Redação TN Petróleo, Agência Petrobras
O diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores da Petrobras, Sergio Caetano Leite (foto), ressaltou, nesta quarta-feira (31/01), que a companhia vem apresentando performance financeira consistente, combinando crescimento rentável com distribuição de dividendos em linha com empresas pares, e que a estratégia da companhia é definida e executada levando em conta a preservação da sua sustentabilidade financeira de curto, médio e longo prazo. O executivo palestrou no segundo e último dia do “Deep Dive Petrobras”, encontro realizado em Nova Iorque para aproximar a companhia dos investidores internacionais e aumentar a transparência junto ao mercado.
- A Petrobras tem uma atuação eficiente, extremamente capaz de gerar valor. Nos próximos anos, vamos seguir nesse sentido, alocando recursos somente em projetos que se mostrem rentáveis nos cenários mais adversos. Todos os projetos passam por uma rígida governança, assegurando rentabilidade e geração de valor e crescimento no longo prazo. A estratégia financeira é focada na disciplina de capital e no compromisso de manter o endividamento sob controle – pontuou Sergio Caetano Leite.
Os investidores demostraram muito interesse em obter informações sobre a política de remuneração aos acionistas da Petrobras. Durante o evento, a companhia teve a oportunidade de detalhar o assunto e esclarecer a função da reserva de capital, ferramenta crucial para manter à efetividade da política de remuneração aos acionistas. De acordo com a Petrobras, a reserva permite preservar caixa em cenários em que métricas contábeis descolem da geração de caixa. A reserva de remuneração traz maior regularidade nos pagamentos, garantindo a sustentabilidade financeira, mesmo em períodos de potencial volatilidade nas métricas contábeis, de forma que reduz a exposição a eventos extraordinários sem efeito imediato em caixa. A companhia lembrou que, além da Petrobras, o estatuto social de oito das dez maiores empresas brasileiras prevê algum tipo de reserva de lucros para pagamento futuro de dividendos.
-A Petrobras continuará a ser um bom pagador de dividendos, compartilhando seus ganhos financeiros com os acionistas e com a sociedade brasileira, ao mesmo tempo que cresce seu valor através de investimentos rentáveis e responsáveis. Depois de muita expectativa, anunciamos em julho de 2023, a nossa nova política de remuneração de investidores. Ela foi bem muito bem recebida pelo mercado, gerando, inclusive, valorização das ações da companhia – concluiu Leite.
No que tange à Gestão de Portfólio, a empresa apresentou aos investidores rígidos padrões de governança e controle, tanto em seus projetos de investimentos quanto em aquisições. O desenvolvimento de projetos envolve várias áreas da companhia, com separação de funções.
-Não há decisões de apenas uma pessoa na Petrobras. As camadas do processo de tomada de decisão envolvem múltiplas áreas da companhia e os níveis técnico, executivo e de gestão sênior. Todas as decisões passam por órgãos colegiados – destacou Andrea Damiani, gerente executiva de Gestão de Portfólio da Petrobras.
Maurício Tolmasquim, diretor de Transição Energética e Sustentabilidade, também participou do evento. O executivo destacou as iniciativas e projetos de descarbonização das operações da Petrobras, as perspectivas para negócios no segmento de energias de baixo carbono, com o biorefino, energia eólicas e solar; captura, utilização e armazenamento de carbono (CCUS) e hidrogênio.
-A projeção de capex de baixo carbono cresce nos próximos cinco anos, em linha com maior maturidade do negócio e objetivos de descarbonização. Nossa ideia é que a atuação nesses negócios diversifique o portfólio da Petrobras de forma rentável e promova a perenização da Petrobras – destacou Tolmasquim.
O executivo também ponderou que, apesar de projetos em energia verde em geral apresentarem menor retorno em relação ao segmento de óleo e gás, esses investimentos tem o potencial de mitigar os riscos e diminuir a exposição a volatilidade do brent de empresas de energia, criando valor no longo prazo. Esses investimentos também contribuem para a empresa ganhar e proteger market share das companhias à medida que os clientes priorizam a sustentabilidade.
Tolmasquim apresentou dados que mostram que as emissões absolutas de gases do efeito estufa da Petrobras reduziram cerca de 40% desde 2015 e que a intensidade das emissões de metano diminuiu aproximadamente 65% desde 2015.
