COP30

Eficiência energética é essencial para desacoplar crescimento econômico e demanda de energia

Em painel sobre a descarbonização do setor industrial no estande da CNI, executiva do IBP destaca que a eficiência energética é essencial para a descarbonização do setor e da economia como um todo. Fazer mais com menos (energia) faz sentido economicamente e ambientalmente.

Redação TN Petróleo/Assessoria IBP
12/11/2025 10:51
Eficiência energética é essencial para desacoplar crescimento econômico e demanda de energia Imagem: Divulgação IBP Visualizações: 142

A transição energética precisa ser pensada a partir da demanda, priorizando não apenas a proteção ao meio ambiente, mas também o crescimento econômico e a justiça social. Países como o Brasil e outros emergentes precisam continuar crescendo, trazendo mais conforto e serviços para todos. Por esse motivo, a demanda energética vai continuar crescendo. A eficiência energética é o primeiro passo para desacoplar crescimento econômico e demanda de energia. Essa foi a mensagem central defendida pelo Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) no debate "O papel da eficiência energética e das novas fontes de energia na descarbonização dos processos industriais", realizado nesta terça-feira (11) no estande da Confederação Nacional da Indústria (CNI) na COP30, em Belém.

Segundo o relatório oficial da Presidência da COP30, uma das metas-chave é dobrar a taxa global de melhoria da eficiência energética até 2030, além de triplicar a capacidade de energia renovável instalada. O painel, moderado por Sylvie D'Apote, diretora executiva de Gás Natural do IBP, buscou mostrar, com exemplos de ações concretas e projetos em andamento, como a indústria brasileira está se estruturando para que a eficiência energética e o uso de novas fontes sejam vetores de competitividade e crescimento sustentável.

A executiva destacou que, enquanto o Brasil avança com renováveis e biocombustíveis, é estratégico garantir o suprimento e a segurança energética. "Não se trata de simplesmente substituir uma fonte por outra, mas de adicionar novas fontes renováveis às fontes existentes, para garantir mais energia, mais conforto e mais serviços energéticos para todos. Por isso que no IBP, nós falamos de evolução energética", afirmou Sylvie D'Apote (foto).

O painel contou com a participação de Gustavo Checcucci, diretor de Energia e Descarbonização Industrial da Braskem; Leonardo Mercante, diretor de Relações Governamentais da Suzano; e Mauro Andrade, diretor executivo de Novos Negócios da Prumo Logística. Cada um trouxe a perspectiva de seu setor sobre o papel da eficiência, das novas fontes de energia e da inovação no avanço da descarbonização.

Os panelistas apontaram cinco pilares essenciais para avançar na descarbonização do setor industrial:

  • Eficiência energética: É preciso começar otimizando os processos para reduzir a demanda energética por unidade de produto. O objetivo deve ser "fazer mais com menos", isso traz ganhos econômicos e ambientais.
  • Uso de novas fontes renováveis: Onde não é possível reduzir o consumo energético, novas fontes podem substituir as fontes existentes, com redução da pegada de carbono.
  • Inovação tecnológica: É essencial priorizar a inovação tecnológica, e a indústria precisa de políticas públicas que permitam aproveitar inovação tecnológica que vem de fora do país.
  • Infraestrutura e logística: Além de descarbonizar os processos produtivos é crucial também otimizar e descarbonizar a logística. O Brasil carece drasticamente de ferrovias, as hidrovias são subaproveitadas e a grande maioria do frete é rodoviário. A descarbonização do setor produtivo passa por investimentos e melhorias na infraestrutura e na modernização da logística.
  • Políticas públicas, legislação e normas: São necessárias políticas públicas que apoiem os esforços da indústria ou reduzam as barreiras existentes, inclusive tributárias.

Durante o painel, foram apresentados exemplos práticos de projetos de eficiência energética em setores como química, papel e celulose e logística portuária, demonstrando que a redução de emissões pode vir tanto do uso de novas fontes quanto da melhoria de processos industriais.

Leonardo Mercante destacou que políticas públicas sólidas são fundamentais para que a transição energética avance no Brasil. "Temos disponibilidade de fontes energéticas, mas temos dois gargalos claros, que são infraestrutura e inovação", afirmou. Segundo ele, o país precisa melhorar muito a infraestrutura e a logística. "Descarbonizar a produção e depois transportar o produto em caminhão a diesel por longas distancias não faz sentido". Comentou. "Falta também criar mecanismos de financiamento e, principalmente, simplificar o sistema tributário. Às vezes, a simplificação vale mais que um incentivo", completou.

Já Mauro Andrade reforçou o papel da logística como elo final para garantir eficiência energética e operacional. "A logística é a última parte do processo, é ela que garante a eficiência. Investir em portos é essencial. Estamos trabalhando em plano diretor, melhoria de operação e inovação. Hoje já temos tecnologia capaz de identificar em tempo real onde está o assoreamento, por exemplo. São elementos práticos de inovação que fazem diferença no dia a ia", comentou.

Para Gustavo Checcucci, o ponto de partida da descarbonização é o consumo consciente e a busca por eficiência. "Consumir menos ajuda e muito. É usar só o essencial. Eficiência energética é isso, fazer mais com menos. O desafio é grande, mas é também uma oportunidade de transformação para toda a indústria", afirmou.

Nas suas considerações finais, Sylvie D'Apote aproveitou para mencionar que o IBP preparou e lançou na COP 30 um livro "Energy Sector and Climate Action: Initiatives Inspired by The Paris Agreement" (Setor energético e ação climática: iniciativas inspiradas pelo Acordo de Paris). A publicação reúne 50 tecnologias desenvolvidas para a descarbonização da indústria de óleo e gás no Brasil.

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