Redação TN Petróleo/Assessoria
O setor de combustíveis avançados e de biocombustíveis é o de maior potencial de crescimento no Brasil e o horizonte favorável nessas áreas abre novas perspectivas para profissionais de engenharia. Na cadeia industrial de energia eólica, também há “oportunidade de trabalho na veia para os engenheiros”.
Essas e outras análises foram apresentadas pelo diretor do SENAI-RN, do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) e da FAETI – Faculdade de Energias Renováveis e Tecnologias Industriais do SENAI, Rodrigo Mello, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
A palestra “Desafios e Oportunidades na transição energética”, ministrada por ele na última sexta-feira (06), foi voltada a estudantes de graduação e pós-graduação em engenharia química e mecânica.
“Há uma grande oportunidade para vocês no desenvolvimento de tecnologias”, disse Mello, ressaltando que a capacidade diversa de o Brasil produzir combustíveis avançados e biocombustíveis – com oferta de matéria-prima espalhada por todo o país – aliada à demanda crescente do mercado e a competitividade de custos das energias renováveis, insumos básicos para essas indústrias, tornam o cenário promissor no segmento. “O consumidor está no mundo todo e o mundo quer e está precisando dessas tecnologias”, frisou o diretor.
Na apresentação, ele citou projetos que o ISI-ER desenvolve nessas áreas, como a produção de SAF (Combustível Sustentável de Aviação) a partir do caroço de açaí, no Amapá, e, no Rio Grande do Norte, a primeira planta de produção de hidrogênio do Brasil, em parceria com a Petrobras.
Mello também apresentou parte da infraestrutura do SENAI no Rio Grande do Norte, que engloba um Centro de Excelência para a formação de pessoas para a cadeia de hidrogênio e a primeira planta-piloto do país para produção de SAF – o Laboratório de Hidrogênio e Combustíveis Avançados (H2CA).
Oportunidades
No caso da energia eólica, além de ressaltar o potencial de produção no Brasil, o aumento da competitividade da fonte e a evolução das tecnologias no setor, ele apontou oportunidades de trabalho e qualificação para profissionais de engenharia, incluindo a nova fronteira: o offshore.
De acordo com o executivo, no embalo do ganho de escala industrial e da evolução tecnológica dos equipamentos, o custo de produção onshore, ou seja, em terra, foi achatado em 80% no Brasil.
“E, no país, o melhor vento é registrado no Rio Grande do Norte, onde nos últimos 15 anos criou-se uma das maiores cadeias industriais do estado. Isso é oportunidade na veia para o trabalho dos engenheiros, em desenvolvimento de produto, desenvolvimento de processo e oportunidade de operação”, acrescentou. “E vem aí a oportunidade do offshore”.
O diretor afirmou, ainda, que a FAETI se prepara para lançar dois cursos de pós-graduação com foco no setor. “Uma especialização em eólica offshore, antecipando o que vai acontecer no mar, e um MBA para quem não é engenheiro, pensando na cadeia como um todo”.
“Nossa área tem um grande desafio e uma grande perspectiva”, reforçou o professor Afonso Avelino Dantas Neto, do programa de Pós-graduação em Engenharia Química da Universidade, responsável por promover a discussão. Ele foi diretor regional do SENAI-RN entre os anos 2012 e 2014.
Caminhos que se abrem para o desenvolvimento regional também foram contemplados na palestra. “O Nordeste seco”, disse o executivo, “é o ponto do Brasil mais competitivo para as energias renováveis, o que traz oportunidade de criação de uma indústria de alta tecnologia e a diminuição das desigualdades regionais”.
Fale Conosco
21