A Governança Corporativa da Petrobras, tema de grande interesse dos investidores, também foi abordada no evento. Mario Spinelli, diretor de Governança e Conformidade, apresentou o robusto sistema de compliance e as iniciativas que vem sendo adotadas para um fortalecimento cada vez maior desse setor. Entre essas iniciativas, a diretoria de Governança e Conformidade foi restruturada em 2023, passando a ter mais duas gerências executivas. Foram criadas a gerências executivas de Responsabilização Disciplinar e de Integridade Corporativa (que anteriormente era uma gerência geral). Também foi criada a gerência geral de Informações Estratégicas e Monitoramento do Sistema de Integridade.
-Estamos usando cada vez mais tecnologia avançada no sistema de integridade da Petrobras. O uso de data mining, inteligência artificial, por exemplo, tem o potencial de realizar uma transformação no segmento de compliance. A Petrobras está fazendo uso intensivo dessas tecnologias, o que dá agilidade na identificação de irregularidades na companhia – destacou Spinelli.
O executivo destacou ainda que, na Petrobras, fatores relacionados à independência do cargo de diretor de Governança e Conformidade reforçam processos de decisão racional na companhia. A seleção do diretor de Governança e Conformidade é realizada por meio de empresa de recrutamento especializada. A destituição depende da aprovação do CA, contando com a maioria dos membros do conselho eleitos pelos acionistas minoritários. Além disso, na Petrobras, o diretor de Governança e Conformidade tem poder de veto sobre decisões da diretoria executiva que não estejam em conformidade com a legislação aplicável e os normativos internos.
A companhia está submetida ainda a um arcabouço legal que reforça seu sistema de Governança. Entre as principais normas que disciplinam a companhia no Brasil, Spinelli destacou a Lei do Petróleo, que determina que deve praticar preços de mercado e atuar em ambiente de livre concorrência, a Lei das Sociedades Anônimas, que dispõe que os administradores não podem atuar em detrimento da Petrobras. Também destacou a lei das estatais e o Estatuto social da Petrobras, que determina que quando a Petrobras for orientada a atuar no interesse público, os custos relacionados devem ser divulgados e a companhia deve ser compensada, em caso de condições diferentes do mercado.
Além da estrutura interna e das normais legais, é importante ressaltar que companhia é supervisionada por diversos órgãos reguladores, como como a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), a CGU (Controladoria Geral da União), o TCU (Tribunal de Contas da União), o SEST (Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais) e o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
A Petrobras também levou aos investidores suas ações no que se refere à promoção da diversidade, equidade e inclusão. Os compromissos da Petrobras em relação a esses temas estão definidos nos principais documentos da companhia, como Código de Conduta Ética, a Política de Diversidade, Equidade e Inclusão, aprovada em setembro, e o Plano Estratégico 2024-2028+.
-Os compromissos se refletem em diversas ações práticas. Exemplo disso é que a Petrobras definiu, no Plano Estratégico, metas para alcançar 25% de pessoas negras e 25% de mulheres em cargos de liderança até 2030. Além disso, a Petrobras conta hoje com mais de 40 comitês locais de diversidade e diversos grupos de afinidade. Realizamos ações de promoção da acessibilidade; combate à discriminação e ao assédio; campanhas da comunicação e treinamentos. É uma longa jornada, mas estamos comprometidos em acelerar esse movimento, para termos uma empresa cada vez mais inclusiva. Entendemos que a diversidade é um ingrediente importante para o engajamento, inovação e produtividade - acrescentou Carolina Rocha, gerente de Cultura, Clima e Diversidade na Petrobras.
O programa da Petrobras contra a Violência Sexual foi detalhado. A iniciativa concentra ações de combate ao assédio, à importunação e à violência sexual, reforçando o compromisso da Petrobras em proporcionar um ambiente de trabalho cada vez mais diverso, respeitoso, seguro e livre de violência sexual. Entre as principais ações já implementadas pela companhia, está a criação de um canal de acolhimento. Este canal está disponível 24h por dia, 7 dias por semana, com profissionais qualificados para acolhimento e orientações para situações de constrangimento, importunação ou assédio sexual. O sigilo é garantido.
-O canal tem recebido boas avaliações de quem precisou utilizar e estamos sendo procurados por diversas empresas brasileiras para apresentação do nosso processo estruturado de acolhimento, com percepção positiva das práticas que a Petrobras vem adotando para prevenção e tratamento das demandas de violência no trabalho - explicou Mariana Costa Rodrigues, gerente setorial de Acolhimento às Vítimas de Violência no Trabalho.
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