Offshore

Decisão da Transpetro azeda clima com diretoria da Petrobras

Entrada da Transpetro em segmento de barcos de apoio é vista como prejujdicial à matriz, por executivos da própria Petrobras. Decisão obrigaria a Petrobras a contratar os serviços junto à Transpetro, mesmo que contrato não seja favorável à matriz, do ponto de vista financeiro. Fonte da empr


11/11/2004 02:00
Visualizações: 858 (0) (0) (0) (0)
Além de azedas com os representantes privados do setor naval, não são nada boas as relações do presidente da Transpetro, Sérgio Machado, com setores da diretoria da própria Petrobras, principalmente na área de Engenharia e Serviços. Executivos da estatal ouvidos pela TN Petróleo atribuem o mal-estar a um comportamento demasiadamente autônomo da subsidiária de transportes da empresa.
Ao anunciar nesta segunda-feira (08/11) a entrada da Transpetro no segmento de barcos de apoio, com vistas a abocanhar uma fatia de 10% desse setor, Machado sequer teria consultado a diretoria de Engenharia ou de Exploração e Produção da Petrobras, a quem, segundo essa mesmo fonte, caberia a contratação dessas embarcações. Nem mesmo durante as discussões para elaboração do novo planejamento estratégico da companhia, que prevê investimentos até 2010, teria ocorrido entendimentos quanto a esse tema.
O problema é que, ao entrar em tal segmento, a Transpetro obriga a matriz a contratar suas embarcações para esse tipo de serviço, que inclui o transporte de pessoal, materiais e produtos para as plataformas. A legislação, segundo esse executivo, não permitiria que a Petrobras contrate serviços junto a companhias privadas, mesmo a preços menores, caso alguma subsidiária esteja apta a prestá-lo.
"Isso não está certo, pois você engessa a companhia em contratos que não necessariamente serão favoráveis do ponto de vista econômico. A empresa já está sofrendo as conseqüências do programa de barcos de apoio do governo federal, que nos obriga a fechar contratos muito longos (oito anos) com armadores nacionais para prestação desses serviços de apoio", queixa-se o executivo.
Ao firmar contratos de oito anos - e não de cinco, período considerado ideal por esse executivo -, a Petrobras tem seu risco ampliado. Do ponto de vista do processo exploratório, oito anos é considerado um período longo demais. "Em oito anos a empresa pode vir a fazer novas descobertas em áreas próximas a essas já em produção e, com isso, identificar uma nova configuração geológica na região. Se precisar perfurar em áreas mais distantes e, com isso, precisar recorrer ao transporte de apoio, não poderá fazê-lo com a embarcação que presta serviço naquela área, porque estará amarrado a um contrato que prevê o barco para aquela região pré-determinada", justifica o executivo.
O prazo de oito anos teve que ser aceito pela Petrobras por exigência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), principal financiadora do programa de barcos de apoio. Cinco anos, na avaliação do BNDES, era um período tido como curto demais para justificar a viabilidade de um financiamento para armadores nacionais.
Por causa de todo esse clima, participantes do 20º Congresso Nacional de Transportes Marítimos, Construção Naval e Offshore, que ocorre no Rio, identificaram no discurso do diretor de Engenharia e Serviços da Petrobras, Renato Duque, durante a abertura do evento, um recado velado ao presidente da Transpetro. Segundo um desses participantes, o diretor da Petrobras teria sinalizado a possibilidade de a Petrobras vir a licitar, ela própria, os petroleiros necessários para sua atividade.
Diante da demora da Transpetro, justifica esse participante, a Petrobras poderia recorrer à licitação pelo modelo do casco nu. Ou seja, licitaria contratos de prestação desse tipo de serviço junto a armadores privados, sob a condição de posteriormente vir a afretar esses petroleiros. O presidente da Transpetro anunciou para até o fim desta semana a divulgação do edital dos 22 petroleiros do tipo Aframax e Panamax. Se isso não se confirmar, participantes do Congresso arriscam afirmar que a diretoria de Engenharia poderá reagir.
Mais Lidas De Hoje
veja Também
IBP
Devedor Contumaz: Aprovação no Senado representa avanço ...
04/09/25
Etanol
Nordeste mostra protagonismo em inovação tecnológica na ...
04/09/25
Reconhecimento
Supergasbras conquista Selo Ouro no Programa Brasileiro ...
03/09/25
Minas Gerais
Com investimento de R$ 314 milhões, centro pioneiro em p...
03/09/25
Copel
Presidente da EPE apresenta visão de futuro do setor elé...
03/09/25
Firjan
Indústria brasileira acumula quatro meses sem cresciment...
03/09/25
Firjan
Junto com a CNI, Firjan inicia missão empresarial nos EU...
03/09/25
Seminário
PPSA destaca potencial de upsides nas áreas que serão le...
02/09/25
Apoio Offshore
Posidonia incorpora PSV Posidonia Lion, sua primeira emb...
02/09/25
Brasil
ETANOL/CEPEA: Menor oferta sustenta preços em agosto pel...
02/09/25
Meio Ambiente
Brasol reduz emissões de GEEs em 72% e atinge marca de 7...
01/09/25
Combustível
Etanol anidro e hidratado registram alta na última seman...
01/09/25
Reconhecimento
Pesquisadora do Mackenzie conquista Prêmio Inventor Petr...
29/08/25
Combustíveis
IBP e FIESP debatem descarbonização da indústria rumo à ...
29/08/25
Etanol
Asprovac, afiliada da ORPLANA, passa a ter representação...
29/08/25
Royalties
Valores referentes à produção de junho para contratos de...
29/08/25
Gás Natural
BRAVA anuncia novo modal para venda de gás na Bahia
28/08/25
Combustíveis
ANP participa da operação Carbono Oculto, para coibir ir...
28/08/25
IBP
Posicionamento - Operações representam passo fundamental...
28/08/25
Subsea
OneSubsea entrega primeira árvore de natal molhada de Bú...
28/08/25
Offshore
MODEC firma parceria para desenvolver tecnologia inédita...
28/08/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

23