo, o crescimento no índice das exportações se deve, entre outros pontos, à expansão de 12% na área plantada de cana-de-açúcar (no País e em outras regiões tropicais, tanto o açúcar como o álcool são produzidos a partir da cana-de-açúcar). Na prática, houve um aumento de 18% na produção de açúcar e de 5% da produção de álcool.
Para o diretor do Teaçu, Renato Gouvea, a perspectiva é também de manutenção do aumento das vendas externas de açúcar no patamar de 15% a 18%. ‘‘Não estamos roubando açúcar de outros portos. É crescimento mesmo’’, avaliou.
Gouvea lembrou que as vendas da commodity estão atrasadas. ‘‘A safra começou com a necessidade de se produzir álcool. Depois, em abril, começou realmente a produção de açúcar. E só a partir de julho as exportações ficaram realmente firmes. Então, o que a gente sente é que deve sair muito açúcar ainda neste ano’’.
Devido a esse atraso é que pode se explicar, por exemplo, a queda de 2,93% nas exportações de açúcar na comparação entre os meses de agosto deste ano e de 2005.
Docas
Mesmo a Codesp, que não se baseia no ano-safra para calcular o movimento do açúcar, também vê um crescimento das exportações da commodity entre este ano e o exercício anterior.
‘‘Devemos fechar o ano com 13,5 milhões de toneladas de açúcar exportadas. No ano passado foram 12,4 milhões de toneladas’’, destacou o diretor comercial e de Desenvolvimento da Codesp, Fabrizio Pierdomenico, um icremento de 9%. ‘‘Se o açúcar fechar com 10% de crescimento estará acima da média de crescimento do próprio porto, que fica na casa dos 5% ao ano’’, avaliou o executivo.
O diretor da União da Agroindústria Canavieira do Estado de São Paulo (Unica), Antonio Padua Rodrigues, estimou que o País deve exportar, nesta safra, 2,5 milhões de toneladas da commodity a mais do que na passada. ‘‘E certamente o Porto de Santos irá responder por 70%, 80% desse total’’. Ou seja, o cais santista deve ter um incremento em suas operações de, pelo menos, 1,7 milhão de toneladas de açúcar.
Álcool - Em relação à suposta briga entre o açúcar e o álcool, cujas exportações pelo porto santista tiveram um crescimento de 95,76% na comparação entre os agostos últimos, Gouvea afirmou que as usinas têm capacidade instalada ‘‘restrita para mudar de um para o outro produto’’.
Para Eduardo Magano, o vertiginoso incremento das vendas externas do álcool se deve, também, à diminuição da participação do álcool na gasolina (de 25% para 20%), situação que gerou um excedente do produto e, consequentemente, vendas para o mercado externo.
De acordo com o diretor da Unica, Antonio Rodrigues, a plantação de cana-de-açúcar da atual safra ainda privilegiou a produção de açúcar à de álcool, cenário que deverá se inverter na próxima safra, de 2007/2008. ‘‘A tendência é uma inversão principalmente devido à demanda dos carros flex. O açúcar continuará crescendo, mas será um crescimento vegetativo’’, pontuou.
Fonte: A Tribuna (Santos)
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