Startup israelense recebe aportes financeiros para dar escala a coleta dinâmica de dados de profundidade em vias navegáveis e aprimorar a tecnologia
Redação TN Petróleo/AssessoriaFundada pelo empreendedor e ex-oficial da Marinha Israelense Uri Yoselevich, a startup DockTech, por meio da tecnologia de gêmeos digitais e análise massiva de dados, desenvolveu uma solução que utiliza dados batimétricos (medição da profundidade) coletados por rebocadores e embarcações de apoio portuário para criar uma representação virtual do leito marinho dos portos e vias de navegação. Desta forma, por meio de sua solução, é possível acompanhar em tempo real a profundidade dos canais e entender como o padrão de assoreamento dos portos pode afetar a segurança da navegação e o transporte de cargas.
Atualmente, a startup já possui operações ativas em cinco países, contabilizando 95 embarcações monitoradas em 35 localidades. Além de monitorar os portos do Brasil, por meio da frota de 80 rebocadores da Wilson Sons, a startup opera nos Estados Unidos (Tampa Bay), Colômbia (Barranquilla), Romênia (Danúbio) e Israel (Ashdod e Danchor).
"Nos últimos meses, a DockTech obteve feedbacks positivos e muitos insumos para trazer o seu produto até o estágio atual. Os últimos testes no Brasil, nosso maior mercado atualmente, e em outras partes do mundo, nos mostram que os insights gerados pela nossa tecnologia ajudam os portos na gestão diária de suas operações. Se pudermos, com o uso da nossa tecnologia, evitar custos desnecessários através de um planejamento mais assertivo das dragagens, e permitir que mais carga seja embarcada nos navios, por exemplo, estaremos cumprindo a nosso propósito", disse o CEO e cofundador da DockTech, Uri Yoselevich (à direita).
Maior operador integrado de logística portuária e marítima do Brasil, a Wilson Sons vem reforçando seu compromisso com a inovação e a sustentabilidade no mercado nacional. Com um novo aporte, a companhia aumentou a sua participação minoritária na DockTech e, assim, juntamente com outros investidores estrangeiros, ajudou a startup a levantar cerca de US$ 2,5 milhões. A nova rodada de investimentos também contou com a participação dos fundos de venture capital theDOCK (Israel) e Cultivation Capital (EUA), além de alguns investidores individuais. Os recursos captados vão apoiar a startup no desenvolvimento de novas aplicações, em prospecção comercial, além de dar escala ao produto.
"A infraestrutura portuária mundial ainda não possui instrumentos capazes de monitorar em tempo real a profundidade dos canais de navegação e acesso aos berços de atracação. A nossa solução possibilita fazer essa medição de forma dinâmica e, assim, evitar restrições de calado operacional, uma das maiores dores do mercado portuário", explica Yoselevich.
Vale salientar que em dezembro do ano passado, a Wilson Sons e a DockTech assinaram um importante passo no desenvolvimento da tecnologia. Trata-se do acordo de cooperação técnica assinado com a Santos Port Authority (SPA), um relevante marco para aperfeiçoamento e uso da tecnologia no Porto de Santos, o maior complexo portuário da América Latina. Após este acordo, a startup vem provando o valor de sua solução, com cartas de intenção assinadas em diversos outros portos brasileiros, como com CODESA, Praticagem do Rio de Janeiro, Porto do Açu e Portos RS.
"Com a tecnologia desenvolvida pela DockTech, somos capazes de coletar dados em tempo real, 24 horas por dia, mapeando as variações no leito marítimo. Assim, evitamos restrições de calado dos navios e aumentamos a segurança da navegação, permitindo também a otimização dos investimentos em dragagem nos portos brasileiros", disse Eduardo Valença (à esquerda), diretor de transformação digital da Wilson Sons.
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